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Comportamento

Na casa de crocheteira, o que mais surpreende é quadro do tio pelado

Dona Edite trata com maior naturalidade a foto pendurada do tio falecido, que foi retratado sem roupa

Bárbara Cavalcanti | 04/12/2021 08:12
Na parede na casa de dona Edite, o tio dela foi retratato há mais de 60 anos sem roupa. (Foto: Bárbara Cavalcanti)
Na parede na casa de dona Edite, o tio dela foi retratato há mais de 60 anos sem roupa. (Foto: Bárbara Cavalcanti)

Na parede na casinha de madeira de Dona Edite Rezende Dutra, de 81 anos, existem várias fotos da família, daquelas antigas e restauradas. Entre elas, a que mais espanta é de um homem pelado. A "personalidade" é o tio de Dona Edite, chamado Julião.

Foi como a herança do passado, que ficou ali, intocada, como o resto da casa que antecede a "modernidade" da alvenaria no Bairro Amambaí. “Eu me casei em 1960, naquela época, ele já não vivia mais”, relata.

Dona Edite apenas comenta que o tio paterno viveu no Bairro TV Morena e sempre foi do tipo "diferentão". “Ele dormia no chão, em um pedaço de couro”, comenta.  

Dona Edite fazendo seu crochê. (Foto: Bárbara Cavalcanti)
Dona Edite fazendo seu crochê. (Foto: Bárbara Cavalcanti)

Dona Edite vive no Amambaí há 40 anos, na mesma casinha de madeira que ainda está de pé.

Na fachada, placa mostra o ofício da proprietária do imóvel: costura e crochê. É crocheteira de mão cheia, atividade que ocupa a maior parte do tempo do dia dela, na verdade, da vida toda praticamente. “Comecei com o crochê desde os 12 anos de idade. Gosto, inclusive, mais do crôche do que dá costura”, relata.

Faz várias peças no crochê, desde cachecóis a tapetes, mas o que encomendar, ela topa reproduzir, no ponto que for. Gosta também de experimentar. “Olho também as revistas, faço o que vejo, mas invento também algumas coisas”, detalha.

Placa na fachada da casa do Bairro Amambaí.
Placa na fachada da casa do Bairro Amambaí.

O interior da casa é organizado e as paredes ocupam fotos de várias vidas, desde o casamento a fotos de infância e de filhos e netos. Elas compartilham a decoração com a foto do tio gordo e sem roupa.

Ao ser questionada sobre a imagem inusitada, nem demonstra reação. Só ao ser questionada sobre o porquê dele estar nu na foto, ela dá uma risadinha. “Não sei. Ele usava uma camisola. De certo tirou pra foto”, se diverte.

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