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Comportamento

Leny criou cabaninha do açaí para terminar a faculdade antes dos 60

Estudante de Enfermagem, a autônoma quer conseguir se sustentar para conseguir trabalhar na profissão sonhada

Aletheya Alves | 22/04/2022 06:20
Leny Cunha, de 55 anos, criou espaço em casa para vender açaí. (Foto: Arquivo pessoal)
Leny Cunha, de 55 anos, criou espaço em casa para vender açaí. (Foto: Arquivo pessoal)

Há um mês, Leny Cunha, de 55 anos, construiu a “cabaninha” do açaí na varanda de casa, no Bairro Zé Pereira, como o último recurso para seguir trabalhando. Depois de vender churros, queijo e até roupa, a estudante de Enfermagem sonha mesmo é em terminar a faculdade e trabalhar na área antes de chegar aos 60 anos.

“Se eu monto uma coisa e não dá dinheiro, penso em outra coisa para fazer. Então com o açaí foi assim também, mas dessa vez, preciso mesmo que dê certo”, diz. Depois de ter criado as duas filhas sozinha, Leny começou a pensar em novos caminhos para a vida, mas encontrar um trabalho fixo acabou sendo mais difícil do que imaginava.

Ela detalha que durante toda a vida trabalhou como doméstica e chegou a fazer cursos de manicure, depilação e cabelo, mas conforme a idade foi avançando, viu as oportunidades diminuindo. “Acabei trabalhando por muitos anos vendendo churros e conseguia pagar as contas de casa, mas precisei parar também”, diz.

Sem saber o que fazer, Leny explica que voltou a pensar sobre cursar uma graduação e, apoiada pelas filhas, conseguiu uma vaga pelo Prouni (Programa Universidade Para Todos). De acordo com a estudante, ela sempre gostou da área da saúde e se imaginava trabalhando com ela, mas as dificuldades da vida fizeram com que os estudos saíssem do foco principal.

"Cabaninha" foi criada na Rua Elenir Amaral, número 654, Bairro Zé Pereira. (Foto: Aletheya Alves)
"Cabaninha" foi criada na Rua Elenir Amaral, número 654, Bairro Zé Pereira. (Foto: Aletheya Alves)

Sobre o momento atual, ela garante que não houve grandes dificuldades em retornar aos estudos. No fim, o problema maior continuou sendo a instabilidade de renda.

“Por isso é que resolvi começar a vender coisas aqui em casa. Antes da pandemia, eu abri um estúdio, mas precisei fechar, porque chegou o coronavírus Desde então, estou tentando coisas por aqui.”

Antes de montar o espaço do açaí, a moradora tentou transformar o endereço em seu salão de beleza, mas conta que por ser simples, a clientela não foi grande. Leny também abriu a área da residência para sediar um brechó, mas por insegurança, resolveu encerrar o negócio.

Esmaltes são lembrança de quando Leny tentou abrir salão. (Foto: Aletheya Alves)
Esmaltes são lembrança de quando Leny tentou abrir salão. (Foto: Aletheya Alves)

Agora, diz que a esperança é mesmo com o açaí, já que une tudo o que deu certo em sua vida até agora. “Eu aprendi que gosto de mexer com ramo alimentício, quando vendia churros dava certo. Comprei tijolos e materiais, construí as paredes, coloquei a grande e pintei lá fora. Agora é só trabalhar”, resume.

Esperançosa com o retorno positivo que tem recebido, ela comenta que até no Facebook ganhou comentários que nem imaginava. Com ajuda da filha, postou fotos do local em um grupo do bairro, tendo recebido mais de mil compartilhamentos e mais de 400 comentários.

Por isso, a ideia é seguir com a venda de açaí, terminar a graduação e, finalmente, entrar no mercado de trabalho com a profissão que tem sonhado.

E, para conhecer o trabalho da moradora, a "cabaninha" do açaí de Leny fica localizada na Rua Elenir Amaral, número 654, Bairro Zé Pereira. O local funciona diariamente a partir das 11h.

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