Festival de hipismo adaptado celebra 10 anos de Centro de Equoterapia

O Centro de Equoterapia da Polícia Militar, no Parque dos Poderes, em Campo Grande, recebeu na tarde desta segunda-feira (10) a 5ª edição da Paralímpiada de Hipismo Adaptado. O objetivo é fazer um festival que celebra o desenvolvimento de 105 crianças e adolescentes tratados, além de comemorar os 10 anos de funcionamento.
São atendidas pessoas que apresentam paralisia cerebral, déficit de atenção, dificuldades motoras, Síndrome de Down, entre outros.
O cavalo se torna o principal aliado na fisioterapia dessas crianças, explica a major da Polícia Militar e presidente do Centro de Equoterapia, Neidy Nunes Barbosa Cinturião. “O cavalo te induz a fazer o que ele quer. Precisa de atenção”, comenta.
De acordo com a major, a realização dos Jogos Paralímpicos, em Londres, também serve de incentivo para o tratamento das crianças. “Motivação é tudo. Eles olham e se identificam”.
Existe uma fila formada por 43 pessoas para serem tratadas no Centro de Equoterapia da PM. Segundo o coordenador, fisioterapeuta, pedagogo, e sub-tenente, Vanderlei Lorenzeti, as vagas abrem a cada seis meses.
Ele diz que existe estudo de cada caso até que os pacientes possam receber alta. São seis meses de alta, se o paciente regredir ele retorna para o atendimento. “Em três anos, duas pessoas voltaram entre 38”.
O estudo de caso é realizado a cada 15 dias entre os 16 profissionais formados por pedagogos, professores de educação física, psicólogos, fonoaudiólogos, terapeutas e fisioterapeutas.

Tratamento – A professora Lenisvane Assis Vieira, 38, leva os dois filhos para as sessões no Centro de Equoterapia. Caio, 13, tem Síndrome de Down, e Caira, 11, apresenta déficit cognitivo.
O menino está desde o início do projeto. A mãe conta que o tratamento com os cavalos fez com ele desenvolvesse melhor seu equilíbrio. “Ele sobe e desce da escada. Tem um ótimo equilíbrio”, diz orgulhosa.
Caira está pouco mais de um ano. Suas maiores dificuldades eram o aprendizado e a socialização, passando por tratamento com pedagogos e psicólogos. “A Caira tem comportamento introvertido e pânico. Apresentou melhora muito grande depois que veio pra cá, está enfrentando os desafios”.
Desafio maior tem a dona de casa Diva Pereira, de 40 anos. Moradora de Costa Rica, ela se desloca duas vezes por semana para Campo Grande para o tratamento da pequena Izadora, de 6 anos.
São mais 600 km de estrada em cada viagem. Izadora nasceu com a parte direita do corpo pré paralisada e tem dificuldades para andar. “Ela tinha pouco equilíbrio, mas com a fisioterapia, baliza, e coordenação motora, melhorou muito em um ano”, ressalta.