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Sabor

Cozinha em São Paulo ganha olhares com pratos caipiras até de MS

Restaurante que ganhou fama tem pratos inspirados em diversos estados, um deles Mato Grosso do Sul

Por Jéssica Fernandes | 10/01/2024 06:40
Arroz carreteiro representa o fim de semana para os chefs. (Foto: Tati Frison)
Arroz carreteiro representa o fim de semana para os chefs. (Foto: Tati Frison)

O Lobozó é onde a cozinha da Paulistânia brilha através de pratos que conectam diferentes regiões do Brasil, sendo uma delas Mato Grosso do Sul. Arroz carreteiro, galinhada com pequi, feijão gordo, frango caipira e rolê de porco assado são algumas das refeições preparadas no restaurante.

Descrito como ‘Um laboratório onde cozinheiros experientes, que são seus sócios, trabalham no sentido de inovar uma tradição’; o estabelecimento funciona na Vila Madalena, em São Paulo. O lugar surgiu a partir do encontro entre Gustavo Rodrigues, Marcelo Correa Bastos e  Carlos Alberto Dória que decidiram resgatar a ‘quase extinta’ tradição caipira

Em comum, além do gosto pela gastronomia, eles compartilham o fascínio pela cozinha Paulistânia. O chef Gustavo Rodrigues é quem fala sobre o restaurante, os pratos servidos e, principalmente, do que se trata essa culinária caipira.

Entre os pratos principais do Lobozó está a feijoada Paulistânia. (Foto: Tati Frison)
Entre os pratos principais do Lobozó está a feijoada Paulistânia. (Foto: Tati Frison)

“Lobozó é um restaurante de cozinha caipira da Paulistânia. A Paulistânia é o meio do Brasil que engloba vários estados do Centro-Oeste, Sul, Sudeste e é basicamente a cozinha do milho”, explica.

Apesar de preparar refeições típicas em Mato Grosso do Sul como arroz carreteiro e feijão gordo, ele comenta que esses pratos não pertencem exclusivamente ao Estado. Na verdade, a culinária não é limitada por fronteiras.

“Nossa defesa é que essa região chamada Paulistânia é a cozinha do milho, que se originou também da cultura guarani. A partir daí a gente tem similaridade entre as cozinhas de vários estados. A nossa observação caminha para esse sentido que comida não respeita essas fronteiras de estado, cidade, ela respeita as fronteiras da natureza, disponibilidade de ingrediente e a cultura”, destaca.

Galinhada com pequi é uma das especialidades da casa. (Foto: Tati Frison)
Galinhada com pequi é uma das especialidades da casa. (Foto: Tati Frison)

Outro fator importante para que o restaurante tenha aberto as portas foi a publicação do livro ‘A Culinária Caipira da Paulistânia’. Escrita pelo sociólogo Carlos Dória, que é um dos três sócios, as pesquisas foram a base para criar o conceito do espaço.

A partir do livro, que traz mais de 300 receitas, eles elaboraram o menu da casa. Gustavo diz que a intenção é levar para a mesa dos clientes receitas que ficaram esquecidas, foram deixadas de lado em São Paulo.

“Nesse sentido, temos sim pratos e insumos que fazem parte da cozinha em Mato Grosso do Sul. E aí onde a gente se encontra. Nosso trabalho é trazer para o dia a dia dessa vida urbana, moderna, esses pratos que acabaram se perdendo na cidade, mas que fazem parte da história daqui”, afirma.

Arroz de costela coberto com agrião é um dos pratos do fim de semana. (Foto: Tati Frison)
Arroz de costela coberto com agrião é um dos pratos do fim de semana. (Foto: Tati Frison)

Um dos pratos que fazem parte dessa história é o feijão gordo. Ele, que no Estado é conhecido como a comida pantaneira ou a comida de comitiva, está presente no cardápio do restaurante.

“A gente buscou pratos que sejam representantes dessa cozinha. O feijão gordo é um prato presente na Paulistânia inteira, é um parente da feijoada com menos carnes, mas enriquecidos com vegetais e foi daí que entendemos que seria uma alternativa legal para ter no restaurante. Optamos por ter o feijão gordo porque além de contar a história é um prato rico e saboroso que acompanha bem”, destaca.

O arroz carreteiro, segundo ele, também é um dos que se comunicam com o conceito. “A gente quis fazer uma brincadeira porque na cozinha caipira a gente usa pouca carne bovina. A gente usa carne de porco e frango e a gente até entende esses dois animais como derivados do milho nos roçados porque é com isso que se alimenta esses animais”, esclarece.

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No restaurante, o prato é servido às segundas-feiras, pois representa um fim de ciclo para os chefs que atuam no lugar. O motivo é que terça-feira é um dia típico de folga em São Paulo para quem trabalha na área da gastronomia.

“A gente trata a semana dessa forma lúdica: que a festa começa na sexta, que é o dia que a gente assa uma costela no bafo. No sábado servimos um arroz de costela com essa mesma costela, no domingo a gente faz uma costelinha de porco no bafo e no final da festa a gente serve arroz carreteiro. Ele representa esse fim de semana pra gente”, pontua.

Outros destaques do menu são o frango caipira recheado e assado, caldeirada caiçara com peixe, camarão e banana, rolê de porco, quibebe e farofa, arroz de tomate e sete barbas, feijoada da Paulistânia, gumbo de frutos do mar, porco e frango.

O Lobozó fica na Rua Medeiros de Albuquerque, 436, Beco do Batman, na Vila Madalena, São Paulo. O horário de funcionamento é de quarta a segunda, das 12h às 16h30 no almoço. No jantar, quarta e quinta, das 19h as 23h. Sexta e sábado, das 16h30 as 23h.

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