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Meio Ambiente

Novo areeiro põe em risco 54% do abastecimento de água da Capital

Michel Faustino | 26/02/2015 07:33
Bacia do Guariroba representa mais de 50% do abastecimento de água da Capital. (Foto:Marcos Ermínio/Arquivo)
Bacia do Guariroba representa mais de 50% do abastecimento de água da Capital. (Foto:Marcos Ermínio/Arquivo)

A instalação de um areeiro nas imediações dos córregos Guariroba e Água Turva, no Km 13 da BR-262, autorizada pela Prefeitura na terça-feira (24), pode causar prejuízos ambientais "imensuráveis" e põe em risco o abastecimento de água na Capital.

De acordo com o ambientalista Haroldo Borralho, o empreendimento fica em um local próximo aos mananciais de água, entre as bacias dos córregos Guariroba e Lageado, responsáveis por cerca de 55% do abastecimento do município.

O ambientalista taxou como "imprudente e problemática" a autorização concedida pela Semadur (Secretaria Municipal do Meio Ambiente) à empresa Mineradora Eva para explorar a área. A concessão foi publicada no Diário Oficial de Campo Grande na terça-feira e conforme a publicação a licença é válida por 12 meses a contar do dia 18 de fevereiro.

"É lamentável que a Prefeitura tenha permitido esse tipo de exploração tão próxima a mananciais tão importantes para o abastecimento de água da cidade. É um trabalho de prospecção semelhante a um garimpo e pode trazer prejuízos ambientais imensuráveis. Como vai ficar a compensação ambiental depois? O que eles vão fazer para recompor a área?", questionou.

Borralho ressalta que mesmo que área de concessão não esteja dentro da Bacia do Guariroba, o manuseio de sedimentos próximo a esta área pode trazer prejuízos. Ele lembra que a degradação da bacia é alvo de diversos inquéritos do MPE (Ministério Público Estadual).

"Mesmo que eles fiquem na margem esquerda, fora da bacia, esse tipo de atividade irá impactar de qualquer forma em virtude da proximidade", ponderou.

O Campo Grande News foi até o local onde o empreendimento seria instalado, no entanto, não encontrou nenhuma atividade. A Mineradora Eva também foi procurada por telefone, mas nenhum dos números disponíveis na internet e listas telefônicas estavam em operação.

O ambientalista sustenta ainda que a falta de informações a respeito da mineradora torna "o problema ainda maior".

"Não sabemos qual é a situação dessa empresa e o compromisso dela em não acabar com o meio ambiente. Não tem garantia nenhuma. E qual é a situação dos trabalhadores no local. Ninguém sabe onde fica. É uma situação nebulosa", finalizou.

A pedido da assessoria de imprensa da Prefeitura, um e-mail foi encaminhado com os questionamentos a respeito dessa situação, no entanto, até o fechamento dessa matéria não ouve nenhum posicionamento por parte da Semadur.

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