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Arquitetura

Inspirado em Glauce Rocha, camarim traz a arquitetura dos anos 60 e 70 para casa

Paula Maciulevicius | 26/07/2016 06:20
Glauce Rocha em cena do filme Navalha na Carne, de 1969.
Glauce Rocha em cena do filme Navalha na Carne, de 1969.

A vida e a arte de Glauce Rocha vão estampar, em 10m² do camarim, um pouco da arquitetura de interiores das décadas de 60 e 70. O ambiente, projetado pelo designer de interiores de Dourados, Douglas Raldi, faz parte da Casa Cor, que nesta edição ocupa o casarão da Afonso Pena, assinado pelo arquiteto Rubens Gil de Camillo.

"A referência inicial para a criação desse ambiente vem dos anos 60 e 70, através das cores preto e branco, do cinza e do papel de parede listrado", descreve Douglas.

Para compor a homenagem, o projeto trará cenas de filmes e novelas em que a atriz campo-grandense atuou. "Principalmente na cena de Irmãos Coragem, que junto da presença das cores serão marcantes com a mobília clássica e ressignificada na contemporaneidade", completa o designer.

Casa Cor abre as portas no aniversário da cidade, 26 de agosto.
Casa Cor abre as portas no aniversário da cidade, 26 de agosto.

Como Glauce fumava muito, o camarim também vai incorporar cinzeiros. A história conta que nos camarins por onde a atriz passava, havia sempre uma caixinha de remédios variados - de vitaminas a analgésicos, para que doença nenhuma a impedisse de trabalhar.

A ideia de homenagear Glauce Rocha vem como um resgate para as novas gerações. "Já ouvimos falar dela sendo nome do teatro da UFMS, de salas de estudos teatrais do Rio de Janeiro, mas esta geração - dos anos 90 para cá - nunca viu uma foto dela", explica Douglas.

O designer completa ainda dizendo que quer homenagear Glauce no camarim por ser ícone de arte brasileira que atuou na TV e nos palcos do teatro, mostrando o poder da mulher nas lutas contra a censura na arte.

"O camarim entra neste universo cênico do teatro, que está sendo idealizado como se fosse receber Glauce no ápice da fama e uma grande dama merece ser recebida em um espaço que marca, cheio de requinte", ressalta Douglas.

Glauce em cena dos "Irmãos Coragem".
Glauce em cena dos "Irmãos Coragem".

Na planta original da casa, o camarim corresponde à ante-sala da lavanderia, onde se passava a roupa. "É um espaço pequeno, mas de poder simbólico altíssimo", resume Douglas.

Esta é a primeira participação do designer na mostra que está na quarta edição. A um mês da abertura ao público, serão 37 profissionais mostrando a arquitetura e o design pensados no Estado nos ambientes: ala de convívio, living, suíte dos gêmeos, camarim, adega, escritório do poeta, sala de jantar, varanda da família, entre outros.

Prevista para abrir as portas no aniversário da cidade, 26 de agosto, serão 45 dias de mostra, com direito a balada, opções gastronômicas para todos os gostos, apresentações artísticas, palestras, desfiles de moda e muito mais.

Glauce Rocha nasceu em Campo Grande em 1930 e morreu em São Paulo, em 1971 e começou a carreira apresentando peças infantis. Na década de 50, era uma das integrantes do grupo "Os fabulosos" e sua primeira aparição profissional nos palcos foi na companhia de teatro de Alda Garrido, e 1952.

No cinema, participou do filme "Rio, 40 graus", de Nelson Pereira dos Santos, que teve proibida a exibição em todo país com a justificativa de ter conteúdo comunista. Além de "Irmãos Coragem", são várias as atuações de Glauce em novelas. Seu último papel foi em "O Hospital", na TV Tupi, que não chegou a terminar. A atriz morreu na Unidade Cardiológica da Alameda Santos, em São Paulo.

A Casa Cor MS vai de 26 de agosto a 9 de outubro, na Avenida Afonso Pena, nº 4025.

A ideia de homenagear Glauce Rocha vem como um resgate para as novas gerações.
A ideia de homenagear Glauce Rocha vem como um resgate para as novas gerações.
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