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Comportamento

Nos tempos de Motocross, caminhão era arquibancada e árvore virava camarote

O #TBT de hoje é da união do público frequentador de campeonatos nacionais, no caso, uma etapa do Motocross de 1983

Danielle Valentim | 04/10/2019 08:53
Público se organizava para não perder as performances. (Foto:Arquivo Pessoal)
Público se organizava para não perder as performances. (Foto:Arquivo Pessoal)

A necessidade de separar classes, principalmente, em eventos não era realidade de Campo Grande há três décadas. A cidade ainda vivia a era do junto e misturado em pleno sol escaldante ou em cima de um “caminhão arquibancada”. Etapas do Brasileiro de Motocross eram “eventos do ano” e, em 1983, até copa de árvore virava camarote.

As fotos mostra nitidamente como o público parava para assistir, mas quem lembra cada detalhe daquela fase do campeonato nos Altos do Morumbi é locutor Antônio Caetano, hoje com 62 anos. Muito trabalho e simplicidade marcam a memória até hoje.

Ângulo da área da prova em 1983. (Foto: Arquivo Pessoal)
Ângulo da área da prova em 1983. (Foto: Arquivo Pessoal)
Ângulo da área 36 anos depois. (Foto: Henrique Kawaminami)
Ângulo da área 36 anos depois. (Foto: Henrique Kawaminami)

Com estrutura montada três dias antes das performances e nada de coberturas, Mato Grosso do Sul era representado na etapa por três corredores, lembra o locutor. “Corriam na época Gilberto Fogata, Osmar Ferreira e Nico Rocha”, conta Caetano.

A área era do Exército Brasileiro e naquele ano, em especial, os troféus foram entregues pelo comandante da 9ª Região Militar.

“Em 1983, Campo Grande recebia mais essa etapa nacional o terreno, aquela área ali era do Exército. O general Hélio João Gomes Fernandes cedia para o evento e naquele ano em especial até entregou os troféus”, lembra.

Era nas copas das poucas árvores que a galera tentava se esconder do sol. (Foto: Arquivo Pessoal)
Era nas copas das poucas árvores que a galera tentava se esconder do sol. (Foto: Arquivo Pessoal)
No galho, cada um se acomodava para não perder a corrida. (Foto: Arquivo Pessoal)
No galho, cada um se acomodava para não perder a corrida. (Foto: Arquivo Pessoal)

Na área, famílias, apaixonados pela modalidade e funcionários do Café Brasileiro, o principal patrocinador na época, se reuniam para assistir a competição. O sol forte era o de menos e a galera se acomodava em cima dos caminhões de bois ou nas copas das poucas árvores.

“Era tudo adaptado, mas nós trabalhávamos com a demarcação dias antes e os soldados do Exército fazia a segurança do evento”, lembra Caetano.

Além de locutor oficial dos campeonatos no Estado, Caetano é o fundador da Federação de Motociclismo e atuou muitos anos como diretor de competições.

Os corredores de outros estados eram acomodados num hotel localizado na Rua 26 de Agosto com Avenida Fernando Corrêa da Costa.

Na época, além da Coca Cola, o Café Brasileiro era um dos patrocinadores. (Foto: Arquivo Pessoal)
Na época, além da Coca Cola, o Café Brasileiro era um dos patrocinadores. (Foto: Arquivo Pessoal)
Bonés amenizavam os reflexos solares. (Foto: Arquivo Pessoal)
Bonés amenizavam os reflexos solares. (Foto: Arquivo Pessoal)
Área que recebeu a etapa do brasileiro nos Altos do Morumbi. (Foto: Arquivo Pessoal)
Área que recebeu a etapa do brasileiro nos Altos do Morumbi. (Foto: Arquivo Pessoal)

O presidente da CBM (Confederação Brasileira de Motociclismo), o campo-grandense Firmo Henrique Alves está a frente da entidade pelo segundo mandato. Ele estava presente na etapa do brasileiro de 1983, mas como espectador, aos 16 anos.

“Vendo essas fotos lembro da minha infância e do começo do amor pelo motocicleta. Por tudo que ela proporcionou e proporciona até hoje. Eu estava nessa corrida, eu era criança, mas já havia ganhado minha primeira motocicleta aos 11 anos, em 1977”, lembra.

Firmo lembra de cada avanço na região e de sua vida pessoal. Atualmente, mantém o hobby de viajar de motocicleta, uma paixão que só aumentou.

“Foi retirada uma grande quantidade de terra para fazer os viadutos, depois foi lixão e depois pista de motocross por muito tempo. Hoje abriga um complexo de condomínios. Essa evolução, também me tornei um piloto de rali, cheguei a correr pelo motocross no Estado, fui campeão estadual de rali na época, depois entrei na Federação como diretor de competições, depois fui vice presidente do José Laureano, depois fui vice-presidente do Geraldo, depois fui presidente da Federação por 12 anos, depois em 2011 fui eleito presidente da CBM, que é a entidade máxima de motociclismo no Brasil e hoje estou no meu segundo mandato e me proporciona muito lazer”, finaliza.

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