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Política

Em Campo Grande, Marco Feliciano pede fim de investimentos em cultura

Parlamentar cogita disputar a presidência da República em 2018, como vice de Jair Bolsonaro, também do Partido Social Cristão

Alberto Dias | 21/05/2016 19:38
Marcos Feliciano (PSC-SP) em Campo Grande, a convite do colega deputado e pastor Elizeu Dionísio (PSDB-MS)  (Foto: Alberto Dias)
Marcos Feliciano (PSC-SP) em Campo Grande, a convite do colega deputado e pastor Elizeu Dionísio (PSDB-MS) (Foto: Alberto Dias)

Em curta passagem por Campo Grande, o deputado federal e pastor Marco Feliciano (PSC-SP) fez duras críticas aos "investimentos bilionários em cultura" e também à educação que forma "idiotas úteis" ou "analfabetos funcionais". Mais magro, na moda, e com cabelos que seguem a tendência dos cantores sertanejos, o parlamentar fez questão de lembrar sua influência na política do País ao ressaltar, por exemplo, seus cinco milhões de seguidores nas redes sociais.

Ao chegar à sede da Assembleia de Deus Missões na tarde deste sábado, Feliciano se deparou com palavras pichadas em muros da igreja que o intitulavam "golpista facista". Questionado se está acostumado a tais protestos, ele garante que não. "É a primeira vez e fiquei feliz. Pela mensagem, vejo que são estudantes da UNE (União Nacional dos Estudantes) com medo da CPI", disse, referindo-se à Comissão Parlamentar de Inquérito que propõe para investigar o destino de "milhões arrecadados com a carteirinhas de estudante e doações de estatais".

Em entrevista ao Campo Grande News, o pastor falou também de preconceito. Não daquele reclamado pelo movimento LGBT (Lésbicas, Gays, Bissexuais, Travestis, Transexuais e Transgêneros), mas do preconceito que diz sofrer a comunidade evangélica. "Existe preconceito porque nosso movimento é conservador e todo mundo que é evangélico sofre. Inclusive as empresas não querem atrelar seu nome ao cristianismo devido às polêmicas", ponderou. Para ele, isso acontece "porque o brasileiro não lê e a ausência do conhecimento faz ele pecar".

"Cultura é necessário, mas não agora" - Com tal afirmação ele questiona R$ 1,7 bilhão investidos pelo Governo Federal nesta área, "em vez de focar em saúde e educação". E para os artistas insatisfeitos com o fechamento do Ministério da Cultura, deixa um recado: "procurem o Ministério do Trabalho". O parlamentar lembrou ainda que o Brasil nunca teve filme ganhador de um Oscar, pois "há muita falcatrua". "Chega desse povo usar dinheiro do contribuinte nessa Pátria Educadora que forma analfabetos culturais".

Sobre a volta do Ministério da Cultura, sinalizada pelo presidente interino Michel Temer (PMDB), ele considera o recuo uma "fraqueza". "O presidente não devia voltar atrás e ceder à pressão de Renan Calheiros", pontuou, afirmando que o presidente do Senado se faz valer do fato de o processo de impeachment ainda correr na casa. Por isso, adiantou que tentará uma agenda com Temer na segunda-feira (23) para debater o assunto e propor uma CPI para investigar o Ministério e os patrocínios milionários da Lei Rouanet. Para o parlamentar, há muito ainda a ser revelado sobre os investimentos em cultura no País.

Com ares de astro pop, parlamentar critica investimentos em cultura. (Foto: Alberto Dias)
Com ares de astro pop, parlamentar critica investimentos em cultura. (Foto: Alberto Dias)

Contra Dilma - Polêmico na Câmara dos Deputados e nos púpitos evangélicos, Feliciano criticou duramente o governo petista, assumindo ter atuado "muito pelo impeachment", sem descartar a disputa pela presidência da República em 2018, como vice de Jair Bolsonaro, também do Partido Social Cristão, a quem chama de "capitão". Porém, explica, é inviável que ambos deixem o Legislativo juntos para uma disputa eleitoral. "A Câmara sem Feliciano e Bolsonaro voltaria a ser o que era. A não ser que eu 'faça' um novo Feliciano lá dentro", ironizou.

Ao citar o colega, Feliciano lembrou da fala de Bolsonaro em homenagem ao coronel Carlos Alberto Ustra, responsável por torturas durante ditadura civil-militar. "Fui o único a defendê-lo, pois o Ustra estava a favor do País contra o comunismo", disse o deputado, que considera "ditadura brasileira" um termo equivocado. "Em Cuba, 20 mil foram assassinados pela ditatura, no Chile foram 60 mil, mas no Brasil foram mortas 424 pessoas, sendo metade comunistas armados com bombas e que matavam pessoas", disse, sobre o período que prefere chamar de "regime militar".

Agenda - Depois da entrevista, encerrada no início da noite, Marco Feliciano disse que ainda iria almoçar. Visivelmente cansado após viagem para o interior, o parlamentar seguiria para os compromissos da noite, às 19h na igreja Nova Redenção da Fé, na Rua 13 de Maio, onde participa do Culto de Avivamento e às 23h ele retorna para a sede da Assembleia de Deus Missões, na Avenida Brilhante, para a Vigília da Comunhão, organizada pelo colega pastor e deputado federal Elizeu Dionízio (PSDB-MS), que o acompanha em sua passagem por Mato Grosso do Sul.

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