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Em Pauta

Quando as mulheres deixaram de ser queimadas por bruxaria e viram histéricas

Mário Sérgio Lorenzetto | 29/12/2015 07:00
Quando as mulheres deixaram de ser queimadas por bruxaria e viram histéricas

Paris do fim do século XIX. O hospital, denominado Salpêtrière, é um depósito de mais de 4 mil mulheres, doentes ou loucas. Um pesadelo ou inferno. Uma prisão de onde essas mulheres não podiam sair. Elas começaram a ser submetidas a todo tipo de experiência. Jean-Martin Charcot era o médico e cientista responsável por essas experiências. Até hoje, Charcot é acusado de submeter essas mulheres a experiências e a não tratá-las. Mas não se pode negar sua importância. Até Charcot, a histeria não era considerada uma doença. Ao longo dos séculos, milhares de mulheres que sofriam ataques histéricos foram queimadas, sob a acusação de bruxaria. Charcot não era um homem de reflexão, um pensador. Era um visual, um homem que vê. Seu olhar clínico criava um contato com as pacientes. O método mais utilizado por Charcot era a hipnose. Ele conduzia suas pacientes para a crise. A histérica permanecia prisioneira do hospital-depósito e das experiências. A histeria se repetia eternamente, em um espetáculo fundado na dor daquelas mulheres que jamais eram curadas.

A cura só viria com um jovem estudante solteiro, estrangeiro, casto e muito pobre que, entre o fim de 1885 e o início de 1886, se impressionou com o grande "teatro" da histeria na Salpêtrière. De volta a seu país, a Áustria, Sigmund Freud criaria a psicanálise, fundamentada no processo de ouvir as pacientes. Acabou com o espetáculo da dor, que os olhos de Charcot impunha às histéricas, e inaugurou o ambiente fechado e introspectivo da sala onde deveria ouvir a todas. Derrotou um mundo comandado por homens, onde as mulheres não tinham nem mesmo o direito de ser ouvidas. Passaram a ser curadas. Mas Charcot foi fundamental, ao criar o "teatro" das histéricas, apagou as fogueiras que as queimavam.

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Receita Federal cria novas estratégias para cobrar devedores.

Já pegaram R$118 milhões do jogador Neymar e R$4,6 bilhões do grupo Schahin. Outros bloqueios de dinheiro virão. A Receita Federal criou um leque de 25 medidas coercitivas que buscam a aceleração do pagamento das dívidas. A seleção dos contribuintes se baseia nos critérios de capacidade de pagamento do contribuinte. Quem não regularizar a situação em um prazo máximo de seis meses será encaminhado ao Cadin, inviabilizando a compra de dinheiro em bancos públicos, sendo excluído de qualquer Refis e encaminhado para o Ministério Público Federal onde sofrerá ações penais, arrolamento de bens e poderá ter fechada sua empresa. O leão volta a mostrar suas garras. Todos que estiverem com dívidas superiores a R$2 milhões ou empresas menores que devam 30% do patrimônio terão o arrolamento de bens e acompanhamento da movimentação financeira, especialmente daqueles que os bens estejam sendo dilapidados.

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O Ibope mostra os rumos do mercado de automóveis.

O Ibope acaba de realizar pesquisas que mostram a existência de uma forte intenção do brasileiro de adquirir ou trocar de carro. É surpreendente, mas 81% dos entrevistados manifestaram a intenção de trocar de veículo em no máximo três anos. Desses 81%, nada menos que 62% pretende adquirir um "zerinho" bem baratinho. Outros 20% planejam adquirir um veículo usado e 18% ainda não decidiram. O preço, o consumo de combustível, facilidade de encontrar peças de reposição e manutenção barata são os critérios para a escolha do "zerinho". Há vida para o quase inerte comércio de automóveis.

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Quem manda nas ruas da periferia são os presidiários?

Surgido em 1993, após o massacre que vitimou 111 detentos do Carandiru, somente em 2001, com a eclosão da maior rebelião da história, em 19 penitenciárias de São Paulo, o Primeiro Comando da Capital (PCC) se tornou conhecido do grande público. Fugas espetaculares e mais e mais rebeliões foram colocadas em sua imensa ficha de crimes. O certo é que o PCC surgiu nas chamadas "cadeias fim de linha do sistema penal". Eram estabelecimentos marcados pela prática da tortura e dos castigos corporais, pelas péssimas condições de vida, pelo isolamento e pela invisibilidade. "Lugar em que o filho chora e a mãe não vê" - dizia-se desse tipo de presídio pelo Brasil afora. Nas palavras de um de seus fundadores, William da Silva Lima, não era uma organização, mas um "comportamento", um modo de "sobreviver na adversidade". Conhecido também como "professor", ele descreve um quadro da vida prisional em que os abusos cometidos pela administração presidiária se conjugavam com relações de exploração entre os próprios presos. E esse mundo nas prisões desapareceu, está sob o comando das organizações de criminosos.
Nas últimas décadas, afirmou-se à exaustão o entendimento de que, nas atividades do crime e no ordenamento da vida na periferia das grandes e médias cidades, "quem manda nas ruas da periferia são presidiários". Não somente porque a maior parte dos "donos" atualmente está presa, mas principalmente porque, desde a origem das facções, os acertos nos presídios determinam o que acontece fora deles. Tais organizações também seriam detentoras de somas vultosas de dinheiro originado do tráfico de drogas. Esse é o senso comum. Assim pensam e agem os policiais e parte importante da população. Mas há um senão a toda essa "verdade" cantada em verso e prosa: a maior averiguação já realizada no Mato Grosso do Sul por uma ação conjunta do Ministério Público Estadual e Polícia Militar, redundou no reconhecimento de quantias ínfimas de dinheiro administrados por tais organizações criminosas. Muito barulho para nada?

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Quem acredita que a próxima geração será mais rica, segura e saudável?

Se você quer encontrar pessoas que acreditam no "sonho americano" - o ideal sedutor que qualquer pessoa pode construir uma vida melhor - é bom ir para a Índia e não passar nem perto dos Estados Unidos. Metade dos indianos concordou, em uma recente pesquisa realizada pela firma YouGov, que "a próxima geração será mais rica, segura e saudável que a anterior". Um pouco menos otimista que os indianos são os tailandeses - 42% acreditam em um belo futuro. Em seguida vem a Indonésia com 39%. O Brasil surge em quarto lugar com 29% de sua população acreditando em um futuro mais promissor. Em último lugar, depois dos ingleses (19%) e alemães (15%), vem os norte-americanos com 14% acreditando em uma vida futura melhor.
A trajetória do mundo não justifica esse pessimismo. As pessoas estão vivendo mais em todos os continentes. Estão desenvolvendo trabalhos menos árduos e penosos. Desastres naturais matam menos gente. Um número menor de safras está se perdendo. Cerca de 100 mil pessoas são retiradas da pobreza todos os dias.

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