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Comportamento

Com menos bebês, maternidade chega cada vez mais tarde para mulheres de MS

Estado registra queda de 5,9% nos partos e avanço da faixa etária de 30 anos ou mais entre gestantes

Por Kamila Alcântara | 10/12/2025 09:23
Com menos bebês, maternidade chega cada vez mais tarde para mulheres de MS
Recém-nascido em uma UTI neonatal (Foto: Marcello Casal Jr./Agência Brasil)

Mato Grosso do Sul encerrou 2024 com um retrato populacional que mistura queda de nascimentos, mudanças no perfil das mães e um dado silencioso, mas revelador: quase um em cada cinco bebês nasceu em um hospital fora do município onde vive a mãe. As informações foram divulgadas pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) nesta quarta-feira (10), a partir das Estatísticas do Registro Civil e das planilhas detalhadas por local de residência.

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Em 2024, Mato Grosso do Sul registrou 37.768 nascimentos, uma redução de 5,9% em relação ao ano anterior, seguindo a tendência nacional de declínio da fecundidade. Campo Grande, a capital, contabilizou 11.338 nascimentos, também apresentando queda em comparação a 2023. Um dado relevante mostra que 19% dos partos ocorreram fora do município de residência das mães. O perfil materno também mudou, com mais da metade das mães tendo 25 anos ou mais. Preocupa, no entanto, o registro de 231 partos em meninas menores de 15 anos no estado, sendo 51 casos na capital, indicando persistente vulnerabilidade social.

O Estado registrou 37.768 nascidos vivos, número 5,9% menor que em 2023, movimento alinhado à tendência nacional de declínio da fecundidade. A capital acompanhou o ritmo: Campo Grande respondeu por 11.338 nascimentos, também com queda em relação ao ano anterior.

A queda pode não impressionar sozinha, mas o conjunto dos indicadores ajuda a explicar uma transição demográfica mais profunda. Um deles chama atenção pelo peso que traz à rede hospitalar regional: 19% dos nascimentos de mães sul-mato-grossenses ocorreram em cidades que não eram as de residência, índice quase o dobro do registrado no Distrito Federal e bem acima da mínima nacional.

Com menos bebês, maternidade chega cada vez mais tarde para mulheres de MS

Quando acessamos o detalhamento feito pelo IBGE, é possível ver um cenário curioso em Campo Grande: embora a maior parte das mães tenha gestação única, o número de gestações duplas é proporcionalmente mais alto do que no Estado.

No total do MS, foram 905 gestações duplas e apenas 15 triplas ou mais. Na capital, 1.296 gestantes tiveram gravidez de gêmeos e 9 engravidaram de três bebês ou mais, volume expressivo diante do total de partos hospitalares na cidade.

O envelhecimento das mães segue firme. Das 37,7 mil mães do Estado, mais da metade tinha 25 anos ou mais. Mesmo assim, a faixa entre 20 e 24 anos ainda concentra o maior volume de partos, com 9.174 nascidos.

No extremo oposto, a maternidade precoce persiste. Em 2024, 231 meninas com menos de 15 anos tiveram filhos em Mato Grosso do Sul; em Campo Grande foram 51 casos. Ainda que os índices estejam abaixo dos picos históricos, seguem sendo um indicador sensível de vulnerabilidade social.

Com menos bebês, maternidade chega cada vez mais tarde para mulheres de MS

A distribuição entre meninos e meninas não mudou muito: nasceram 19.521 bebês do sexo masculino e 18.244 do sexo feminino no Estado. Na capital, foram 5.862 meninos e 5.476 meninas, proporção semelhante ao padrão nacional de ligeira predominância do sexo masculino.

Mesmo com ampla estrutura de maternidades, 2024 registrou 117 partos domiciliares em Mato Grosso do Sul, número que salta para 199 quando somados os casos classificados como “outros locais”. Em Campo Grande, foram apenas 8 nascimentos em casa.

Óbitos fetais - Outro dado que exige atenção é a quantidade de óbitos fetais, especialmente antes de 22 semanas de gestação. No Estado, 37 casos ocorreram nesse período; outros 93 entre 22 e 27 semanas e 205 a partir da 28ª semana. Campo Grande registrou 11, 33 e 54 casos, respectivamente. Quase todos os óbitos ocorreram em ambiente hospitalar. A concentração nas semanas iniciais confirma o peso da prematuridade como fator crítico para mortalidade perinatal.

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