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Economia

Investimento de campanha migra das gráficas para o mundo virtual

Caroline Maldonado | 15/09/2014 09:00
Publicitários tem trabalho em dobro em época de eleições (Foto: Marcos Ermínio)
Publicitários tem trabalho em dobro em época de eleições (Foto: Marcos Ermínio)

A propaganda eleitoral entrou de vez na onda das mídias sociais e agora os candidatos investem mais na internet do que em materiais impressos. Com isso, o setor gráfico e editorial, que costumava contabilizar em média 20% de aumento na lucratividade em vésperas de eleições, agora não tem mais que 5% de acréscimo no rendimento, segundo o Sindgraf (Sindicato da Indústria Gráfica de Mato Grosso do Sul). Enquanto isso, as agências de marketing digital comemoram alta de até 100% na produção, nos meses que antecedem a votação.

De acordo com o presidente do Sindgraf, Julião Gaúna, os gastos de campanha com material impresso veem diminuindo, gradativamente, há três eleições. “A legislação obrigou a diminuir o papel, por questão de limpeza na cidade, afinal folhetos e santinhos sujam as ruas. Também por causa das novas mídias, a alta na demanda nas gráficas já não é tão relevante como antes”, afirma o presidente da entidade.

Segundo proprietário de agência, candidatos querem seguidores a todo custo (Foto: Marcos Ermínio)
Segundo proprietário de agência, candidatos querem seguidores a todo custo (Foto: Marcos Ermínio)

Na urgência de criar um relacionamento intenso com os eleitores antes do dia 5 de outubro, quando a população vai às urnas, os candidatos se antecipam. Muitos já tinham o material digital completamente pronto antes mesmo do dia 5 de julho, data em que foi liberada por lei a propaganda eleitoral na internet.

“Alguns querem, em dois meses, alcançar a estimativa gigantesca de ter 10 mil pessoas seguindo no Facebook. Mas o relacionamento nas redes sociais não acontece do dia para a noite”, explica o sócio proprietário da agência de marketing digital Ideias Web, Fernando Gonçalves. Ele não revela o número de clientes de campanha, mas garante que o trabalho dobra nesse período.

O empresário explica que a internet pode ser um meio mais eficiente para alcançar as pessoas, mas ainda assim o eleitor é exigente. “Não é tão simples ter seguidores. Para conversar com as pessoas na internet tem que postar um conteúdo bem elaborado que elas vão gostar, salvo políticos de grande nome, como a presidenta”.

Regras - A lei que regulamenta a propaganda eleitoral de 2014 tem um capítulo específico para a internet. A expressão de pensamento por meio da rede é livre, mas cada um tem que se identificar ao publicar um conteúdo. É proibido o anonimato, muitas vezes usado para denegrir a imagem de candiado opositor. A multa, caso seja descoberta a identidade do autor, varia entre R$ 5 mil e R$ 30 mil. Para garantir que os eleitores não sejam importunados, a lei proíbe ainda que empresas forneçam endereços de email e qualquer item de cadastro a candidatos ou partidos políticos.

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