Comissão descarta afastar vereadora por declaração “infeliz” ao MPE

A Comissão de Ética da Câmara Municipal, que investiga os nove vereadores por quebra de decoro, em decorrência de terem suas condutas questionadas pelo inquérito da operação Coffee Break, descartou a possibilidade de afastar a vereadora Luiza Ribeiro (PPS), por conta das declarações da parlamentar ao MPE (Ministério Público Estadual) em que fez acusações a vereadores e lideranças partidárias da Capital sem provas.
O vereador João Rocha, presidente da Comissão de Ética, declarou que com a apresentação da denúncia, o processo seguirá todos os trâmites necessários, como ampla defesa e contraditório, assim como está sendo assegurado aos demais parlamentares que também estão sendo analisados pela Comissão de Ética, no entanto, não existe possibilidade de afastamento.
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“O processo vai ser longo. Vamos garantir todos os direitos de defesa e com certeza a decisão final ficará só para o ano que vem. Vale destacar que nenhum vereador pediu o afastamento da vereadora Luiza, e por isso já descartamos essa possibilidade. Sempre respeitamos seu comportamento como parlamentar dentro e fora do Plenário, porque prezamos pela liberdade de expressão. A cassação é a última instância de penalidade a ser aplicada, mas isso nunca aconteceu na Câmara Municipal”, disse.
Depoimento da discórdia – Luiza foi duramente criticada pelos colegas que inclusive cobraram punição da Comissão de Ética pelas declarações, sem provas, ao MPE no âmbito da operação Lama Asfáltica. Em seu depoimento, a vereadora aparece dizendo que os vereadores recebiam “mensalinho” desde a gestão do prefeito Nelson Trad Filho.
O depoimento de Luiza Ribeiro ao MPE foi gravado em vídeo que, deveria ser sigiloso em razão do processo da Lama Asfáltica tramitar em segredo de justiça, vazou à imprensa e tornou as declarações públicas.
Luiza Ribeiro declarou por várias vezes que não teve a intenção de prejudicar os colegas ou qualquer liderança política, que suas declarações ocorreram dentro de um inquérito em curso e que caberia aos promotores a investigação.