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Economia

Para Obama, crise é prioridade dos próximos 100 dias

Redação | 20/01/2009 15:05

Ao lado da mulher Michelle e das filhas Sasha e Malia, na cerimônia de posse hoje de Barack Obama falou a frase que o mundo espera se concretizar: "estamos prontos para liderar mais uma vez".

Como presidente no cargo, Obama já anunciou que reverter a crise econômica é prioridade para os cem primeiros dias de governo.

Nas próximas semanas deve ser anunciado novo pacote de estímulo fiscal no valor de 825 trilhões de dólares.

Além disso, promete agir rapidamente para reformar o ineficaz sistema regulatório do setor financeiro, que supostamente permitiu o fiasco das hipotecas "subprime" e os subsequentes problemas que levaram ao colapso de instituições financeiras outrora respeitadas, como o banco Lehman Brothers.

Um desafio mais imediato é assegurar a confirmação do seu indicado para secretário do Tesouro, Timothy Geithner, que enfrenta restrições devido a casos de sonegação fiscal e dúvidas sobre o status imigratório de uma ex-empregada doméstica.

Mas talvez nenhuma dificuldade seja maior para Obama do que controlar as expectativas da opinião pública. "Ele é visto de várias maneiras como um potencial salvador do nosso país", disse William Keylor, historiador da Universidade de Boston. "Qualquer coisa que ele conseguir será aquém das extraordinárias expectativas que as pessoas depositam nele."

Tentando reduzir tal carga, Obama vem fazendo alertas sombrios quanto ao futuro. Num recente discurso, ele alertou que o desemprego pode chegar a dois dígitos, e disse aos norte-americanos que esta crise "não é igual a nada que tenhamos visto em nossas vidas", enfatizando que os problemas não seriam resolvidos da noite para o dia.

Um exemplo das enormes expectativas que o cercam são as comparações recorrentes com Franklin Roosevelt, que assumiu no auge da Grande Depressão e criou a mística em torno dos "cem primeiros dias".

Roosevelt aprovou 15 projetos importantes no Congresso nesse período, como parte do seu New Deal, conjunto de medidas que instituiu grande parte da moderna rede norte-americana de proteção social.

Assim como Roosevelt, Obama tem uma maioria democrata no Congresso e um mandato popular que dará impulso à sua pauta.

Mas Keylor e outros historiadores acham as comparações com Roosevelt exageradas. "São fora de propósito", disse Leo Ribuffo, professor da Universidade George Washington, lembrando que em 1933, na posse de Roosevelt, a Depressão já durava três anos e meio e o desemprego era de quase 25 por cento -- bem acima da atual taxa de 7,2 por cento, ou mesmo dos 10 por cento previstos por alguns economistas.

Para Ribuffo, as crises econômicas do final da década de 1970 e começo da de 80 são mais comparáveis à atual, embora os democratas possam achar politicamente interessante estimular tacitamente as comparações com a década de 1930, pois isso ajudaria a criar apoio popular às medidas econômicas de Obama.

Fevereiro - Obama estabeleceu meados de fevereiro como meta para a aprovação do seu pacote de obras públicas, reduções de impostos, ajuda a desempregados e outras medidas destinadas a estimular a economia.

Agora que o Senado aceitou liberar os restantes 350 bilhões de dólares do programa de resgate financeiro, Obama terá de cumprir suas promessas de dar mais atenção à questão dos despejos imobiliários e de exigir responsabilidade das firmas que estão recebendo dinheiro do fundo de resgate.

Analistas acreditam que essas prioridades vão dominar a pauta de Obama para questões domésticas. Para Ribuffo, Obama, conhecido por seu carisma, terá de se equilibrar entre inspirar a população e evitar expectativas infladas. Caso consiga fazer isso, e se aprovar o pacote de estímulo e não cometer grandes erros, seus cem primeiros dias serão considerados um sucesso. (Infomrações do Portal IG)

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