Dólar em alta afeta mais viagens aos Estados Unidos que tarifaço de Trump
Atualmente, a moeda americana é negociada a R$ 5,32 e a tendência, segundo projeções, é de alta

O tarifaço do governo americano ao Brasil ainda não impactou a procura por pacotes de viagem de Mato Grosso do Sul aos Estados Unidos, ao menos por enquanto, segundo a ABAV-MS (Associação Brasileira de Agências de Viagens de Mato Grosso do Sul). Procurada para comentar a situação, a vice-presidente da entidade, Luciana Leite, diz que ouviu empresas associadas sobre o assunto.
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A procura por pacotes de viagens de Mato Grosso do Sul para os Estados Unidos não foi afetada pelo recente aumento de tarifas imposto pelo governo americano ao Brasil, segundo a Abav/MS. A vice-presidente da entidade, Luciana Leite, afirma que a baixa demanda está relacionada à alta cotação do dólar. Com a moeda americana cotada a R$ 5,32 e tendência de alta, as projeções são preocupantes. O Boletim Focus prevê cotação de R$ 5,55 até o fim do ano, enquanto análises mais pessimistas do BTG Pactual e XP Investimentos indicam possibilidade de alcançar R$ 6,25 ou até R$ 7,10 até dezembro.
Ela afirma que a demanda de idas para os Estados Unidos está baixa, mas não devido a qualquer apreensão ou mesmo boicote, mas porque o dólar está alto e sem previsão de baixa. Hoje, por exemplo, a moeda americana está cotada em R$ 5,32 e a tendência é de alta, conforme projeções.
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“As vendas para os Estados Unidos continuam acontecendo normalmente entre os associados da ABAV-MS. No entanto, não observamos aumento na procura neste momento”, destacou, reforçando que o câmbio é um empecilho maior do que a situação política.
“O que realmente impacta o desejo de viajar é a questão cambial: o dólar em patamar elevado é o principal fator que pesa na decisão do consumidor sul-mato-grossense, mais do que eventuais questões políticas. Em resumo, há demanda, mas o câmbio segue sendo o maior limitador”, disse.
A reportagem fez uma simulação de viagem de Campo Grande a Orlando, na Flórida, hoje, com retorno em 19 de setembro. Uma passagem sairia a R$ 5.231,00, sem contar hospedagem e passeios. Ao todo, uma viagem dessas para apenas uma pessoa ficaria em até R$ 15 mil.
Projeções - O boletim Focus mais recente (publicação semanal divulgada pelo Banco Central do Brasil) indica que o dólar comercial tem cotação esperada de R$ 5,55 até o final deste ano. A Ágora Investimentos espera que o dólar encerre 2025 a R$ 5,80, “considerando incertezas em relação ao pacote fiscal do governo e a política de juros nos Estados Unidos” e projeções mais pessimistas, de BTG Pactual e XP Investimentos, por exemplo, indicam cenários com a moeda americana chegando a até R$ 6,25 ou R$ 7,10 até dezembro deste ano.
Vale reforçar que o preço das passagens aéreas não é diretamente impactado pelas tarifas americanas sobre a importação de produtos brasileiros, mas a incerteza econômica e a alta do dólar já estão afetando o poder de compra dos brasileiros aqui e ao viajarem para os Estados Unidos. A política de Trump pode intensificar essas dificuldades, o que torna as viagens mais caras.
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