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Sabor

Pagando bem, dá até para providenciar uma costela no chão, feita no quintal

Thailla Torres | 21/08/2016 07:10
Costela é temperada com sal boiadeiro e molho especial que o grupo não revela. (Foto: Arquivo Pessoal)
Costela é temperada com sal boiadeiro e molho especial que o grupo não revela. (Foto: Arquivo Pessoal)

De tanto levar de casa em casa a tradicional costela feita no chão, um grupo de amigos em Campo Grande se autointitula "Os reis do costelão no chão". A propaganda é de carne saborosa e macia. Também pudera, são 6 horas esperando o ponto, ao custo de R$ 100,00 por costela assada, sem contar o o preço da carne.

O supervisor de vendas José Luiz Kreutz, de 62 anos, fundou o grupo há 6 anos na cidade. Tudo começou na brincadeira em 2011, quando José decidiu reunir os amigos para uma costelada típica, conforme as tradições gaúchas. Nascido em Santa Rosa, no Rio Grande do Sul, veio a trabalho para Campo Grande.

Por aqui, sentia falta da costela, que segundo ele sempre faz parte da vida. "É herança de família, temos estilo próprio, um padrão no preparo que faz ela ser a melhor costela daqui. Quem come, diz que nunca experimentou igual", se gaba.

José, de azul, ao lado de um dos amigos que também faz parte do grupo. (Foto: Arquivo Pessoal)
José, de azul, ao lado de um dos amigos que também faz parte do grupo. (Foto: Arquivo Pessoal)

Fazer o fogo no chão para ele era como "um esporte", depois de um tempo, virou serviço. "As pessoas ficavam preocupadas, observando e achando que não daria certo. Aqui muita gente conhece a costela no chão, mas não é todo mundo que faz do jeito certo. A gente tem técnica para que a carne fique no ponto certo, que de tão macia, desgruda do osso", conta. 

Hoje, a costelada é feita em festas de aniversário, casamentos, quermesses e em residências. A equipe, de 6 amigos, cobra pela mão de obra. Normalmente, trabalha com 10 costelas. Pelo serviço, cobra R$ 100,00 por espeto. A carne fica por conta do dono da casa. Se for menos de 10 costelas, o preço sobe.

E haja esforço para manusear a carne e manter o fogo alto durante, pelo menos, 6 horas. "A gente prepara tudo, leva os espetos que são feitos de ferro e moldados para qualquer tipo de solo, preparamos a carne, o tempero, e cuidamos do fogo, que é a parte mais delicada", explica José. 

Por foto, até parece que é fácil, mas o churrasqueiro lembra que dá muito trabalho. "Primeiro tem que ajeitar bem para a carne não cair. E o fogo não pode apagar nem por um minuto, por isso ficam dois assadores cuidando da lenha e da chama", detalha. 

Cada costela pesa em média 18 quilos e é temperada com sal boiadeiro e um tempero especial feito pelos reis. "O especial a gente não revela, só comendo pra saber do que a gente está falando". Após duas horas no tempero, ela vai para o fogo que é feito com lenha de eucalipto. Depois disso é preciso paciência. 

Nesse tempo, vestidos de bombacha, o sexteto toca  gaita e prepara um chimarrão enquanto espera a carne ser finalizada. "A costela não pode ficar seca, tem que ser o tempo necessário para ficar assada e ao mesmo tempo suculenta. Por isso, o assador tem que ficar atento, se desgrudar o olho, ela resseca e aí perde a graça", sugere. 

E quem deseja saborear o trabalho dos Reis do Costelão, haverá o 5º Costelão Fogo de Chão no Salão Paroquial São Judas Tadeu. O convite custa R$ 40,00 e pode ser adquirido pelo telefone: (67) 99189-4255, mesmo telefone que serve para contrar o grupo

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Depois de 6 horas no fogo, carne é servida assada e suculenta. (Foto: Arquivo Pessoal)
Depois de 6 horas no fogo, carne é servida assada e suculenta. (Foto: Arquivo Pessoal)
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