Márcia recusou a eutanásia e devolveu a alegria ao 'aumigo' Juca
Há 5 anos, atropelamento mudou a rotina da casa, mas a tutora não desistiu de manter o cãozinho na família
Apesar da recomendação de eutanásia após um atropelamento, Márcia Maria do Nascimento, de 63 anos, não desistiu do companheiro de quatro patas. Com 12 anos, Juca, um vira-lata nascido no dia 23 de maio de 2013, segue cheio de vida mesmo com as limitações físicas deixadas pelo acidente.
RESUMO
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Márcia Maria do Nascimento, 63 anos, decidiu não realizar a eutanásia em seu cachorro Juca após um grave atropelamento. O vira-lata, hoje com 12 anos, sofreu um acidente há cinco anos que o deixou com sequelas permanentes, necessitando de cuidados especiais como uso de fraldas e cadeira de rodas. Apesar do prognóstico inicial desencorajador e da recomendação médica de eutanásia, Márcia optou por investir no tratamento do animal, que incluiu cirurgia na coluna e fisioterapia aquática. Hoje, mesmo com limitações físicas, Juca mantém uma vida ativa e feliz ao lado de sua tutora, que o considera uma missão em sua vida.
“Ele é uma missão para mim”, resume Márcia, que há mais de uma década divide com o cão uma história de amor, superação e companheirismo.
A ligação de Márcia com os animais vem desde a infância. Ela conta que já teve cachorro, gato e até papagaio. “Desde pequena, eles sempre fizeram parte da minha vida”, conta. O vínculo com Juca começou logo após a morte de outro grande amigo, o Pingo, que viveu por 11 anos.
“Eu estava triste, e uma amiga que tinha vários filhotes me ofereceu o Juca. Ele era o mais feinho, o mais pequenininho e quietinho. Veio pra casa e, desde então, vivemos todos os momentos juntos, os bons e os ruins”, detalha a tutora.
Um desses momentos difíceis aconteceu há cerca de cinco anos, pouco antes da pandemia. Ao abrir o portão de casa, Márcia viu o cachorro correr para a rua, algo que ele nunca fazia. “A rua é super tranquila, quase não passa carro, mas naquele dia uma motorista veio em alta velocidade e atropelou ele. Foi um desespero”, lembra.
O impacto foi tão grave que Juca precisou passar por cirurgia na coluna com um neurologista. Depois, vieram meses de fisioterapia aquática e tratamento intensivo. Mesmo assim, o prognóstico não era animador.
“O médico disse que ele não tinha mais jeito, que não voltaria a andar. Chegaram a recomendar a eutanásia, mas eu jamais faria isso. Como você cria um filho e depois decide que vai acabar com a vida dele? Não pode”, destaca.
Foram três meses de luta até o diagnóstico definitivo: Juca ficaria com sequelas permanentes, mas poderia manter uma vida com qualidade. Desde então, ele toma remédios controlados e faz caminhadas diárias com ajuda da tutora.
“Ele é um cachorrinho com deficiência usa fralda, tem cadeirinha de rodas, cadeirinha de carro e precisa de cuidados o tempo todo. Mas ele é muito ativo, bravo, esperto. Velhinho, mas danado”, brinca Márcia.
O amor também se reflete na rotina da casa. As trocas de fraldas acontecem três vezes por dia, sempre acompanhadas de limpeza e pomada para evitar assaduras. As viagens exigem planejamento e às vezes o pet fica em uma clínica amiga ou sob os cuidados da filha de Márcia.
“Não é fácil. É trabalhoso e é gasto. Muita gente opta pela eutanásia por não querer assumir tudo isso, mas penso que ninguém tem direito de tirar a vida de ninguém. Eu acredito que o Juca é uma missão pra mim, e eu tô bem com isso”, comenta.
Hoje, ao lado de Juca, vive Kika, uma gata de 15 anos. Segundo a tutora, a dupla é parte do cotidiano e da família da tutora, que não se vê sem os bichos por perto. “O Juca representa amor, companheirismo e bondade. Ele me ensina todos os dias que vale a pena insistir”, resume.
Apesar de toda a caminhada difícil que já enfrentaram, Márcia afirma que ver o pet bem é a maior recompensa. “Ele não anda mais como antes, mas vive feliz. E é isso o que importa”, finaliza.
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