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Artes

Pandemia inspirou Gabriel a revelar fotografias em casa, à moda antiga

Desde janeiro, ele encara todo o processo fotográfico de "forma analógica".

Lucas Mamédio | 11/06/2021 09:05
Revelação feita em 120 mm de uma capivara (Foto: Gabriel Quartin)
Revelação feita em 120 mm de uma capivara (Foto: Gabriel Quartin)

O fotógrafo e diretor de arte Gabriel Quartin passou por uma transformação profunda durante essa pandemia, que como fases de um processo ainda em andamento, vem acrescentando camadas a seu trabalho.

Em seu Instagram expôs essa mudança profunda forjada no isolamento. “Desde Janeiro estou fotografando e revelando minhas fotos, e vem sendo um aprendizado incrível, ser autor do início ou fim do ato fotográfico é pensar e viver a fotografia analógica de forma muito mais intensa. E nesse processo de aprendizagem iniciei nessas fotos, um novo formato, 120 mm, que traz inúmeras possibilidades e características totalmente diferentes. Ansioso pro próximo rolo!”, contou.

"Vem sendo um aprendizado incrível, ser autor do início ou fim do ato fotográfico", diz Gabriel (Foto: Gabriel Quartin)
"Vem sendo um aprendizado incrível, ser autor do início ou fim do ato fotográfico", diz Gabriel (Foto: Gabriel Quartin)
Gabriel diz que decidiu se aprofundar no estudo da fotografia analógica (Foto: Gabriel Quartin)
Gabriel diz que decidiu se aprofundar no estudo da fotografia analógica (Foto: Gabriel Quartin)

Gabriel fala como a pandemia foi gradativamente impactando sua rotina. “No início havia um otimismo, me parecia "mais tempo pra criar", "oportunidade para dar sequência em projetos", já que estava em casa. Só que cada vez mais era difícil estar disposto, e principalmente achar sentido naquilo tudo. Uma injusta balança, onde de um lado tinha o peso de ser produtivo e se manter criativamente ativo e do outro a sensação sufocante de ver os números de casos subindo”.

Os trabalhos com modelos foram e ainda estão sendo impedidos pela óbvia impossibilidade de contato entre as pessoas e também, de certa forma, pelo estado de espírito de Quartin.

Revelação colorida da revelação feita na casa de Quartin (Foto: Gabriel Quartin)
Revelação colorida da revelação feita na casa de Quartin (Foto: Gabriel Quartin)

“Decidi me aprofundar no estudo da fotografia analógica, que já era uma forma de fotografar que estava me agradando, pelo ritmo mais saudável que ela oferecia. Fazer a foto não significa ter a foto, pelo menos, até a revelação se concluir. E nisso, decidi também estudar a revelação, justamente pra evitar ficar saindo de casa pra revelar”.

Foto em preto e branco do avô de Quartin (Foto: Gabriel Quartin)
Foto em preto e branco do avô de Quartin (Foto: Gabriel Quartin)

Segundo o artista, o ato fotográfico é um processo mais longo do que se imagina. “Começa na sua cabeça, passa pela câmera, se encontra com o mundo, é revelada e editada e por fim se concretiza em imagem, seja ela virtual ou impressa”.

No meio analógico, esse processo é interrompido pela natureza do estilo, pelo tempo que toma.

 “Acabo minhas poses, guardo, espero um dia pra ir ao laboratório (há bem pouca opção na cidade) espero a revelação, busco as fotos. Hoje eu consigo, por exemplo, fotografar de manhã, a tarde revelar, se deslumbrar com a imagem formando, sentir o cheiro do filme secando no quarto, olhar quadro a quadro do que captei, digitalizar e editar”.

Pra isso tudo acontecer, explica Gabriel, demorou um tempos. Tanque de revelação, saco preto, químicos, scanner, tudo isso ele foi adquirindo espaçadamente e, nesse tempo estudando e acumulando vontade de ser autor do processo também.

“Passei a entender mais o tempo da foto, o tempo que leva entre olhar e capturar, o tempo de cada câmera, a construção dela muitas vezes interfere no ritmo da sua imagem. Entender o meu tempo também. Percebo que tem uma boa galera se empolgando com o analógico e no que eu puder fazer pra ajudar esse pessoa só vai trazer sentido ao meu processo. Acho que o ato de aprender tem seu fim no ensinar”.

Quem quiser ver mais do trabalho de Gabriel pode conferir no Instagram.

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