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ABRIL, QUINTA  25    CAMPO GRANDE 27º

Arquitetura

De concreto e cimento queimado, galpão exibe aulas de balé em fachada de vidro

Paula Maciulevicius | 07/07/2014 06:51
Pela arquitetura, a fachada de vidro se tornou vitrine para o estúdio de dança. (Foto: Marcelo Victor)
Pela arquitetura, a fachada de vidro se tornou vitrine para o estúdio de dança. (Foto: Marcelo Victor)

Durante o dia ou à noite, quem passa pela rua Jeribá, na região do bairro Chácara Cachoeira, em Campo Grande, pode se deparar com bailarinas fazendo plié junto à barra, na sala do alto. Pela arquitetura, a fachada de vidro se tornou vitrine para o estúdio de dança.

O espaço, da bailarina e professora de balé Selma Azambuja, foi erguido em um ano e recebe alunos desde abril. De arquitetura contemporânea, o projeto, assinado por Renata Jallad, trouxe um tom rústico através dos materiais.

“Aqui a nossa ideia foi fazer uma coisa sem muita informação no prédio. Usamos concreto e cimento queimado, que remete aos galpões nova-iorquinos e iluminação técnica que remete ao palco e ao cenário”, explica a arquiteta.

O prédio abriga uma cantina, cinco salas, sendo três de aula, uma da proprietária, dos professores e de descanso para os alunos, além de banheiro e vestiário e a recepção. O projeto trabalhou a integração entre música e arte no ambiente como um todo. O resultado pode ser ouvido desde a porta, através da música ambiente.

“É uma escola de dança, a proposta era misturar arte, teatro, música, um espaço aberto para o artista, escola que tem passagem livre, tem que ter cantina aberta”, detalha Selma. Propositalmente, as janelas do térreo ficam abertas assim como as portas para quem quiser entrar e se alimentar. A cantina é disponível ao público em geral, mas com um cardápio que sugere uma alimentação saudável, com sucos naturais e salgados de massa integral.

Propositalmente, as janelas do térreo ficam abertas para quem quiser se alimentar na cantina.
Propositalmente, as janelas do térreo ficam abertas para quem quiser se alimentar na cantina.
Bailarina e professora, Selma Azambuja toca o sino para indicar começo e fim das aulas de dança.
Bailarina e professora, Selma Azambuja toca o sino para indicar começo e fim das aulas de dança.
Recepção do estúdio deixa à mostra todos os elementos do projeto. Cimento queimado e concreto.
Recepção do estúdio deixa à mostra todos os elementos do projeto. Cimento queimado e concreto.

“Foi criado uma área de convívio, a gente não quis limitar a escola e sim ter o trabalho aberto ao público”, apresenta a bailarina.

A afinidade entre a proprietária e a arquiteta são notadas até na hora da reportagem. Juntas, as duas descrevem todo o projeto que gerou o espaço de dança de Selma. Como consequência da amizade entre elas, arquiteta e professora veem a escola com os mesmos olhos. Um toque a mais na hora de propiciar aos alunos um espaço rústico e tão aconchegante.

“Trabalhamos essa questão do trânsito, da cultura, da integração e nos preocupamos até em ter a música ambiente”, pontua a arquiteta Renata.

O chamariz para quem está de fora – as aulas vistas pela fachada de vidro – foi um olhar trazido pela bailarina. A professora atribui o projeto à felicidade que as dançarinas têm de terem público.

“Bailarina é muito exibida, adora ser vista. Quando eu abro a cortina, se vê a diferença. Pode não ter ninguém olhando, mas só de saber que elas estão expostas, o ensaio melhora”, avalia Selma.

Aulas de balé clássico infantil, uma das opções que o espaço oferece. (Fotos: Marcos Ermínio)
Aulas de balé clássico infantil, uma das opções que o espaço oferece. (Fotos: Marcos Ermínio)

E é dentro da sala que a iluminação escolhida transforma cada aula em espetáculo. Renata trabalhou com iluminação cênica para que as bailarinas ficassem familiarizadas com o palco desde os primeiros passos.

A rusticidade entra mais uma vez em cena por meio das calhas e conduítes. Os tubos por onde passam a instalação elétrica foram projetados para ficar à vista mesmo. “É mais rústico, sem a pretensão de ser tudo certinho, embutido”, acrescenta Renata.

Bailarina desde os 4 anos e professora de balé desde os 14, Selma dedica a vida à dança. Com currículo extenso de apresentações e cursos fora do país, só neste ano que ela resolveu abrir as portas do próprio espaço.

“Foi um momento em que eu me senti mais tranquila, tendo mais tempo para me dedicar à escola”, comenta.

Aberto de segunda à sábado, o galpão de concreto com a fachada de vidro oferece aulas de balé clássico, moderno e jazz, tanto infantil, quando adulto, dança contemporânea, de salão e street dance.

Sala de descanso das bailarinas, pensado para que elas conversem antes ou depois das aulas.
Sala de descanso das bailarinas, pensado para que elas conversem antes ou depois das aulas.
Para destacar o rústico, iluminação em calhas foi a opção do projeto.
Para destacar o rústico, iluminação em calhas foi a opção do projeto.
Iluminação cênica dá a sensação de espetáculo em cada ensaio.
Iluminação cênica dá a sensação de espetáculo em cada ensaio.
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