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Em Pauta

Made in Brazil: bombas de fragmentação são exportadas

Mário Sérgio Lorenzetto | 30/04/2018 09:20
Made in Brazil: bombas de fragmentação são exportadas

A bomba de fragmentação é um artefato que libera uma grande quantidade de objetos ou fragmentos menores, com a finalidade de causar o maior número de vítimas possível. Além da explosão em si, os fragmentos são lançados, a alta velocidade, em todas as direções. Seu efeito sobre as tropas é devastador. Como ficam inertes por muito tempo, após a guerra, matam milhares de civis desavisados.
Vários países usaram esse tipo de armas em vários conflitos. Os Estados Unidos usou contra iraquianos, contra afegãos e servos. A Rússia lançou essas bombas cruéis na Geórgia. Israel transformou parte importante das terras do Líbano em zona de alto risco, estimam que cinco mil civis morreram nessa região.
Em 2008, 107 países adotaram medidas contra essas bombas. O Brasil não está nessa relação. Pelo contrário, vem sendo acusado sistematicamente de vendê-las para países árabes em conflito. A última denúncia contra as fábricas brasileiras de armas, ocorreu quando venderam bombas de fragmentação para o Iêmen que trava guerra com a Arábia Saudita. Tentando impedir essas vendas, uma missão da Arábia Saudita veio ao Brasil para comprar cargueiros KC-390, da Embraer. Cada cargueiro custa US$85 milhões. Os sauditas também negociam armas leves. O Brasil é o terceiro maior exportador dos fuzis e pistolas do mundo. Continuaremos exportando as bestiais bombas? Estamos na mira da ONU há muitos anos como um dos países piratas, aqueles que vendem armas sorrateiramente. E nos achamos no direito de reclamar do Paraguai que libera suas fronteiras para armar o narcotráfico.

Made in Brazil: bombas de fragmentação são exportadas

"Ouricinhos de Chernobyl" e "Bombinhas de Fukushima". As crianças em áreas nucleares.

Os acidentes nucleares de Chernobyl e de Fukushima afetou de um ou outro jeito a vida de milhões de pessoas... e matou milhares. Chernobyl atingiu 8,4 milhões de pessoas. Fukushima atingiu outro milhão. São mortos, feridos e doentes. Mas os problemas psicológicos dos que sobreviveram, são mais contundentes que os relacionados à radiação. Milhares atentaram contra a própria vida. Houve uma disparada de suicídios relacionados com os acidentes. O ato de sobrevier será seu estigma para sempre. A maioria das pessoas não entendem os riscos da radiação, pensam que funciona como um vírus. A maior confusão decorre desse entendimento errôneo da radiação ser transmissível.
É difícil estabelecer o que é pior em uma região que sofre as consequências de um desastre nuclear. Inicialmente russos e japoneses imaginavam que as novas gerações suplantariam o medo da energia nuclear. Não é o que vêm ocorrendo. As crianças dessas regiões estão sendo sistematicamente descriminadas pelas outras crianças. Não se aproximam. E pior, colocam apelidos que as distanciam ainda mais de todos. Os russinhos são chamados de "ouricinhos de Chernobyl". Os japonesinhos são as "bombinhas de Fukushima". E o Brasil insiste em conservar essa desgraça em seu território.

Made in Brazil: bombas de fragmentação são exportadas

Poaia ou ipecacuanha, o primeiro produto de exportação do Mato Grosso uno.

Passada a febre do ouro, no Mato Grosso surgiu uma diminuta indústria doméstica para suprir as necessidades de seus poucos moradores: farinha de mandioca, arroz, feijão, açúcar, aguardente, azeite de mamona e algodão. Os polos mais dinâmicos se encontravam nas fazendas de gado estabelecidas no Pantanal, cujos bois eram vendidos em Minas Gerais. Havia engenhos de açúcar, mas só na região do atual Mato Grosso.
Era uma economia pouco dinâmica, com relações sem grande intensidade com o mercado externo. Nas raras cidades, Cuiabá, Livramento, Corumbá... as casas eram de adobe e taipa, cobertas de telha com um só pavimento que juntava sala, alcova, varanda e cozinha. Em alguns casos, loja também. O uso de móveis não era comum. Ricos e pobres dormiam em redes. Quase não existiam artesãos. Cachorros, vacas, cabritos e porcos entulhavam as ruas. Os enterros se faziam nas igrejas, não existiam cemitérios. Não contavam com matadouros ou mercados.
A rotina era inalterável: homens exerciam sua profissão, administrar a propriedade ou cultivar a terra. Mulheres cuidavam da doçaria ou da costura. Dar ordens, no caso das senhoras, ou obedecer, no das escravas. E assim se enchiam os dias. Os mato-grossenses, de todas as cidades, eram acusados de pouco empreendedores por viajantes ou funcionários do governo imperial. Quanto ao povo, os mesmos viajantes e funcionários, diziam que era preguiçoso: pescar dois peixes no rio, um para comer, outro para vender.
A província só começou a crescer um pouco antes da Guerra do Paraguai, com a exportação de poaia ou ipecacuanha, planta antiga, conhecida dos povos indígenas, que tinham repassado seu conhecimento para os colonizadores. As raízes da poaia contem um poderoso emético, um estimulante do vômito. A exportação da poaia para a Europa foi importante para o desenvolvimento do Mato Grosso uno, chegou a ser o segundo contribuinte dos cofres governamentais. Porém, o desmatamento desenfreado extinguiu esse comércio.

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