ACOMPANHE-NOS     Campo Grande News no Facebook Campo Grande News no Twitter Campo Grande News no Instagram
ABRIL, SEXTA  19    CAMPO GRANDE 29º

Comportamento

Ana sofre há 15 anos para encontrar mãe que nunca conheceu

Além disso, ela aprendeu muito ao longo dessa procura que parece inglória

Jéssica Fernandes | 27/09/2021 07:44
Aos 13 anos, Ana visitou Campo Grande para compreender um pouco da própria história (Foto: Arquivo Pessoal)
Aos 13 anos, Ana visitou Campo Grande para compreender um pouco da própria história (Foto: Arquivo Pessoal)

A busca para encontrar a mãe biológica começou há 15 anos e continua até hoje. Nascida em Campo Grande, Ana Paula Belatto Ramos,  38 anos, saiu da maternidade direto para os braços da mãe adotiva e seguiu viagem para o estado de São Paulo, onde mora até hoje.

A estudante de fisioterapia tem poucas informações sobre a pessoa que procura incansavelmente. Com esses dados, ela realizou buscas nas redes sociais e sites para localizar pessoas desaparecidas, porém sem obter qualquer sucesso.

Depois de tantas tentativas frustradas, a Ana Paula recorreu ao Lado B  para tentar realizar um dos maiores sonhos que tem: encontrar a mãe. Sobre a fase de recém-nascida, a acadêmica só sabe aquilo que contaram para ela. “Nasci em 1983, na maternidade Cândido Mariano. Minha mãe não sabia que esperava um casal de gêmeos e disse para o médico que não teria condições de criar duas crianças”, fala.

Estudante chegou a fazer publicações em grupos para tentar localizar a mãe. (Foto: Arquivo Pessoal)
Estudante chegou a fazer publicações em grupos para tentar localizar a mãe. (Foto: Arquivo Pessoal)

Ana e o irmão foram bebês prematuros de sete meses, que conseguiram um lar ainda na maternidade. “Fomos adotados por uma família de outro estado, mas meu irmão não sobreviveu e morreu meses depois. Eu sempre soube da adoção e sempre procurei minha mãe, porém nunca consegui notícias”, desabafa.

Maria Aparecida de Lima é a pessoa que Ana Paula não conhece nem por fotografia. Mesmo assim, sabe quais características físicas herdou da genitora. “Minha mãe fala que sou parecida com a biológica, que ela também era morena, com olhos castanhos e cabelo cacheado”, afirma.

A jornada de tentar localizar a mãe é, por vezes, exaustiva e desmotivadora, mas a esperança ainda prevalece. “Acredito que não tenha muitas Maria Aparecida de Lima que tiveram um casal de gêmeos em Campo Grande. Meu sonho é saber se tenho irmãos, conhecer ela, pois acabei ficando sozinha”, expõe.

Investigadora ressalta que é importante contatar a polícia em casos como o da Ana Paula. (Foto: Henrique Kawaminami)
Investigadora ressalta que é importante contatar a polícia em casos como o da Ana Paula. (Foto: Henrique Kawaminami)

O Lado B entrou em contato com a investigadora da 5ª Delegacia de Polícia Civil da Capital, Maria Campos, que é especialista em desaparecimento de pessoas.

A profissional alertou que as pessoas que buscam parentes desaparecidos devem contatar a polícia para evitar maiores transtornos. “As redes sociais ajudam muito, mas é um perigo, pois muitos se aproveitam para aplicar golpes. O certo é ir direto na polícia, porque detetives que cobram pelo serviço, muitas vezes, não possuem especialização para realizar o trabalho”, frisa.

De acordo com a profissional, quanto mais informações a pessoa tiver sobre o desaparecido, melhor para o andamento do caso. Na situação da Ana Paula, que sabe somente alguns dados, o cenário é delicado.

Mesmo assim, a investigadora garante que é possível localizar a mãe biológica. “Nome comum fica difícil de lograr êxito, então, nós temos que buscar mais informações, mas não é impossível, a gente abraça muito o desafio”, conclui.

Quem tiver informações que possam ajudar na busca da Ana, o telefone de contato é: (18) 9.9711-9976

Curta o Lado B no Facebook. Tem uma pauta bacana para sugerir? Mande pelas redes sociais, e-mail: ladob@news.com.br ou no Direto das Ruas através do WhatsApp do Campo Grande News (67) 99669-9563.

Nos siga no Google Notícias