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Finanças & Investimentos

Renda variável: Quem tem medo do lobo mau

Emanuell Steffen | 20/04/2018 14:01

Quem acompanha esta coluna há algum tempo, já está familiarizado com as 3 características iniciais que avaliamos ao tomar uma decisão de investimento. São elas: rentabilidade, liquidez e risco. Hoje quero focar o último item, o risco, mas não de uma maneira convencional. Cautela, cuidado ou aversão, são os clichês comuns em relação ao tema. O que pretendo neste artigo é abordar o risco dos ativos com um outro olhar, e deixar o meu conselho: Arrisque mais!

Você já deve estar cansado de saber que risco e retorno são grandezas diretamente proporcionais. Esse conceito é resumido na velha máxima: quanto maior o retorno, maior o risco. Essa “fórmula” geralmente não é avaliada de maneira isolada. Ninguém investe (ou deveria investir) apenas procurando qual o ativo que garante um maior retorno, ou qual apresenta o menor risco. Existem outras questões que devemos analisar ao tomar uma decisão de investimento, como o montante disponível, objetivo, horizonte de aplicação, o perfil do investidor, enfim.

O que quero chamar a atenção, é que independentemente dessas questões, você deveria aplicar uma porção menor do seu capital em ativos de maior risco, se ainda não o faz. A minha sugestão é que mesmo com um perfil de investimento mais conservador ou moderado, você busque por retornos um pouco melhores, ainda que isso signifique um risco maior.

Obviamente não estou sugerindo que exponha o seu patrimônio de maneira irresponsável ou impulsiva, a qualquer coisa que lhe prometa “mundos e fundos”. A sugestão se baseia no custo de oportunidade, pois toda vez que nos fechamos para riscos maiores estamos ao mesmo tempo, nos fechando para oportunidades realmente importantes e que podem representar mudanças significativas em nosso patamar financeiro.

A renda variável (nome dado convencionalmente ao grupo formado por ativos de maior risco como ações e derivativos) esconde muitas dessas oportunidades que podem em um primeiro momento aparentar serem mais arriscadas do que outras, simplesmente pela falta de conhecimento sobre seu funcionamento, formas de proteção e gerenciamento de risco.

É importante lembrar que não existe atividade humana imune a riscos. O mundo não foi construído baseado no medo e na acomodação de covardes ou receosos, mas sim na ousadia dos que se arriscaram. Veja o exemplo das inovações de empresas que revolucionaram seus mercados e o estilo de vida de milhões de pessoas ao redor do mundo. O que seria do Uber se não ousasse desafiar o status quo da mobilidade das grandes cidades e das legislações arcaicas. Da mesma maneira, Steve Jobs não se acovardou, mesmo quando demitido da própria empresa que criara.

Todos os dias pessoas arriscam seus palpites e esforços buscando ter resultados melhores do que possuem no momento. É dessa maneira que formou-se o mundo moderno no qual vivemos. Também é dessa mesma maneira que o futuro está sendo desenhado hoje. Então, porque com suas finanças deve ser diferente?

Faça a seguinte lição de casa: Escolha algum ativo de renda variável para conhecer mais a fundo, e reserve uma parte muito (mais muito) pequena dos seus investimentos para ele. Se ainda se sentir inseguro, procure o auxílio de um assessor de financeiro. Não conte com este dinheiro para nada. Na verdade, tenha ele como “fundo perdido”. Assim você pode ficar um pouco mais tranquilo para ter essa experiência e sair da zona de conforto.

Grandes retornos só estão disponíveis para quem se posiciona em relação a eles. Você não se molha com a chuva ficando dentro de casa. A bolsa de valores é o lugar para você começar. Estamos em um ambiente muito favorável. Segundo analistas, a previsão é que a bolsa renda 4 vezes mais que a renda fixa neste ano. O Ibovespa, que é o índice que mede o desempenho de uma carteira teórica de ações, formada pelas empresas mais líquidas da bolsa, pode terminar o ano próximo ou acima dos 110 mil pontos.

Quero reforçar mais uma vez, seja responsável. Invista a menor parte do seu capital, principalmente se você está começando nesse mercado. Invista apenas um montante que não fará falta para você e quem está próximo. Não tome dinheiro emprestado, seja com bancos, seja com parentes ou amigos. Não destrua relacionamentos por causa de um
investimento que não saiu como o planejado.

Por maior que o seja o potencial de ganho que você possa usufruir arriscando mais, é preciso ter muita cautela. São poucos os investimentos (por mais arriscados que sejam) que conseguem competir com os juros exorbitantes dos veículos de crédito que temos em nosso país. A mensagem deste artigo é simples porém poderosa: Com responsabilidade, se arrisque mais! Até a próxima.

Disclaimer: A informação contida nestes artigos, ou em qualquer outra publicação relacionada com o nome do autor, não constitui orientação direta ou indicação de produtos de investimentos. Antes de começar a operar no SFN - Sistema Financeiro Nacional, o leitor deverá aprofundar seus conhecimentos, buscando auxílio de profissionais habilitados para análise de seu perfil específico. Portanto, fica o autor isento de qualquer responsabilidade pelos atos de terceiros e suas consequências.

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