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Economia

Bolsas chinesas despencam e já afetam exportações do Estado

Caroline Maldonado e Priscilla Peres | 10/07/2015 12:54
Soja é o principal produto comercializado com entre MS e China (Foto: Marcos Ermínio)
Soja é o principal produto comercializado com entre MS e China (Foto: Marcos Ermínio)

A palavra do momento é crise quando se fala na economia mundial e o termo está ganhando mais ênfase com a queda nas bolsas da China. O país é o que mais compra de Mato Grosso do Sul, responsável por 41% de tudo o que o Estado exporta. A situação preocupa, pois os chineses já recuaram em 35% a compra de produtos de MS, entre janeiro e abril e no total comercializado no primeiro semestre deste ano a retração é de 4%, na comparação com o mesmo período de 2014, segundo o Mdic (Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior).

A oscilação já reflete na balança comercial do Estado. Entre janeiro e junho deste ano, a exportação total de soja, o principal produto de MS, caiu 14,22 %, na comparação com os mesmos meses do ano passado. O valor referente a comercialização do semestre passou de US$ 978,6 milhões para US$ 839,4 milhões.

Os preços dos produtos in natura, cultivados ou de extração mineral, chamados de commodities, já caíram no Brasil e devem continuar em queda, segundo o especialista em mercado externo, Aldo Barrigosse. “Isso acaba prejudicando a gente, pois encolheu o mercado deles [chineses] e a tendências é comprar menos produtos. Os preços recuaram, vendemos menos e, consequentemente, recebemos menos dinheiro da China”, comenta.

Investimentos - Além das commodities, os investimentos chineses em MS também devem ser impactados, embora ainda seja cedo para quantificar, conforme o analista. Ele explica que a crise é mundial, por isso o Estado sofre ainda com a retração de consumo de outros países. Rússia, Hong Kong, Holanda, Argentina e Itália também já diminuíram a importação de Mato Grosso do Sul no último semestre, em relação ao mesmo período de 2014.

Com projeto de construção no município de Maracaju, a processadora de milho BBCA Brazil é um investimento da China, que pode ser influenciado com a crise na bolsa. A previsão é de US$ 320 milhões na obra. “É possível que a obra fique em velocidade mais lenta, porque a economia mundial deu uma encolhida. Temos uma crise no mundo inteiro o empreendimento em Maracaju é ligado a commodities, então deve representar lucro menor para aquela empresa”, explica.

Um dos principais produtos de MS, milho atraiu empresa chinesa que prevê investir US$ 320 milhões (Foto: Cleber Gellio)
Um dos principais produtos de MS, milho atraiu empresa chinesa que prevê investir US$ 320 milhões (Foto: Cleber Gellio)

Se a situação se agravar, os preços baixos podem até anular a lucratividade, conforme Aldo. “Com o mercado mundial comprando menos, os preços caíram e com a questão logística, o ganho some na operação. Algumas empresas preferem parar do que ter prejuízo”, prevê.

Bolsa – A crise nas bolsas chinesas ocorre porque trabalhadores e famílias de classe média apostaram, com dinheiro emprestado, em empresas que agora se mostram fracas, por isso estão vendendo as ações. As negociações chegaram a ser interrompidas na quarta-feira (8) e ontem as bolsas tiveram o maior ganho em seis anos após intervenções do governo na economia, segundo o Estadão.

Com a interrupção nas negociações, empresas de minério e grãos do Brasil já perderam dinheiro, conforme o especialista. “Teve empresa de minério que a cotação já chegou a US$ 200 a tonelada e agora está em US$ 60. Além disso, houve retração do mercado, o volume comercializado caiu de repente”, detalha.

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