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Economia

De cada 10 “cuias” de tereré, só duas são produzidas em MS

Somente 20% da erva produzida no Estado é consumida pelos sul-mato-grossenses

Gabriel Neris e Liniker Ribeiro | 16/09/2018 08:58
Mercadão Municipal é um dos lugares favoritos para comprar erva em Campo Grande (Foto: Kísie Ainoã)
Mercadão Municipal é um dos lugares favoritos para comprar erva em Campo Grande (Foto: Kísie Ainoã)

É praticamente impossível andar por Mato Grosso do Sul e não encontrar uma roda de tereré. Porém, o que poucos sabem é que a produção da erva-mate não chega a 20% do que é consumido no Estado. De acordo com a Agraer (Agência de Desenvolvimento Agrário e Extensão Rural), os produtores da região sul do Estado produzem, em média, 7 toneladas por hectare a cada dois anos. E só.

A estimativa é de que a maior parte do produto venha do Rio Grande do Sul, Santa Catarina, Paraná e também do Paraguai, maior influenciador da bebida gelada. Em Mato Grosso do Sul, são 300 produtores que se utilizam cerca de 400 a 500 hectares para a produção da erva-mate, espalhados por Sete Quedas, Paranhos, Coronel Sapucaia, Iguatemi, Japorã, Amambai, Aral Moreira, Antônio João, Ponta Porã e Tacuru.

Em grande escala, o Estado conta apenas com 11 empresas que produzem erva-mate. No Rio Grande do Sul, por exemplo, para efeitos de comparação, são mais de 300 empresas no ramo.

Jéssica e Douglas aproveitam momento familiar para tomarem tereré (Foto: Kísie Ainoã)
Jéssica e Douglas aproveitam momento familiar para tomarem tereré (Foto: Kísie Ainoã)

Bebida está na rotina - Para quem é adepto, a origem pouco importa. Para o empreendedor Douglas Calixto, de 23 anos, tomar tereré é uma tradição. “Tomo todos os dias, além de tudo serve para hidratação. Acaba sendo um lazer também”, diz. Ele vai além, diz que sempre mistura os sabores das ervas. “No Mercadão [Municipal] eu compro menta, Red Bull, tutti fruti, limão”.

Já a psicóloga Jéssica Vilhalba, de 29 anos, diz que a bebida é a oportunidade de se reunir com os amigos e familiares. “É um jeito de aproximar as pessoas. Hoje estamos tomando em dois, mas sempre compartilhamos o momento com amigos”, conta.

O atendente de farmácia Anderson Fernandes de Oliveira, de 31 anos, conta que não tem hora para tomar. “É de manhã, de tarde e de noite. Não importa para onde vou, tudo fica sempre no carro”, diz. Nascido em Antônio João, município localizado na região de fronteira com o Paraguai, conta que tomar tereré desde os 15 anos. “E sempre com erva tradicional. Não compro nem de caixinha, vou ao Mercadão e compro a tradicional mesmo. Meu negócio é água e erva pura”.

Para a técnica de enfermagem Luana de Almeida Lopes, de 30 anos, o consumo do produto é tão tradicional que passa para a próxima geração. “Todo mundo toma. Passa de geração para geração, comigo foi assim e minha filha, de dois anos, também já toma e gosta”.

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