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Com blocos e cordões, Carnaval de rua de Campo Grande ganha força

Nyelder Rodrigues e Mariana Lopes | 12/02/2013 00:31
Cerca de 3 mil pessoas participaram do desfile de blocos e cordões na Esplanada Ferroviária (Foto: João Garrigó)
Cerca de 3 mil pessoas participaram do desfile de blocos e cordões na Esplanada Ferroviária (Foto: João Garrigó)

Muita folia e democracia. Essa é a marca registrada dos carnavais de rua de Campo Grande em 2013, e talvez essa força venha justamente de um ponto fraco do Carnaval este ano na Capital: ficamos sem os tradicionais carnavais de clubes.

Aí, não tem jeito. Quem quer festar, se junta ao bloco de rua e deixa a alegria tomar conta. E não foi diferente na noite desta segunda-feira (11), no desfile dos blocos e cordões na Esplanada Ferroviária, onde cerca de 3 mil pessoas acompanharam o evento.

Oito blocos, cinco cordões, mais dois convidados – Valu e Maracangalha – animaram a noite carnavalesca no histórico palco campo-grandense, com público variado, de crianças até idosos que acompanharam os desfiles que começavam na entrada da Feira Central, e iam até a avenida Mato Grosso.

Os primeiros a “apresentar” alegria foram os cordões, seguidos pelos blocos. No meio de tudo isso, estava a estudante Cristina Marins, 32 anos, que saiu no bloco Bem Te Vi, e estava junto com a irmã e mais quatro crianças, entre filho e sobrinhos, de 5 a 10 anos.

Ela conta que primeiro uma amiga a convidou para participar do bloco, mas ficou com receio, até que viu a divulgação na mídia e se interessou. “Vim sem medo e não me arrependo. Dá pra ver que o pessoal veio se divertir, um clima bem familiar”, comentou.

Confiante na segurança e no clima familiar, Cristiane aproveitou a noite de folia com o filho e sobrinhos (Foto: João Garrigó)
Confiante na segurança e no clima familiar, Cristiane aproveitou a noite de folia com o filho e sobrinhos (Foto: João Garrigó)

“O pessoal está bebendo, mas é gente que vem com outra cabeça, não é para arrumar confusão. Se eu visse que estava perigoso, já tinha ido embora com meu filho”, diz Cristina, que ainda lembrou que já fazia cerca de 15 anos que ela não saia para o Carnaval de rua, e agora percebeu que isso está voltando.

De fato, segurança não foi o problema. Trabalharam na Esplanada 40 policiais militares, que faziam rondas bem espalhadas no local, em quartetos. Além deles, 30 seguranças particulares, junto a Guarda Municipal, garantiram a alegria sem problemas dos foliões.

Outro animado era Nei Pretinho, presidente do bloco Os Bamba de Belo Horizonte, tricampeão e que, segundo o próprio Nei, veio mais um ano para ganhar.

Ele elogiou a organização do Carnaval, mas reclamou do dinheiro disponibilizado, que considerou pouco. “Mas vamos aí. O importante é ter alegria para desfilar”, afirmou. O bloco contou com aproximadamente 200 integrantes, e foi o terceiro a desfilar.

Para garantir o clima familiar, 40 Policiais Militares, 30 seguranças particulares e mais apoio da Guarda Municipal faziam a segurança do evento (Foto: João Garrigó)
Para garantir o clima familiar, 40 Policiais Militares, 30 seguranças particulares e mais apoio da Guarda Municipal faziam a segurança do evento (Foto: João Garrigó)

Conforme o presidente da Ablanc-MS (Associação dos Blocos, Bandas, Cordões e Corso Carnavalesco e Cultural de Campo Grande), Dudu Walfrido, a cada ano mais pessoas vão conferir a folia. “É um Carnaval espontâneo, que vai de crianças a idoso. É uma festa para todo mundo, resgatando os antigos carnavais”, argumenta Dudu.

Ele conta que o Carnaval dos blocos recebeu R$ 30 mil do Governo do Estado para realizar o evento. “Não é muito dinheiro para Carnaval, mas é só trabalhar que dá”, disse Walfrido, em parte concordando com Nei Pretinho.

Além disso, Dudu revelou que a Ablanc está pleiteando que o evento seja feito em dois dias, sendo um só para os cordões, e o outro dia só para desfiles dos blocos. E se depender das declarações dos responsáveis por gerir a cultura campo-grandense, talvez esse seja o caminho.

Para o presidente da Fundac (Fundação Municipal de Cultura), Julio Cabral, o desfile de blocos é tradicional, e superou a expectativa. “O Carnaval só vai ter força com esse movimento dos blocos. É possível fazer um Carnaval diferente em Campo Grande”, declarou.

Sobre um “Carnaval diferente”, o presidente da Lienca (Liga das Entidades Carnavalescas de Campo Grande), Eduardo Souza Neto, é preciso que seja feito um Carnaval com a nossa cara, sem comparação com o Carnaval de outras cidades.

Ao falar sobre a falta de tempo que a Fundac teve para organizar o Carnaval desde ano, Julio Cabral contou que talvez o dinheiro que não pode ser liberado por falta de tempo hábil para fazer a destinação, seja somado ao do próximo Carnaval. “Vamos começar a organizar o Carnaval de 2014 já com o fim do Carnaval de 2013”.

Prefeito folião - No meio de toda aquela festa, olha ele lá. O prefeito Alcides Bernal passeava entre os blocos, conferindo a folia da cidade que administrará, no mínimo, até 2016. “Apesar do pouco tempo, deu pra fazer um Carnaval de qualidade, uma festa para toda família. Agora vamos começar a organizar o Carnaval do ano que vem”, comentou Bernal.

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