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Economia

Ex-ministro afirma que MS precisa investir em logística para crescer

Liana Feitosa | 01/09/2015 13:53
Rodrigues (à esquerda) falou sobre os desafios da agricultura no país e no Centro-Oeste. Compuseram ainda o seminário Rui Carlos Otonni, Almir Dalpasquale e Samuel de Abreu Pessoa (extrema direita).
Rodrigues (à esquerda) falou sobre os desafios da agricultura no país e no Centro-Oeste. Compuseram ainda o seminário Rui Carlos Otonni, Almir Dalpasquale e Samuel de Abreu Pessoa (extrema direita).

"Mato Grosso do Sul precisa vencer o desafio da estratégia para continuar contribuindo com o crescimento do país através do aumento na produção de alimentos e obtenção de energia", considera o ex-ministro da agricultura, João Roberto Rodrigues. Ele falou sobre o tema durante a Bienal dos Negócios da Agricultura do Brasil Central, que acontece no Centro de Convenções Rubens Gil de Camillo, em Campo Grande.

Engenheiro agrônomo há 50 anos, Rodrigues falou sobre os desafios da agricultura no país e no Centro-Oeste. "É preciso investir em logística, já que essa é uma região central. Esse é o principal desafio da região", analisa.
Também participou do evento o doutor em Economia Samuel de Abreu Pessoa, professor da FGV (Fundação Getúlio Vargas).

Para o economista, o produtor rural de Mato Grosso do Sul precisa ter jogo de cintura para driblar a atual situação econômica do país. "O produtor do Estado precisa operar bem o câmbio pensando em mercados futuros. Ele tem que saber comprar e saber vender, comprar os insumos e vender o produto", pontua.

Ex-ministro Roberto Rodrigues acredita que principal desafio do Centro-Oeste é investimento em logística.
Ex-ministro Roberto Rodrigues acredita que principal desafio do Centro-Oeste é investimento em logística.

Independência - "Ele também tem que se preparar para depender menos do financiamento público. O Tesouro está com sérias dificuldades, não tem muito dinheiro mais pra crédito subsidiado. Todos os setores produtivos, e isso não vale só para a agropecuária, precisa depender menos do Tesouro. Quem depender muito do setor público não vai pra frente", garante.

No entanto, para Rodrigues, os desafios do país e, consequentemente, do Estado, já que é um dos campeões do agronegócio, incluem barreiras de comunicação. "Falta à sociedade visão adequada sobre a importância da agricultura", afirma.

"O peso que a agricultura tem na economia não é o mesmo que ela exerce na política. Falta visão adequada da sociedade sobre a importância da agricultura para que a população faça exigências ao governo. O governo é reflexo da sociedade", detalhou Rodrigues. Ele foi ministro durante o governo Lula e é engenheiro agrônomo há 50 anos.

Relação 'siamesa' - Segundo o ex-ministro, o agronegócio é responsável por 1/3 dos empregos gerados no país e por 1/4 do PIB (Produto Interno Bruto), que é o resultado da soma de todos os bens e serviços finais produzidos no Brasil.

Entretanto, a sociedade tem dificuldade de assimilar a relação entre o agronegócio e o bolso do consumidor. "Nosso grande problema é de comunicação. Precisamos mostrar para a sociedade que a relação entre o meio rural e urbano é siamesa. O Brasil é um país agrícola, mas essa ainda não é uma visão que existe. Precisamos mostrar pra nós mesmos como é importante a agricultura pra esse país", define.

Nesse cenário se destaca claramente o Centro-Oeste, segundo Rodrigues. "O Centro-Oeste é o Maracanã onde vai ser jogada a partida final da Copa do Mundo da alimentação e da energia", brinca. Para ele, a região tem as qualidades ideias para contribuir com o crescimento do país, mas precisa investir em logística, tecnologia e capacitação para continuar avançando.

"O peso que a agricultura tem na economia não é o mesmo que ela exerce na política. Falta visão adequada da sociedade sobre a importância da agricultura para que a população faça exigências ao governo", afirmou ex-ministro.
"O peso que a agricultura tem na economia não é o mesmo que ela exerce na política. Falta visão adequada da sociedade sobre a importância da agricultura para que a população faça exigências ao governo", afirmou ex-ministro.
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