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Na Íntegra

Secretário diz que MS vive “dor do crescimento” com avanço da infraestrutura

Guilherme Acântara explica que indústria da celulose altera mapa de investimentos em rodovias e aeroportos

Por Lucas Mamédio | 02/06/2025 10:17

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RESUMO

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O Governo de Mato Grosso do Sul intensifica investimentos em infraestrutura para acompanhar o crescimento econômico do estado. Entre os principais projetos está a Rota Bioceânica, com concessão de 870 quilômetros de rodovias e investimentos previstos de R$ 8 bilhões, além da repactuação da BR-163, que prevê 205 km de duplicações. A expansão da indústria de celulose também impulsiona melhorias na infraestrutura estadual. Para atender a nova fábrica da Arauco em Inocência, prevista para 2027, o estado investirá na pavimentação da MS-320 e na implantação de 17 aeródromos. O governo ainda planeja a restauração de mais de 2 mil quilômetros de rodovias com recursos do BNDES e Banco Mundial.

O que era apenas promessa em projetos antigos virou realidade com obras que reconfiguram a logística de Mato Grosso do Sul. Foi com esse tom que o secretário de Estado de Infraestrutura e Logística, Guilherme Alcântara, resumiu o atual momento vivido pelo Estado durante participação no podcast “Na Íntegra”, do Campo Grande News.

Em entrevista nesta segunda-feira (2), Alcântara afirmou que o governo estadual atua para acompanhar o ritmo de investimentos privados e federais, especialmente nas regiões afetadas por grandes empreendimentos como a Rota Bioceânica e o novo polo da celulose.

Rota e concessões - A Rota Bioceânica, apontada pelo secretário como o “maior investimento em curso no Estado”, é conduzida pelo Governo Federal por meio do DNIT, mas demanda ações complementares do Executivo estadual. Segundo Alcântara, o governador Eduardo Riedel (PSDB) assumiu trechos da BR-267 e BR-262 para viabilizar concessões com pedágios no modelo “free flow” (sem praças físicas).

Com isso, 870 quilômetros de rodovias estaduais foram concedidos na Bolsa de Valores com previsão de investimento de R$ 8 bilhões. A concessão da BR-163 também foi repactuada, mantendo a mesma empresa à frente, com previsão de 205 km de duplicações e outras melhorias.

Celulose puxa demanda - O avanço das indústrias de celulose mudou o eixo dos investimentos. A fábrica da Arauco, prevista para iniciar operações em 2027 em Inocência, é um dos principais motores atuais. Para atender a empresa, o Estado vai pavimentar a MS-320, ligando Três Lagoas ao município, além de ampliar a malha com outras rodovias estratégicas.MS

“Hoje o privado não espera o público. A Arauco, por exemplo, traz trabalhadores em aviões e precisa de estrutura para operar”, afirmou o secretário.

Além das rodovias, 17 aeródromos estão sendo implantados em municípios com forte presença do setor, como Inocência e Ribas do Rio Pardo. As pistas, segundo Alcântara, são homologadas e atendem até aviões turboélice.

Expansão atinge regiões rurais - Com a expansão das áreas plantadas de eucalipto, o Estado também investe na manutenção e na melhoria de estradas vicinais usadas por caminhões de carga. Brita e arenito têm sido usados para garantir segurança nos trechos não pavimentados.

“O Estado vai implantar 470 km de novas rodovias, só na área de influência da celulose”, destacou Alcântara.

Apoio aos municípios - O secretário também detalhou o programa MS Ativo, voltado a obras de drenagem e pavimentação em cidades do interior. Reuniões com prefeitos e vereadores vêm sendo feitas em blocos regionais para mapear as principais demandas. Segundo ele, o foco do programa é garantir infraestrutura básica para a população e atrair novos investimentos.

Essa frente se articula com a Sanesul, responsável pela expansão do saneamento básico em parceria público-privada.

Ferrovias e impacto futuro - Durante o podcast, o secretário anunciou que o Governo Federal estuda a “rebitolagem” (mudança de bitola dos trilhos) entre Campo Grande e Três Lagoas, o que permitiria maior compatibilidade da malha com o sistema ferroviário paulista. A medida facilitaria o escoamento da produção da celulose e de outros setores.

“O empresário não quer mais operar com lentidão ou ter que fazer transbordo em São Paulo”, explicou Alcântara.

Planejamento antecipado - Para o secretário, o principal desafio do governo é antecipar soluções para as demandas criadas pelo crescimento econômico. “Cada rodovia nova abre uma nova frente agrícola. Em 10 anos, a área plantada de soja e milho dobrou em MS”, afirmou.

Segundo ele, a pasta trabalha para restaurar mais de 2 mil km de rodovias com apoio de recursos do BNDES e do Banco Mundial, além de lançar novo programa de microrevestimento em 600 km da malha.

“O Estado está numa velocidade difícil de acompanhar”, resumiu Alcântara, ao afirmar que o maior objetivo da pasta hoje é garantir infraestrutura compatível com o desenvolvimento em curso.

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