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Comportamento

Atropelada, boxer perde os movimentos e ganha campanha por adoção

Paula Maciulevicius | 16/07/2014 06:19
Pandora já foi vermifugada e está pronta para a adoção. (Foto: Marcelo Victor)
Pandora já foi vermifugada e está pronta para a adoção. (Foto: Marcelo Victor)

Pandora tem um ano de idade e brinca como uma criança. Nem a dor dos dias em que ficou abandonada e sem socorro num terreno baldio, após um atropelamento, a deixaram menos dócil. Brincalhona, ela ainda não se acostumou à nova realidade, de que precisa de cadeira de rodas para se locomover e sai se arrastando para cheirar, lamber e receber carinho de quem por perto chegar.

No dia 23 de junho, ela foi resgatada de um matagal na região do bairro Nova Lima, em Campo Grande, passou por cirurgia e recebeu o diagnóstico de que nunca mais andaria pelas próprias patinhas. Desde então, segue internada na Clínica Veterinária “Clinvet”, na Capital, em busca de uma família que possa dar, além de amor e proteção, todo o cuidado que ela necessita.

“Ela é muito dócil, brincalhona, boazinha, uma bebezona. Já foi vermifugada, está com a cadeirinha pronta para a adoção”, descreve Natalia França Saraceni, de 27 anos. A jovem, assessora jurídica no Ministério Público, foi quem deu os primeiros carinhos à cadela.

No dia 23 de junho, ela foi resgatada de um matagal na região do bairro Nova Lima.
No dia 23 de junho, ela foi resgatada de um matagal na região do bairro Nova Lima.

No local onde Natalia trabalha, todo mundo sabe do apego que ela tem aos animais. A história trágica, mas que terá um final feliz, chegou até ela através da copeira do prédio. “A mãe da copeira que mora no Nova Lima e encontrou a cachorra jogada no mato. Ela tinha sido atropelada e se arrastava”, descreve Natalia.

Pandora tinha um lar, uma casa fixa, ração e uma dona, uma senhora que passou por cirurgia e esteve internada por um mês. Neste período, a boxer ficou sob os cuidados de um vizinho. Não se sabe ao certo o que aconteceu, até que o choro dela fosse ouvido.

“Parecia uma floresta onde ela estava, a mãe da funcionária que ouviu o choro. A cachorra estava desesperada por comida, água, até as feridas já tinham cicatrizado”, conta.

A dona saiu do hospital, mas sob cuidados da nora e por ser já de idade avançada, não pode arcar com a responsabilidade que a futura família terá de enfrentar com Pandora. “Levaram ela para a casa da dona, alimentaram. Até acharmos ela foram 30 dias”, acredita Natalia.

Para custear a internação, cirurgia e os gastos com a cadeira de rodas de Pandora, Natalia junto da ONG Vira Latas mobilizou uma campanha nas redes sociais e conseguiu arrecadar R$ 2 mil. Agora, Pandora está prestes a receber alta e precisa de um lar.

Depois de cirurgia, Pandora recebeu o diagnóstico de que nunca mais andaria pelas próprias patinhas.
Depois de cirurgia, Pandora recebeu o diagnóstico de que nunca mais andaria pelas próprias patinhas.

“Vou levar ela para a minha casa no final de semana, mas não posso ficar. Trabalho em período integral e não queremos encaminhá-la para um abrigo. Ela vai precisar de atenção especial”, afirma a assessora.

Os cuidados serão desde o uso de fraldas, colocar a boxer deitadinha ou em pé e cuidar para que ela não caía com a cadeira. “Tem que ter alguém que realmente tenha possibilidade e estrutura para ficar com ela”, completa. Natalia já tem dois cães resgatados assim e que exigem cuidados especiais.

A veterinária Ana Lúcia Salviatto Andrade, de 43 anos, é a responsável pelo atendimento médico à cachorra. “Ela é uma santa, não vai dar muito trabalho, é só a questão da doença mesmo”, descreve.

Devido à lesão que a boxer teve na coluna, Pandora não voltará a andar e vai usar a cadeira de rodas para sempre. “Ela é limpinha, fácil de lidar, só precisa de um ligar onde o piso não seja áspero e uma pessoa com disponibilidade para manuseio de um animal cadeirante”, exemplifica.

A cirurgia realizada na cadela serviu apenas para aliviar a lesão na coluna e diminuir o desconforto diário de Pandora.

Para adotar a boxer, Natalia é criteriosa e os contatos devem ser feitos diretamente com ela pelo telefone: 9906-0608 ou então com a ONG Vira Latas através do telefone 9247-4636.

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