Comerciantes querem liberar corredor da Brilhante para estacionamento à noite
Donos de comércios dizem que falta de estacionamento afastou clientes e reduziu as vendas em cerca de 40%
Donos de bares, restaurantes e casas noturnas da Rua Brilhante, uma das principais avenidas da região sudoeste de Campo Grande, cobram das autoridades de trânsito a liberação do estacionamento em um dos lados da via durante a madrugada. A proposta, protocolada junto ao poder público, pede um estudo técnico para liberar o lado esquerdo da pista, atualmente exclusivo para ônibus, entre a meia-noite e as 4h da manhã.
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Comerciantes da Avenida Brilhante, em Campo Grande, reivindicam a liberação do corredor exclusivo de ônibus para estacionamento durante a madrugada. A proposta solicita um estudo técnico para permitir o uso do lado esquerdo da via entre meia-noite e 4h da manhã, período com baixa circulação do transporte coletivo. Segundo empresários locais, a implementação do corredor há cinco anos causou queda de até 40% no movimento dos estabelecimentos e aumentou os riscos de acidentes. Frequentadores relatam dificuldades para encontrar vagas, tendo que estacionar a até quatro quadras de distância, situação que tem afastado a clientela da região.
A medida, segundo os comerciantes, busca resolver um problema que tem afastado clientes e derrubado o movimento nos últimos anos: a falta de vagas para estacionar. Eles alegam que, fora do horário de circulação do transporte coletivo, o corredor não cumpre mais sua função, enquanto os estabelecimentos sofrem com a queda nas vendas e o aumento da insegurança.
Movimento caiu - Há oito anos trabalhando no mesmo ponto, o empresário Matheus Tabosa, de 25 anos, afirma que o corredor de ônibus, instalado há cinco anos, trouxe mais transtornos do que soluções. “Atrapalha muito, principalmente depois das 10 horas da noite. Não tem onde estacionar e a rua virou de duas mãos só. O pessoal sai da conveniência e atravessa bêbado, sem olhar. Pode acontecer um acidente a qualquer hora”, relata.
Matheus defende que, ao menos durante a madrugada, a faixa exclusiva seja liberada para carros. “Esse horário não tem mais ônibus circulando, ainda mais de sexta a domingo. A via perde a importância nesse horário. Seria bom para segurança e para o comércio”, argumenta. Ele calcula que, desde a instalação do corredor, o movimento caiu cerca de 40%.
A mesma percepção é compartilhada pelo empresário Elvis Shinzato, de 53 anos. No ponto comercial que mantém desde 1999, ele afirma que, desde que o corredor foi instalado, a cerca de cinco anos, presenciou ao menos cinco acidentes graves envolvendo o corredor, com quatro mortes por atropelamento. “O ônibus passa do lado esquerdo e muita gente não tem o hábito de olhar pra lá. Já vi acidente com moto, com carro, socorri gente, e teve morte de ciclista que não viu o ônibus vindo”, conta.
Para ele, o impacto no comércio também é evidente. “Converso com os empresários da região, e todos têm a mesma percepção: o movimento caiu. As pessoas reclamam, porque não tem onde parar. Têm que ir para as ruas de trás”, afirma.

Falta de vagas afasta clientes e gera insegurança - Além dos donos dos comércios, quem frequenta a Brilhante à noite também sente na pele as consequências da falta de estacionamento. O atendente de conveniência Marcos Adriano Camargo, de 47 anos, já trabalhou na região antes da implantação do corredor e nota a diferença. “O movimento era bem maior. Agora, a gente tem que deixar o carro lá em cima. Às vezes não tem nem onde parar”, diz. Ele afirma que já ouviu muitas reclamações e confirma que, por conta disso, já deixou de ir ao local algumas vezes.
Morador da região há 15 anos, o garçom Antônio Tiago Vieira, de 36 anos, diz que parou de frequentar a Brilhante com a mesma frequência de antes. “Antes eu vinha todo fim de semana. Agora, com esse corredor, você não tem onde parar. Já deixei carro a três, quatro quadras daqui. Às vezes tem que parar onde dá, mesmo sem segurança, e ainda tem que lidar com andarilho pedindo pra cuidar do carro”, relata.

Tiago diz que já viu muita gente desistindo de frequentar o trecho noturno da Brilhante por causa da dificuldade. “Na minha visão, caiu uns 50% ou 60% da clientela. O pessoal chega num certo horário e vai embora, porque não tem onde parar, tem medo. Se liberar o estacionamento à noite, com certeza o movimento volta. Eu mesmo volto a vir com mais frequência”, afirma.
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