Time de Miranda vence 3º torneio de futebol indígena sub-17
A competição reuniu atletas de 30 aldeias de MS, representando as etnias Kadiwéu, Terena e Guarani
Neste domingo (28), a Praça Estrela do Sul foi palco do 3º torneio de futebol dos jovens das comunidades indígenas sub-17, que terminou com a vitória de Miranda sobre Aquidauana na grande final. Campo Grande e Sidrolândia se enfrentaram na semifinal, e a Capital terminou na 4ª colocação.
RESUMO
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Miranda sagrou-se campeã do torneio de futebol sub-17 indígena em Mato Grosso do Sul, vencendo Aquidauana na final realizada na Praça Estrela do Sul. A competição reuniu atletas de 30 aldeias, representando as etnias kadiwéu, terena e guarani de seis municípios. O time vencedor, formado por jovens de nove aldeias de Miranda, superou dificuldades logísticas para treinar. O evento também promoveu seminários sobre trabalho infantil, drogas e sustentabilidade, exigindo que todos os participantes estivessem matriculados em instituições de ensino.
A competição reuniu atletas de 30 aldeias, representando três etnias — Kadiwéu, Terena e Guarani — e seis municípios do estado.
Entre os atletas, a emoção tomou conta. Einco Makamyawa, de 15 anos, estudante e goleiro do time de Miranda, descreveu a conquista como a realização de um sonho.
“Meu sonho é ser jogador. Batalhei bastante hoje. Tive muito apoio da minha mãe e dedico a vitória à minha família”, disse emocionado.
Morador da Aldeia Moreira, Einco contou que treinava em casa por conta das poucas oportunidades de treino coletivo. No ano passado, uma fratura no braço o impediu de jogar, mas desta vez ele fez história na final.
A equipe campeã contou com atletas de nove aldeias de Miranda. O técnico Attos Julio, de 28 anos, da Aldeia Cachoeirinha, destacou as dificuldades e a emoção de conduzir o time.
“Foi difícil juntar todas as aldeias. Usei meu carro para buscar os atletas. É uma alegria muito grande poder treinar esses meninos; sinto apenas gratidão e emoção ao mesmo tempo”, comemorou.
Segundo ele, os treinos começaram em agosto, mas, devido à distância entre as aldeias e à falta de recursos, o grupo conseguiu se reunir apenas três vezes.
Conforme explica a gestora do programa de combate ao trabalho infantil e de estímulo à aprendizagem, Déa Yule, de 50 anos, para participar do torneio, todos os atletas precisam estar matriculados em instituições de ensino.
“Muitos jovens nunca tinham saído da aldeia rural. Ficamos muito gratos por eles terem tanto engajamento. Esses torneios têm mudado a realidade das comunidades, segundo os líderes, e têm mudado o comportamento dos jovens”, disse.
O cacique Edvaldo Antônio, de 42 anos, licenciado da Aldeia Cachoeirinha, em Miranda, ressaltou o impacto do projeto para os jovens.
“Meu coração está transbordando de alegria. Eles vieram determinados a conquistar a vitória e assim foi. É uma forma de eles acreditarem em seus sonhos”, destacou.
Além da disputa esportiva, o evento também incluiu seminários sobre trabalho infantil, drogas, sustentabilidade e aprendizagem.
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