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Manoel Afonso

Eleição sem perguntas e sem respostas?

Manoel Afonso | 06/07/2018 09:22

BELEZA! Em apenas 2 anos de mandato o senador Pedro Chaves (PRTB) destinou nada menos que R$102.192.237,09 para nosso Estado, assim distribuídos: Bolsão R$14.492.840,00 – Campo Grande R$8.141.085,00 – Cone Sul R$10.170.000,00 – Grande Dourados R$20.924.500,00 – Leste – R$6.602.500,00 – Norte R$9.362.500,00 Pantanal R$14.000.201,00 –Sudoeste R$11.198.750,00 e região Sul Fronteira R$ 7.299.861,00.

PERFIL Com os 70 anos completados neste 2 de julho o ex-governador Puccinelli (MDB) foge do ostracismo ao tentar buscar o poder reunindo velhos companheiros como os ex-deputados Akira Otsubo (MDB) (1983/87), Antônio C. Arroyo (PR) (1995/99), Antonio Braga (1999/2003), ex-vereadores Vanderley Cabeludo MDB) e Maria Emília Sulzer (MDB). O seu alto índice de rejeição pelo eleitor jovem mostra o que ele pensa deste quadro sob a moldura da ‘experiência’.

ENROSCO O chamado ‘fator Marun’, antes positivo ao atendimento de reivindicações do PMDB (nomeações e liberação de recursos), após esse escândalo no Ministério do Trabalho passa a ser desgastante. Apesar dos argumentos do ministro da Secretaria de Governo Carlos Marun, o assunto promete render novos capítulos e a presença dele nos palanques em nosso Estado deve ser avaliada nestes tempos de ojeriza anti-Temer.

CONVENHAMOS! Não é de hoje que o Partido Trabalhista Brasileiro (PTB) faz e acontece no Ministério do Trabalho graças ao grupo liderado pelo controvertido Roberto Jefferson que tentou emplacar a própria filha – deputada Cristiane Brasil (PTB) naquela pasta. Por conta dos votos da bancada petebista o Governo Temer ficou refém
e ao mesmo tempo tentaria tirar proveito político. Daí a notícia envolvendo Marun.

NO SAGUÃO do legislativo estadual questionamentos não faltam: teremos uma campanha sem respostas, sem explicações para fatos notórios que atingem o universo político? A prisão, por exemplo, do ex-deputado Edson Giroto (PR) - braço direito de Puccinelli - acusado de corrupção dentro de sua administração passará em brancas
nuvens na campanha? E o que falar dos conchavos com o empresário João Amorim, irmão da deputada Antonieta Amorim MDB) – também preso? Pura invencionice?

NA BALANÇA Para o eleitor arisco agora também pesam na escolha: transparência, honestidade, passado limpo, objetividade, vida pessoal respeitosa e propostas claras e compatíveis com a realidade, além da boa comunicação e simpatia nas relações. Lembro: teremos só 35 dias de campanha no rádio e TV no 1º turno e 15 dias no 2º
turno.

‘CAIXA PRETA’ Esse mau humor que o eleitor exala nas pesquisas não é um dado absoluto, mas é um indício preocupante do que os candidatos enfrentarão nesta campanha. Como sair às ruas como faziam antes – naqueles chamados ‘arrastões’ no comércio e bairros ‘casa a casa’? Haverá riscos de vaias e manifestações agressivas até.

CABOS ELEITORAIS Não há certeza se eles votarão no candidato patrão. Confiar no trabalho e no voto deles é como jogar na bolsa de valores a curto prazo. O candidato precisa admitir que o eleitor – empobrecido - pode ficar revoltado vendo tantos cabos eleitorais acenando bandeiras nas ruas – pagos com dinheiro do contribuinte via Fundo Partidário principalmente. Ao invés de ajudar - atrapalha!

IRÔNICOS Nas conversas com os eleitores jovens - o que não falta é ironia nas respostas e colocações sobre o comportamento da classe política e gestores públicos. Usam linguagem, expressões na manifestação do desalento pelo futuro. Muitos deles se comparam aos imigrantes sofredores na Europa e Estados Unidos. Estudar pra que? E
depois - trabalhar onde?

ENGANAR o eleitor será muito difícil com tantas sacanagens dos políticos. A cada escândalo na mídia aumenta a vontade de puxar a descarga sem dó. Na impossibilidade de punir juridicamente o político corrupto graças as firulas do Judiciário (STF), o eleitor terá a grande chance de punição ao ‘cortar o barato’ do candidato, mandando-o de volta
para casa.

O CASTIGO da volta pra casa e sem holofotes é de uma tristeza sem tamanho para o político. O político não gosta de sua própria casa. Tem horror a rotina da convivência familiar, praticada pelos mortais que se apegam a família, cachorros, passarinhos e gatos. O político nunca tem tempo para curtir sua casa. Nem conhece as flores do
jardim e jamais cortou o gramado. Perde a intimidade com o cachorro. Enfim, uma
visita ilustre.

O LEMA é: ‘os compromissos em primeiro lugar’. Refeições tranquilas com todos na mesa – nem pensar! O político sempre chega depois e sem desgrudar do celular. Como consequência a família vai desagregando e perdendo a harmonia original desejada. O relato não é invencionice – fruto de observações. E uma notícia cruel para eles: não
levarão nada deste mundo, como lembrava aquele imperador.

SAUDADES Ele conseguiu suavizar o universo do judiciário com seu estilo leve. Foi assim desde que o conheci em 1980 em Cassilândia. Por onde passou deixou rastro de amigos e boas lembranças. Para homenagear o desembargador Romero Osme Dias Lopes ninguém melhor que outro mineiro – Guimarães Rosa: “O real não está na saída nem na chegada; ele se dispõe para a gente é no meio da travessia”. E ele atravessou a
vida sorrindo apesar das dores finais. Valeu! Até!

IGUAIS? Não se discute suas habilidades, mas a postura dotada onde desrespeita o adversário e as regras. Daí o craque Neymar Jr é comparável a boa parte da classe política que adota ‘aquele jeitinho’ para atingir seus objetivos. Torcedores que perdoam os excessos do craque, são do pelotão de eleitores que perdoam certos políticos em troca
de vantagem pessoal. Depois não venham com chorumelas! Não encontrarão remédios
e médicos no Aquário do Pantanal por exemplo.

DOIS MINEIROS? O ex-presidente do Atlético Mineiro – ‘brimo’ Alexandre Kalil – prefeito de Belo Horizonte - do nanico PHS - foi questionado sobre sua posição nas eleições de 2018. Fingindo de morto disparou: “Não posso perder tempo com bobagem de eleição para governador”. Já me perguntaram no saguão da Assembleia Legislativa:
“seria o prefeito da nossa capital Marcos Trad (PSD) partidário da postura do colega ‘brimo’ mineiro?” Sei não...

DOR DE CABEÇA É o que se espera após o anúncio do INCRA definindo como quilombo a área urbana de 21,5 hectares no Jardim Seminário, na Comunidade Tia Eva. Gerou muita expectativa. Mas sem grandes ilusões: a questão indenizatória deverá provocar recursos judiciais e arrastar o processo por muitos anos. A demanda não é fácil
como se imagina. E pergunto: como a Igreja Católica vai se posicionar como ocupante
de parte ( 10,13 has) da área? Entregará de mão beijada? Uma novela. Vai longe...

DESMAMA Com o fim da obrigatoriedade do imposto sindical muitos sindicatos vão fechar as portas e os ‘abnegados diretores’ enfrentarão a nova realidade. Um exemplo vem da CUT ( Central Única dos Trabalhadores) que negocia a venda de sua sede para a Igreja Mundial do pastor Valdemiro Santiago pela bagatela de R$40 milhões. Não me
pergunte para onde vai toda essa grana. Aqui, mesmo com os preços em baixa, muitos
sindicatos não darão conta de pagar o aluguel. Vão tarde. Aleluia.

INTERROGAÇÃO A economia vai se arrastando sem exceções em todas as regiões do Brasil. Qualquer um observa as portas fechadas no comércio, as placas de aluga-se e vende-se e muita gente perdendo o emprego. Esse segundo semestre não deve melhorar em nada o quadro. Já em 2019 – ganhe quem ganhar – não terá a varinha mágica para
reorganizar o país em menos de um ano. Portanto, a ordem é não avançar o sinal na hora
de cuidar do próprio bolso.

CAFÉ AMIGO com o deputado Fabio Trad (PSD). Falamos da política e de seu mandato voltado também para a população de 70 mil indígenas ( maior do país). Fabio pede mais recursos para a prevenção de suicídios (2ª. nacional) atingindo inclusive os jovens por motivos diversos. Um tema sensível que exige habilidade e coragem para
enfrentá-lo.

ROBERTO BRANT “(...) Somos um país rico com a maioria de população pobre. O Estado sempre foi para a maioria, ou a única esperança. Quando essa esperança se perde, o risco da desordem é muito grande. O movimento dos caminhoneiros é uma manifestação de desespero, que deixou a descoberto a fragilidade da nossa ordem
pública. A ordem nas grandes sociedades só pode ser mantida por meio dos laços da confiança e do respeito, que estão infelizmente se perdendo. Mas, enquanto nos debatemos em meio a tantos perigos e aflições, tribunais e políticos parecem dançar alegremente à beira do abismo”.

“Bolsonaro é o mito. Alckmin, o mico...” (Rogério Distéfano)

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