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Arquitetura

Construída conforme a direção do vento, casa pequena dispensa ar condicionado

Paula Maciulevicius | 07/04/2014 07:49
São 45m², que incluem dois quartos, sala, cozinha, banheiro, lavanderia, garagem, jardim nos fundos e na frente.
São 45m², que incluem dois quartos, sala, cozinha, banheiro, lavanderia, garagem, jardim nos fundos e na frente.

A sustentabilidade vai além dos materiais usados na construção. No Jardim Bálsamo, em Campo Grande, cinco casas populares foram erguidas na concepção ecológica, mas com um projeto simples e de arquitetura contemporânea. Projetada pela arquiteta Perla Larsen, as casas podem ser financiadas pelo programa Minha Casa, Minha Vida, do Governo Federal. São 45m², que incluem dois quartos, sala, cozinha, banheiro, lavanderia, garagem, jardim nos fundos e na frente.

O posicionamento de vãos, aberturas e janelas foram pensados de modo que é possível a entrada de 100% da ventilação, além de boa iluminação. A planta valoriza a praticidade e funcionalidade dos espaços, com aplicação de técnicas de conforto ambiental que conferem um clima agradável no interior das casas.

“Estudamos os sentidos dos ventos, o clima local, a posição do sol. Com esse estudo é possível determinar quais os tipos de janelas deve-se colocar, onde devem ficar, qual tamanho devem ter. Se colocadas corretamente, é possível propiciar ventilação para locais específicos da casa”, explica a arquiteta.

Posicionamento de aberturas foram pensados de modo que é possível a entrada de 100% da ventilação.
Posicionamento de aberturas foram pensados de modo que é possível a entrada de 100% da ventilação.
Laje da casa tem sistema isotérmico que não permite a passagem de calor que vem da cobertura.
Laje da casa tem sistema isotérmico que não permite a passagem de calor que vem da cobertura.

As paredes dos quartos por exemplo, não pegam sol e a laje da casa tem sistema isotérmico que não permite a passagem de calor que vem da cobertura. “Com isso, os ambientes ficam frescos e não necessitam do uso de ventiladores ou ar condicionado na maioria dos dias do ano”, afirma Perla.

Voltadas para a população de baixa renda, a eficiência dos sistemas implantados na casa possibilita gastos menores com contas de energia e água e também descontos com impostos municipais. “O público com renda menor é quem mais precisa utilizar esses recursos, pois esses sistemas possibilitam melhor qualidade de vida com baixo custo de água e energia”, ressalta Perla.

O aquecimento solar é um dos destaques do projeto, inclusive para os chuveiros, que possibilita uma grande economia de energia elétrica a longo prazo. O reuso da água é outro diferencial: a água da chuva é reaproveitada para utilização no jardim e vaso sanitário através de uma cisterna captadora.

Por fora, o piso do entorno das moradias é uma espécie de “calçada verde”, em substituição ao tradicional concreto, a grama plantada permite a permeabilidade do solo.

Além disso, os materiais construtivos utilizados, como os tijolos, são ecológicos e feitos sem queima nem geração de gás carbônico, num sistema de arenito e cimento prensados. Perla já vinha trabalhando com sistemas de foco sustentável em separado. Este é o primeiro projeto que une vários preceitos.

Entre as dificuldades na construção, a arquiteta destaca a mão de obra. “Que não está treinada para inovações e tecnologia”, sustenta. O prazo para a entrega da casa se estica um pouco mais devido a este ponto.

O investimento é um pouco maior do que o de uma construção tradicional, porqure precisa de tubulação de água quente, aquecedor solar, sistema de captação de água de chuva, entre outros. No entanto, as casas prontas tem o valor de comercialização de R$ 100 mil.

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