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Diversão

Show de Michel tem pane em gerador, mas agrada artista e público

Paula Maciulevicius | 18/02/2012 08:40

O show començou à 1h da manhã com a música "Ei, psiu! Beijo, me liga" e nem o problema no trio elétrico desanimou o público. No final, Michel conversou com o Campo Grande News, lamentou o problema, e agradeceu a vibração da plateia

Michel Teló, no trio elétrico, surpreendeu os foliões. (Foto: Marlon Ganassin)
Michel Teló, no trio elétrico, surpreendeu os foliões. (Foto: Marlon Ganassin)

Só dava ele e mais nada. Depois que os portões se abriram às 23h30 para que os foliões e seus abadás customizados entrassem no Parque de Exposições Daniel Martins Ferreira, no Bloco Auê, em Paranaíba, não teve para mais ninguém além de Michel Teló em seu primeiro show no Mato Grosso do Sul depois que foi guinado ao posto de pop star.

Era de cá e de lá contando as horas para que o trio elétrico começasse a animar. "Está bom demais da conta. Não é todo dia que tem atração internacional em Paranaíba", dizia a estudante Jéssica Vila Rosa, 19 anos. A animação dela e da amiga falam por si só e dispensa explicação.

O show abriu pontualmente à 1h da manhã com a música "Ei, psiu! Beijo, me liga". O trio mal precisou sacudir e os foliões já estavam atrás, do lado, na frente, onde desse. O importante era ter Michel Teló no campo de visão. A segunda música demonstrou a mistura do sertanejo num trio elétrico. A cara do Carnaval, Michel cantou "Sou praieiro, sou guerreiro e tô solteiro" de Jammil e Uma Noites.

A sequência do show foi interrompida na quinta música. Por alguns minutos o público nem percebeu. A bateria foi seguindo sozinha, em ritmo de samba e tocando o que vinha à mente. Mas a pausa se prolongou por mais de 1h, foi quando o dj da noite precisou assumir. A pane foi no gerador do trio elétrico e mesmo com a demora no conserto, a alegria não parou.

Exceto para um casal mais experiente. Talvez o mais velho da noite, mas nem por isso o menos animado. Dona Amélia e "seo" Manoel curtiram os 40 minutos de show seguidos, sem interrupção e esperaram por 1h até Michel Teló voltar, mas não conseguiram. Vencidos pelo cansaço, foram embora. Um dos poucos que saiu do Parque antes da festa terminar.

"Está bom, mas que pena que estragou. Tem uma hora que estamos esperando. Viemos brincar e eu queria ver o show", disse Adélia Ferreira Leal, 65 anos.

Dona Amélia e "seo" Manoel curtiram a primeira noite de Carnaval com a moçada. (Foto: Marlon Ganassin)
Dona Amélia e "seo" Manoel curtiram a primeira noite de Carnaval com a moçada. (Foto: Marlon Ganassin)
O americano Brian Pingsterhaus, 31 anos, está pela terceira vez no Carnaval do Brasil. (Foto: Marlon Ganassin)
O americano Brian Pingsterhaus, 31 anos, está pela terceira vez no Carnaval do Brasil. (Foto: Marlon Ganassin)

No intervalo tocou de tudo. E foi nessa hora que uma figura chamou a atenção. Talvez não fosse o único da festa, mas de longe, gritava aos olhos. Alto, loiro, de olhos claros e um gingado desengonçado que dava na cara, ali era gringo tentando dançar. Dito e feito. O Campo Grande News se aproximou e ao perguntar de onde ele era. Os amigos responderam o que já estava explícito. "É americano".

Brian Pingsterhaus, 31 anos, cujo nome ele mesmo teve de escrever, veio a Paranaíba pela primeira vez. Mas já é o terceiro Carnaval que passa no Brasil. A música parou e ele parece que nem se deu conta. A explicação, o amigo Vinícius Mendes, 24 anos, tratou de traduzir. "A alegria do pessoal do Brasil, isso não tem lá", ele dizia.

Além dos passos ele até tentava arranhar um "tudo bem" em português. Devia ser a única frase que ele sabia, porque só repetia esta. Segundo relato dos amigos, Brian está em uma casa alugada com mais 15 pessoas e sem entender uma palavra de português, está se dando muito bem.

"Ele disse que quer voltar no Natal, Ano Novo e no Carnaval do ano que vem", explica Vinícius. Foi através dele que Brian veio parar em Mato Grosso do Sul. O amigo é de Três Lagoas e conheceu o americano quando morou nos Estados Unidos durante dois anos.

Depois de mais de 1h a luz do trio se reestabeleceu e Michel voltou ao palco. Tocou por quase 1h da sanfona ao axé. Abriu a segunda parte do show com nada menos do que o mais esperado da noite "Ai se eu te pego". Os foliões foram à loucura. Não havia uma pessoa que não cantasse pelo menos o refrão. Na sequência ele pediu à produção pela sanfona e explicou "mesmo sendo Carnaval..." e o sertanejo de raiz não faltou. De 60 dias Apaixonado à Boate Azul.

A alegria no palco contagiava. E a apresentação foi tomando uma forma mista de Mato Grosso do Sul e Bahia. Pelo menos quatro canções eram do Carnaval de Salvador. De Ivete ao hit do Carnaval "toma chupeta negona".

Por fim, Michel Teló levou ao palco a dupla de apadrinhados Bruninho e Davi e até música eletrônica foi acrescentada ao evento. Tudo prosseguiu como se nada tivesse acontecido, a não ser pelo fato de que o trio que daria três voltas ficou parado, não chegou nem na metade de completar uma.

Após o término, Michel falou com exclusividade ao Campo Grande News. Os olhos brilhavam e mesmo na correria ele conseguiu parar. Indagado do sobre como foi o show ele respondeu "a vibração foi excelente no show. Uma pena que o trio deu problema, mas a gente conseguiu improvisar e acho que deu certo". E deu certo Michel, pelo menos sobre o show não houve quem falasse à equipe nada contra. Apenas sobre a estrutura que deixou a desejar.

"Legal, mas pena que a estrutura pifou. É aquela coisa de ir tudo perfeito e depois começar a acabar. Foi ruim nesse sentido, da estrutura, mas o show em geral foi muito bom", diz a engenheira Lívia Agi, 31 anos.

Era gente em tudo quanto é canto. Atrás, ao lado, na frente do trio elétrico. (Foto: Marlon Ganassin)
Era gente em tudo quanto é canto. Atrás, ao lado, na frente do trio elétrico. (Foto: Marlon Ganassin)
Michel Teló com o instrumento musical que o acompanha há muito tempo: a sanfona. (Foto: Marlon Ganasin)
Michel Teló com o instrumento musical que o acompanha há muito tempo: a sanfona. (Foto: Marlon Ganasin)
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