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Conversa de Arquiteto

De Bais a Maymone, os profissionais pioneiros que transformaram Campo Grande

Ângelo Arruda | 01/03/2017 15:05
De Bais a Maymone, os profissionais pioneiros que transformaram Campo Grande

A partir dessa semana, vou homenagear, mais uma vez, profissionais já falecidos – arquitetos, engenheiros, construtores e desenhistas – que transformaram Campo Grande entre os anos 1930 a 1999.

Eles foram fundamentais para a vida urbana da cidade, para as novas tecnologias, para o avanço da técnica construtiva e principalmente, por incluir Campo Grande na rota do progresso e do desenvolvimento que se verificava no eixo Rio-São Paulo, nesse período. Minha admiração por todos eles, por seus familiares e, especialmente, pelos seus trabalhos.

Hoje vamos mostrar por meio de um pequeno texto e um banner de cada um: Amélio Baís, Alexandre Tognini, Anees Saad, Armênio Arakelian, Camillo Boni e Ciríaco Maymone

1. Amélio de Carvalho Baís – Engenheiro Civil

Filho de Bernardo Franco Baís e Amélia Alexandrina de Carvalho Baís, nasceu em Campo Grande no dia 22 de fevereiro de 1905 e faleceu em 13 de fevereiro de 1970 com 65 anos. Morou em Novo Hamburgo, no Rio Grande do Sul, onde cursou parte do primário e do ginasial. Depois foi para São Paulo estudar e, em 1923, concluiu o curso ginasial, no Mackenzie College. No mesmo colégio cursou Engenharia Civil e se formou em 11 de janeiro de 1930.

De Bais a Maymone, os profissionais pioneiros que transformaram Campo Grande

2. Alexandre Tognini - Construtor

Alexandre Tognini, construtor prático licenciado pelo Conselho Regional de Engenharia, Arquitetura e Agronomia (Crea) de São Paulo, em 1933, com carteira n. 2049, da 6a. região, nasceu em Avaré, SP, em 5 de julho de 1905 filho do construtor Adolfo Carlos Stefano Tognini, italiano que veio para Campo Grande em 1914. Alexandre Tognini chegou em 1916 com a família. Faleceu em 2002.

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3. Anees Salim Saad - Engenheiro Civil

O engenheiro civil Anees Salim Saad nasceu em São Paulo em 6 de janeiro de 1930. Seu pai era comerciante em São Paulo, mas devido à crise financeira de 1929 veio para Campo Grande, pois havia uns parentes da família Saad. Com um resto de mercadoria, montou uma lojinha na Rua 14 de Julho entre as Ruas Maracaju e Cândido Mariano.Anees chegou a Campo Grande com dois anos.

Fez o primário e o ginásio no Colégio Dom Bosco até o segundo científico. Embora a família não pudesse arcar com as despesas, ele resolveu fazer o curso de Engenharia Civil em São Paulo, pois gostava muito de matemática e de desenho.Fez Engenharia Civil na Escola Politécnica e formou-se em 1954 - nomesmo ano de Gabriel do Carmo Jabour - e foi para Cuiabá trabalhar na Comissão de Estradas de Rodagens – CER por três ou quatro meses.

De Bais a Maymone, os profissionais pioneiros que transformaram Campo Grande

4. Armênio Arakelian – Arquiteto

O arquiteto Armênio IranickArakelian (1936-2013) nasceu em Campo Grande, filho de CaxikeArakelian e Yossana Irani Arakelian, oriundos da Armênia. Seu pai veio para Campo Grande em 1923 e montou um empreendimento comercial na Rua 14 de Julho, a Casa Selecta. Armênio iniciou o curso primário no Colégio Osvaldo Cruz, mas concluiu o primário e o ginásio em São Paulo.

Fez vestibular para a Politécnica de São Paulo para Engenharia, mas não passou. Iniciou o Curso de Arquitetura na Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da Universidade de São Paulo – FAU/USP em 1960. Formou-se em 1966 e foi contemporâneo dos arquitetos Oscar Arine - que nos anos 1960 transferiu-se para Cuiabá -, Willian Munford e Sérgio Zaratin - que juntos elaboraram o Plano Diretor da UFMS e projetaram o Campus -, que se formaram dois anos antes. É o autor dos projetos do Teatro Glauce Rocha e do Restaurante Universitário da UFMS.

De Bais a Maymone, os profissionais pioneiros que transformaram Campo Grande

5. Camillo Boni – Arquiteto e Geômetra

Camillo Boni (1889-1974), filho de Domenico e Rita Boni, nasceu em 21 de agosto, na cidade de Modena, Itália, e em 1909 diplomou-se como perito em Agrimensura, Arquitetura e Engenharia no Reggio Instituto Técnico Jacoppo Barozzi. Aos 25 anos de idade foi convocado para lutar na Primeira Guerra Mundial e depois de terminada a batalha, casou-se com Dina Dolfi Boni (1879-1929) e transferiu-se para o Brasil, tendo chegado a São Paulo em 1918. Após residir um ano na capital paulista, chegou a Campo Grande para fixar residência.

Na condição de italiano, fez diversos contatos com padres da Missão Salesiana de Mato Grosso tendo recebido como encomenda de trabalho, projetar a Catedral de São José, igreja matriz da cidade (que acabou não sendo construída), no terreno hoje ocupado pela Praça do Rádio Clube. Esse foi seu primeiro projeto em Campo Grande, uma catedral em estilo neogótico, com torre central e duas entradas laterais. Foi engenheiro da Prefeitura, projetou o bairro Amambaí e diversos prédios importantes como a Santa Casa, e residência de Arnaldo Estevão de Figueiredo além de obras em Aquidauana e Bela Vista.

De Bais a Maymone, os profissionais pioneiros que transformaram Campo Grande

6. CyríacmoMaymone Filho – Desenhista Projetista

Cyríaco Maymone Filho (1931-2008) nasceu em Campo Grande no dia 7 de julho de 1931, filho de Cyriaco Maymone e Rosa Maymone. Fez o primário e o ginásio em Campo Grande e em 1956 concluiu, no Instituto de Orientação Pedagógica e Profissional (Idopp), Rio de Janeiro, o curso de grau médio em Técnico em Edificações e, no Crea-SP, em 1957, tirou a Carteira Profissional de número 9302.

No início da carreira, dentre outros trabalhos, desenhou muitas placas de formatura das escolas de Campo Grande, principalmente o Ginásio Osvaldo Cruz. Cyríaco projetou duas grandes e importantes obras em Campo Grande: o Paço Municipal, sede da Prefeitura e da Câmara de Vereadores da cidade em 1970 em um grande quarteirão localizado na Av. Afonso Pena com a Rua 25 de Dezembro e o estádio de futebol Pedro Pedrossian, conhecido como Morenão, no campus da Universidade Federal de Mato Grosso do Sul, em 1968.

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