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Economia

MS é o primeiro do País em número de mulheres que são donas de negócios

Elas respondem por 38% da totalidade de empresas no Estado

Tainá Jara | 26/02/2020 13:16
Lar de idosos administrado por mulher, em Campo Grande, tem equipe 100% feminina (Foto: Arquivo/Marcos Maluf)
Lar de idosos administrado por mulher, em Campo Grande, tem equipe 100% feminina (Foto: Arquivo/Marcos Maluf)

Mais do que opção de independência financeira, ter uma mulher a frente dos negócios também representa chance de inovação nos formatos de gestão. Enfrentar desafios específicos para administrar empresas exige, muitas vezes, não só superação, mas também criatividade. Pesquisa divulgada pelo Sebrae mostra que as sul-mato-grossenses têm se saído bem na hora de empreender. Elas respondem por 38% da totalidade dos donos de negócios, índice que coloca o Estado como o primeiro do país com presença de empresárias.

Aqui, o resultado ficou acima da média nacional, de 34% de donas de negócios. Conforme o relatório especial "Empreendedorismo Feminino no Brasil", de março de 2019, após Mato Grosso do Sul, estão empatados em segundo lugar Distrito Federal, São Paulo e Rio Grande do Norte, todos com 36% de empresárias.

A empresária Mariana Matta, 38 anos, é uma das que ajudam a engordar este porcentual. Há mais de dois anos, ela trocou as frustrações e doenças decorrentes de uma rotina de trabalho tóxica para se tornar dona de negócio em que administraria as coisas do seu jeito. Arriscou e negociou a compra de um lar para idosos. “Nunca tinha administrado nada na vida, mas aceitei o desafio”.

Enfermeira, ela relata que, embora a profissão seja formada predominantemente por mulheres e a função de cuidado estar historicamente associada à imagem feminina, os ambientes em que trabalhou anteriormente sempre se mostraram mais favoráveis aos homens. “Eles sempre se desenvolviam de forma financeiramente melhor que a gente e a maneira como eram tratados era diferente”.

Em contrapartida, Mariana priorizou equipe 100% feminina quando resolveu administrar o próprio negócio. A escolha exigiu ajustes na rotina da empresa em decorrência da dupla jornada feminina. “Elas podem, por exemplo, levar as crianças para o trabalho quando for preciso. Porque eu sei como é isso”.

Mesmo assim, a empresária relata ter enfrentado dificuldades relacionadas ao fato de ser mulher. “Muitas vezes a gente é tapeada. A maioria dos prestadores de serviço, como pedreiros e encanadores, são homens e já tentaram enganar com preços”, relembrou. Até mesmo ciúmes do marido está entre os problemas elencados por ela na hora que a mulher deseja empreender.

Pesquisa - O estudo também mostra que a conversão de "empreendedoras" em "donas de negócios" é 40% mais baixa, quando comparado aos homens. Ou seja, há uma desistência maior pela parte feminina até o sucesso da empresa. Além disso, a proporção de negócios por necessidade é maior no grupo das mulheres, com 44%, contra 32%, no caso deles.

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