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Consumo

Os bariátricos existem, eles consomem e sim, eles podem ser um nicho de mercado

Liziane Berrocal | 25/05/2015 06:56
Sorvete zero.
Sorvete zero.

A coluna hoje vai ser diferente, vamos apresentar três diálogos:

Em uma grande lanchonete da Capital:

- Por favor, um suco de acerola sem açúcar e, o senhor traz o adoçante?

- Senhora, nós não temos adoçante.

- Não? Nossa. Então pode trazer o suco sem açúcar mesmo, obrigado.

Em um grande restaurante de rodízio de comida japonesa:

- Olá boa noite, eu sou paciente bariátrica, vocês teriam alguma opção de porção?

- Infelizmente não, somente rodízio.

- Aceitam a carteirinha da Sociedade Brasileira, que prova que tenho estômago reduzido?

- Também não senhora, somente o rodízio com o preço cheio.

Levantamos em um grupo de doze pessoas e procuramos outra casa que tem outras opções.

Em um restaurante de comida árabe no centro da Capital, domingo:

- Olá, aqui é só sistema de rodízio?

- Sim, aos domingos sim.

- Ah, é que eu tenho o estômago reduzido.

- Não tem problema, a senhora paga meia, vamos ajeitar uma mesa para a família?

E sentamos e fomos almoçar!

Os diálogos acima mostram que muitos comerciantes e empresários ainda não estão preparados para um público que cada dia mais está crescendo: o de obesos que se submeteram à cirurgia bariátrica.

“Segundo dados do Ministério da Saúde (2014) o número de cirurgias bariátricas realizadas no País no ano passado aumentou em 10% e a projeção é que sejam feitas muito mais, já que de acordo com o presidente da Sociedade Brasileira de Cirurgia Bariátrica Metabólica (SBCBM) Almiro Ramos há sete milhões, isso mesmo meus amigos leitores 7 milhões de obesos que aguardam indicação da cirurgia no país, ou seja é banha pra caramba, esperando para popularmente ‘entrar na faca’ e mudar de vida”.

E essa gente está aí, consumindo. Nós ficamos no copinho e na sopinha apenas nos primeiros 30 dias, depois somos consumidores “normais” e olha como consumimos. Adoramos ir ao restaurante e mostrar como comemos pouco. Adoramos ir à lanchonete e pedir um suco com adoçante ou sem nada de açúcar. Se ele for da fruta mesmo, acredite, pagamos mais caro, mesmo que a porção seja menor, porque um bariátrico agora preza pela qualidade e não pela quantidade. Esse é o ponto diferencial e talvez seja nisso que muitos estejam perdendo de ganhar dinheiro, grana, tutu, bufunfa, money!

Em todo o País há discussões sobre leis que concedem desconto para pacientes bariátricos pagarem “meia” nas refeições, inclusive, uma proposta no Senado Federal (PL 41/2014) ainda em discussão e em Campo Grande o projeto de Lei 7.631/2014, de autoria do vereador Carlão, que ainda está em tramitação e que também trata do tema.

No entanto, mais do que lei, precisamos de bom senso e de esclarecimento dos empresários e do público em geral: gente não cabe comida dentro do nosso estômago!! Então, pagar meia porção, não é mais do que um pedido é uma questão de justiça.

Afinal, vale mais um que paga R$ 15,00 e come 150 gramas ou um que come 1 kg e paga R$ 30? É só uma questão de bom senso! Eu não vou pagar caro por algo que não vou comer, em especial à noite, quando não temos opções de restaurantes de quilo em nossa Capital. No interior é muito pior.

E o empresário pode perguntar qual segurança ele tem? Simples, só pedir a carteirinha da Sociedade Brasileira de Cirurgia Bariátrica e Metabólica, ela é única e só médicos credenciados podem emitir, ela é a garantia.

Mas se por um lado há os que choram, há aqueles que vendem lenços, na outra via temos aqueles que já viram que há uma boa oportunidade de lucrar com os bariátricos, como é o caso dos que oferecem comidas especiais para quem se submeteu ao procedimento em valores justos.

Eu, por exemplo, conheci a Assim Assado (3325-1030) que durante o meu pós-operatório me forneceu os caldos com valores justos e numa variedade incrível, tudo com supervisão de uma nutricionista especializada em bariátrica que é a Mariana Corradi. Também tem alguns pratos para quem faz dieta ou quer usar os caldinhos para entrar nos eixos depois de enfiar o pé na jaca (coisa que bariátrico não faz, já que o espaço é reduzido para jaca, melancia, caqui ou outra fruta que o valha).

Tem o "Hora do Almoço" onde a dona é uma fofa e entende que bariátrico come menos. E a Sésamo Gelato que tem um sorvete zero açúcar divino e atendimento idem! Ah, também fui a Pão e Tal, onde há um mini sanduíche light de queijo branco e leite desnatado com tudo sem açúcar e adoçante disponível. É mais caro? Sim! Mas quem quer saúde está disposto a isso e não é todo dia, e para tomar um café da manhã acompanhado de minhas amigas e me sentir “normal”, vale cada centavo!

Então, mais do que legislar em causa própria, mais do que chorar a proposta é esclarecer e dar uma dica: os bariátricos existem e num mundo que atualmente boa parte da população vive de dieta ou tem restrições alimentares ter opções saudáveis ou de meias porções não é só para agradar o cliente, mas também estar de olho no lucro e num nicho de mercado que tender a crescer cada vez mais! Como dizem por aí: #ficaadica

*Esse artigo foi sugestão de pacientes bariátricos, tem a sugestões para nossa coluna? Escreve pra gente: lizianeberrocal@gmail.com ou adiciona no face: Liziane Berrocal

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