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Política

Com monumento abandonado, calçadão da Barão agora é área de interesse cultural

Entusiastas da cultura esperam revitalização da calçada e mais manifestações culturais no local

Por Caroline Maldonado | 12/01/2024 12:05
Calçadão da Rua Barão do Rio Branco, entre a Avenida Calógeras e a Rua 13 de Maio, tem monumento em homenagem a ativista ambiental que morreu ao protestar no local (Foto: Marcos Maluf)
Calçadão da Rua Barão do Rio Branco, entre a Avenida Calógeras e a Rua 13 de Maio, tem monumento em homenagem a ativista ambiental que morreu ao protestar no local (Foto: Marcos Maluf)

O calçadão da Rua Barão do Rio Branco, entre a Avenida Calógeras e a Rua 13 de Maio, agora é uma área de interesse cultural, conforme lei sancionada pela prefeita Adriane Lopes (PP). Tradicionalmente, o local é ponto de manifestações políticas e culturais, tendo até um monumento em homenagem a um ativista que morreu em 2005, que sofre com os efeitos do tempo sem manutenção.

O autor do projeto que gerou a lei, vereador Ronilço Guerreiro (Podemos), prevê que a partir de agora os interessados em realizar ações culturais no local poderão pedir licença à Sectur (Secretaria Municipal de Cultura e Turismo) e não mais à Semadur (Secretaria Municipal de Meio Ambiente e Desenvolvimento Urbano).

Isso vai facilitar a promoção de “ocupação cultural” e a busca por recursos para a revitalização do calçadão em um projeto maior de criar vários espaços dessa natureza no Centro da Capital e valorizar a classe que promove eventos e ações culturais.

“Antes, a Semadur poderia até multar se fizéssemos ali uma feira com artesanato à venda, mas sendo área de interesse cultural vamos procurar a Sectur, além de buscar emendas para revitalizar a calçada, pois as pedras sabão estão descolando, o monumento também está de um jeito que dá dó e isso é muito importante que aquele lugar fantástico seja palco da cultura e de manifestações do povo”, comentou o vereador.

Sendo área de interesse cultural também será possível viabilizar recursos por meio de editais, como a Lei Rouanet, conforme o vereador. “Queremos transformar toda a região. Se você for hoje a qualquer lugar do Brasil, encontrará manifestações culturais. A rua é do povo. A Rua 14 de Julho, queremos transformar em corredor gastronômico”, diz.

Para o parlamentar, a Casa da Memória Arnaldo Estevão de Figueiredo, que fica na esquina da Barão com a Avenida Calógeras, também precisa ser transformada em um espaço para uso cultural. A casa foi um museu fundado em 1996 e fechado em 2006, mas hoje abriga uma autoescola.

Os estabelecimentos do calçadão já foram muito frequentados como ponto de encontro entre amigos em décadas passadas e também ocupado por vendedores informais, os chamados "camêlos", até que todos foram remanejados para o Camelódromo, nas avenidas Afonso Pena com Calógeras. Uma escadaria que havia na Barão foi demolida em 1999, contra vontade da classe artística e cultural.

A reportagem solicitou à Semadur e a Sectur esclarecimentos sobre como ficam os trâmites para licenças que envolvam manifestações e eventos de todos os tipos no calçadão com a sanção da Lei 7.193 e aguarda resposta.

Monumento em homenagem ao jornalista e ambientalista Francisco Anselmo de Barros, sofre com efeitos do tempo. (Foto: Marcos Maluf)
Monumento em homenagem ao jornalista e ambientalista Francisco Anselmo de Barros, sofre com efeitos do tempo. (Foto: Marcos Maluf)

Monumento - A homenagem está abandonada, se degradando com o tempo. É um quadrado forrado com vidro e alguns dizeres parcialmente apagados, na calçada.

O jornalista e ambientalista Francisco Anselmo de Barros ateou fogo no próprio corpo em protesto contra a instalação de usinas de álcool e açúcar na bacia do Rio Paraguai, no Pantanal, há 19 anos.

“Francelmo”, como era conhecido, estendeu dois colchonetes em forma de cruz no calçadão da Rua Barão do Rio Branco, ensopou-os com gasolina e ateou fogo por volta das 12h de um sábado. O ativista teve queimaduras em 100% do corpo e morreu na UTI (Unidade de Terapia Intensiva) da Santa Casa.

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