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Meio Ambiente

Após pressão de ativistas, ação que expôs vaca em mercado é cancelada

Situação foi gravada por defensores dos direitos dos animais; empresas ligadas afirmam que autorização está em dia e que animal não sofreu maus-tratos

Liniker Ribeiro | 04/04/2018 11:49
Animal dentro do cercado montado para exposição no pátio do hipermercado (Foto: Reprodução)
Animal dentro do cercado montado para exposição no pátio do hipermercado (Foto: Reprodução)

A exposição de uma vaca leiteira no estacionamento de um hipermercado da avenida Mato Grosso, no Jardim dos Estados, em Campo Grande, nesta terça-feira (3), chamou atenção de clientes e pessoas que passaram pelo local, e acabou sendo cancelada depois que protetores de animais passaram a filmar e até exigiram a presença da Polícia Militar Ambiental.  O foi usado promover um novo produto da marca de sorvetes “Ben & Jerry’s”.

A cena foi registrada por defensores dos animais e causou indignação e protestos. Vídeos gravados na unidade Hipermercado Comper mostram que um cercado foi montado no pátio do estabelecimento para receber a vaca holandesa, aparentementemente com as tetas cheias de leite. Quem registrou a cena foi a consumidora Valéria Marques da Costa. Ao Campo Grande News, ela afirmou ter recebido a denúncia de integrantes de um grupo de veganos e, imediatamente, se dirigiu ao estabelecimento.

“Cheguei e encontrei ela [a vaca] em um ambiente quente, totalmente inadequado e amarrada em uma baia para que as pessoas tirassem fotos. Obviamente ela estava ali contra vontade própria, ou seja, pegaram um ser que não pode opinar, que com certeza não queria estar em um ambiente cheio de carros, buzinas e servindo de diversão para várias pessoas”, afirmou.

Acompanhada de outros representantes de grupos de defesa aos animais, a ativista permaneceu no local até a chegada de uma equipe da PMA (Polícia Militar Ambiental), acionada por ela. “Eles chegaram bem rápido e acompanharam tudo”, relatou Valéria.

Pouco antes de a equipe da PMA chegar, um cliente que apoiava a ação publicitária chegou a discutir com os ativistas, mas nenhuma grande confusão chegou a ser registrada. A revolta do pequeno grupo de pessoas que reagiram em defesa ao animal, provocou o encerramento da ação.

Por telefone, o gerente da empresa que é dona do animal negou que ela tenha sofrido maus-tratos e garantiu que toda a documentação com a permissão para a exposição estava em dia. “Fomos convidados, pela empresa contratada pela Unilever, para fazer o lançamento do novo sorvete e estava tudo certo com a Iagro, com a Receita Estadual, e nosso gado está em perfeito estado de saúde”, afirmou Reinaldo Vilela, gerente da Rodipa.

Ainda segundo ele, uma única cabeça de gado foi levada para o local, um cercado de 2,5m x 5m, segundo ele. Vilela diz que havia  água à disposição, além de feno para alimentação. Afirmou também que autorização permitia que o animal ficasse exposto até às 19h, mas em razão do protesto situação, a retirada aconteceu pouco depois das 16h.

A reportagem entrou em contato com a PMA, que confirmou a presença de equipe no local, no fim da tarde de ontem. De acordo com o tenente-coronel Edmilson Queiroz, a situação acabou provocando o encerramento da ação, mas nenhum indício de maus-tratos foi flagrado.

“Se você procurar por algum motivo, não há nada que configure maus tratos. Afinal, o animal estava em um local coberto e, por ser dócil, está acostumado com seres humanos”, explicou. “Foi desnecessário, mas se não estiver infringindo a legislação, não há problema nenhum”, finalizou o representante da PMA. A Polícia Civil foi consultada e, segundo as informações da Decat (Delegacia Especializada de Repressão aos Crimes Ambienteis e Atendimento ao Turista), os vídeos não apontam qualquer irregularidade.

Retornos – Em nota, a assessoria de comunicação da Rede de Supermercados Comper afirmou que a ação “transcorreu dentro do que rege a lei que protege os animais”. O documento diz ainda que a “Unilever, dona da marca Ben & Jerry’s, afirma que possui todas as licenças e autorização da Polícia Ambiental – que esteve no local, não vendo nenhum problema e nenhuma irregularidade no fato de o animal estar ali”.

A rede garantiu ainda que “o animal não sofreu maus tratos, tendo acesso ilimitado a água, alimentação e condições adequadas para seu bem-estar ao longo do período em que esteve no estacionamento da unidade do Comper”. Um veterinário também esteve acompanhando o animal.

De acordo com a companhia Unilever, a situação está sob apuração e um pronunciamento será feito ainda hoje.

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