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Política

Audiência no Senado discute rota comercial rumo à Ásia que passa por MS

Rota de Integração Latino-Americana foi alvo de debates por proposição da senadora Simone Tebet

Humberto Marques | 18/04/2018 19:25
Simone avalia que Rila dará mais competitividade à produção nacional e ajudará na geração de emprego e renda. (Foto: Agência Senado)
Simone avalia que Rila dará mais competitividade à produção nacional e ajudará na geração de emprego e renda. (Foto: Agência Senado)

O Senado promoveu nesta quarta-feira (18) uma audiência pública para discutir a viabilidade econômica da Rila (Rota de Integração Latino-Americana), corredor comercial que parte de Mato Grosso do Sul e corta Paraguai e Argentina até se chegar a portos no Chile, de onde se alcançam os mercados asiáticos. A reunião, na Comissão de Assuntos Econômicos, foi proposta pela senadora Simone Tebet, líder do MDB na Casa, sendo subscrita pelos colegas Pedro Chaves (PRB) e Waldemir Moka (MDB).

A rota foi idealizada a partir de Porto Murtinho –a 431 km de Campo Grande–, ligando o Brasil aos portos de Antofagasta e Iquique, no Chile, abrindo um corredor de exportação alternativo rumo ao Oceano Pacífico que é oito mil quilômetros menor que a distância percorrida hoje, que se vale de navios e percorre a costa sul-americana no Oceano Atlântico.

Simone Tebet ressaltou que o corredor permitiria elevar a participação do Brasil na economia mundial, além de gerar emprego e renda e facilitar a instituição de parcerias comerciais e projetos de integração produtiva e de intercâmbio cultural, turístico, científico e tecnológico entre os países sul-americanos. Outro efeito seria a melhoria na infraestrutura.

O coordenador-geral de Assuntos Econômicos Latino-Americanos do Palácio do Itamaraty, João Carlos Parkinson, destacou que a Rila também impactaria positivamente nos custos do frete. “Com a nova rota e a otimização dos processos aduaneiros, estima-se redução de tempo de até 66,7%, considerando-se o somatório dos tempos de viagem e alfândegas, e uma redução de custo de aproximadamente 17,5%”, pontuou, ao frisar ainda que as rotas ferroviária e hidroviária dariam mais competitividade ao escoamento da produção nacional, principalmente de grãos.

Melhorias – A nova rota também tornaria Campo Grande e Três Lagoas –a 334 km da Capital– importantes centros de distribuição de cargas para as regiões Norte, Nordeste e Centro-Oeste.

O presidente do Setlog-MS (Sindicato das Empresas de Transporte de Cargas do Estado), Claudio Cavol, lembrou que o Centro-Oeste hoje exporta muito mais para o mercado asiático que para os países vizinhos. Segundo ele, a rota permitiria incentivar o turismo e o intercâmbio cultural, beneficiando o Estado.

“Temos o Pantanal, temos Bonito, podemos estimular o turismo com os países vizinhos e trazer mais emprego e renda para o Mato Grosso do Sul”, disse Cavol, lembrando ainda da implantação da rede universitária internacional da Rila (a Unirila), que reúne 16 universidades de Mato Grosso do Sul, Paraguai, Argentina e Chile visando a gerar conhecimento e pesquisas para subsidiar políticas públicas dos governos e setores produtivos dos países envolvidos.

Já o embaixador paraguaio no Brasil, Manuel María Cáceres, ressaltou que até 2020 as estradas paraguaias deverão estar prontas para integrar o corredor. O país vizinho precisa concluir 650 km de vias. No trajeto, a ponte entre Porto Murtinho e a comunidade paraguaia de Carmelo Peralta já teve R$ 58 milhões reservados em emenda impositiva assinada pela bancada federal sul-mato-grossense.

Acordo internacional para a execução dessa obra já foi aprovado pelo Senado –o Brasil vai arcar com metade do custo da obra, com o restante cabendo ao governo paraguaio.

Também há a necessidade de uniformizar normas e procedimentos aduaneiro entre os quatro países para reduzir custos e a burocracia. Brasil, Argentina e Paraguai integram o Mercosul.

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