ACOMPANHE-NOS     Campo Grande News no Facebook Campo Grande News no Twitter Campo Grande News no Instagram
MAIO, SÁBADO  11    CAMPO GRANDE 24º

Meio Ambiente

De MS, pesquisadora cria programa inédito para catalogar plantas do Cerrado

Software agiliza estudos e pode ajudar a salvar espécies do desaparecimento

Por Cassia Modena | 12/02/2024 11:15
Pesquisadora acessa o Inovtaxon, que ajuda a identificar plantas do Cerrado (Foto: Divulgação)
Pesquisadora acessa o Inovtaxon, que ajuda a identificar plantas do Cerrado (Foto: Divulgação)

Identificar uma espécie de planta não é tarefa simples nem para um botânico. Afinal, existem milhares em cada bioma e, muitas vezes, elas são bem parecidas umas com as outras.

Para acelerar o tempo de estudos e ajudar a comunidade científica a catalogar e salvar do desaparecimento espécies vegetais do Cerrado, a pesquisadora de Mato Grosso do Sul, Deborah Bambil, criou ferramenta inédita capaz de armazenar número ilimitado de imagens e nomes de plantas do bioma de forma bem acessível.

Cientista também, mas de sistemas de informação, ela descobriu que a agilidade na identificação era uma lacuna ao conversar com amigos pesquisadores da área ambiental e participar de um congresso.

Deborah Bambil, que é de MS, mas hoje vive em Brasília (Foto: arquivo pessoal)
Deborah Bambil, que é de MS, mas hoje vive em Brasília (Foto: arquivo pessoal)

"Pessoas que pesquisam plantas vão conseguir identificá-las no programa sem ter que procurar um botânico, levar para um herbário para comparar ou consultar uma universidade. Vai facilitar muito", explica.

Deborah conseguiu neste mês o registro da patente da ferramenta, que chamou de Inovtaxon. O nome faz referência à taxonomia, a ciência que dá nome a todos os seres vivos.

O programa de computador está disponível para o sistema operacional Linux. É fácil de acessar por quem é pesquisador e está habituado com o uso de ferramentas assim. Agora com a patente, pode ser adquirido por universidades e centros de pesquisa de qualquer lugar. Vai junto um manual simplificado de como utilizar.

A pesquisadora sugere o uso em locais como o Bioparque Pantanal, de Campo Grande, complexo turístico e de estudos que também contempla o Cerrado. "Programas assim já são utilizados por universidades de outros países, seria uma inovação interessante para o local", diz.

Catálogo - O Inovtaxon tem uma margem de acerto das espécies de 98%, segundo Deborah. O percentual é considerado alto.

Folha de uma das 30 espécies já catalogadas no software (Foto: Divulgação)
Folha de uma das 30 espécies já catalogadas no software (Foto: Divulgação)

Foram catalogadas inicialmente 30 espécies vegetais. A expansão será possível com a colaboração de pesquisadores, conforme o programa estiver em uso.

A identificação é feita a partir de imagens que escaneiam a folha das espécies, com o máximo de detalhes. Estão registradas de 30 a 40 amostras de cada uma. É possível alimentar o sistema usando câmeras de aparelhos celulares, até.

No mestrado e doutorado - Deborah desenvolveu o projeto durante a dissertação de mestrado apresentada à UFMS (Universidade Federal de Mato Grosso do Sul), feita em conjunto com orientadores da UCBD (Universidade Católica Dom Bosco) e da UnB (Universidade de Brasília), em 2018.

Ela também tem registro de outro programa criado durante o doutorado. Ele identifica micro RNA em genomas de qualquer planta a partir de algoritmo. "Esse pode ajudar no melhoramento genético das espécies, evitando estresse por seca e excesso de água, além de acelerar o crescimento", descreve.

Atualmente, a pesquisadora mora em Brasília (DF), onde dá aula no IFB (Instituto Federal de Brasília) e continua investindo nas pesquisas da computação aplicadas às áreas biológicas.

Receba as principais notícias do Estado pelo Whats. Clique aqui para acessar o canal do Campo Grande News e siga nossas redes sociais.


Nos siga no Google Notícias