ACOMPANHE-NOS     Campo Grande News no Facebook Campo Grande News no Twitter Campo Grande News no Instagram
ABRIL, QUARTA  24    CAMPO GRANDE 23º

Política

Após fracasso de Buriti, ministro quer solucionar conflito em 5 áreas de MS

Priscilla Peres e Ricardo Campos Jr. | 02/09/2015 16:50
Índios protestaram em frente a governadoria. (Foto: Marcos Ermínio)
Índios protestaram em frente a governadoria. (Foto: Marcos Ermínio)
Ministro afirma que vai mudar estratégia para tentar resolver conflito. (Foto: Marcos Ermínio)
Ministro afirma que vai mudar estratégia para tentar resolver conflito. (Foto: Marcos Ermínio)

Governos federal e estadual e representantes dos índios vão definir cinco áreas de conflito em Mato Grosso do Sul como prioridade para tentar resolver o impasse entre índios e produtores rurais. A estratégia foi definida hoje, com a presença do ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, e levando em consideração o fracasso das negociações da fazenda Buriti em Sidrolândia, a 71 de Campo Grande.

Tanto o ministro quanto o governador Reinaldo Azambuja (PSDB) deixaram claro que a situação de conflito da fazenda Buriti não se resolveu devido à intransigência dos proprietários rurais, que não aceitaram o valor da indenização. Diante disso, eles decidiram mudar a estratégia para tentar resolver a situação de cinco áreas.

Dessa forma, será formada uma comissão com representantes do governo federal, estadual e dos índios, que na semana que vem vão se reunir em Brasílias. Os grupos terão de chegar a um acordo sobre cinco áreas prioritárias de conflito em Mato Grosso do Sul. "Cada uma delas será discutida e mediada. Não da pra saber qual será a solução,e nem se ela será única para todas", disse o ministro Cardozo.

Governador concordou que fracasso da Buriti aconteceu devido a intransigência de produtores. (Foto: Marcos Ermínio)
Governador concordou que fracasso da Buriti aconteceu devido a intransigência de produtores. (Foto: Marcos Ermínio)

Durante a reunião, o ministro chegou a afirmar que "existe a possibilidade de indenização", mas que vai depender dos limites legais e financeiros da União. Eduardo Cardozo veio ao Estado para tentar pacificar o conflito entre índios e fazendeiros, que se acirrou com a morte do indígena Semião Vilhalva, 24, no sábado (29) na área Ñande Rú Marangatu, em Antônio João.

No local, são 9.317 hectares, cuja demarcação chegou até a ser homologada pelo então presidente Luiz Inácio Lula da Silva, em 2005. Porém, a situação está travada na Justiça até hoje, devido a recursos impetrados pelos produtores ao longo dos anos.

O governador concordou com o ministro sobre o impasse da fazenda Buriti , disse que as discussões foram um erro, na época e que desta vez aposta na compreensão de índios e fazendeiros. "Temos certeza que com boa vontade temos solução para ambas as partes", disse Reinaldo que também é proprietário rural.

Já o indígena Lindomar Terena, representante da APIB (Articulação dos povos indígenas do Brasil), afirma que os índios são contra a presença do DOF (Departamento de Operações de Fronteira) na região de conflito pois eles são violentos e que não estão satisfeitos com a reunião de hoje, já que aprenderam que a mesa de diálogo não funciona.

"Já tivemos experiência de que a mesa do dialogo não é o caminho. Estamos em um momento em que uma liderança morre, então descem as autoridades para o estado", disse o indígena.

Protesto lembrou as mortes dos indígenas no estado. (Foto: Marcos Ermínio)
Protesto lembrou as mortes dos indígenas no estado. (Foto: Marcos Ermínio)
Nos siga no Google Notícias