ACOMPANHE-NOS     Campo Grande News no Facebook Campo Grande News no X Campo Grande News no Instagram Campo Grande News no TikTok Campo Grande News no Youtube
MAIO, SEGUNDA  19    CAMPO GRANDE 29º

Política

Em MS, legendas rejeitam que uso de estrutura financeira para atrair deputados

Com fim de janela e do prazo final de filiações, apenas um deputado federal trocou de agremiação; tamanho das bancadas em Brasília definirá futuro financeiro de partidos

Humberto Marques | 10/04/2018 08:14
Em MS, legendas rejeitam que uso de estrutura financeira para atrair deputados
Elizeu nega que troca do PSDB pelo PSB envolveu questões como estrutura para a campanha e frisa busca de espaço para o grupo político. (Foto: Divulgação)

A Câmara dos Deputados será um endereço mais visado que o normal nas eleições deste ano, graças à necessidade de os partidos formarem bancadas numerosas e, desta forma, garantirem sua sobrevivência –inclusive financeira– ante as mudanças nas regras eleitorais.

Tendo isso em vista, teve início uma verdadeira caça a políticos na janela partidária que terminou no dia 7 de abril e que permitiu a parlamentares trocarem de agremiação sem perderem os mandatos. Na mesma data, encerrou-se o prazo para filiação de potenciais candidatos.

A “arma” para atração, conforme noticiado pela imprensa nacional, foi a promessa de estrutura financeira para campanhas dos reforços –algo que direções locais das legendas garantem ter passado longe de seus novos integrantes. 

Neste ano, a representatividade no parlamento não garante apenas tempo de TV e recursos do fundo partidário, mas também permite uma fatia do recém-criado fundo eleitoral –que substitui as doações de empresas a campanhas e, só neste ano, terá R$ 1,7 bilhão, dos quais 48% são rateados proporcionalmente conforme as bancadas na Câmara.

Por esse motivo, partidos correram o Congresso em busca de reforços, oferecendo, por exemplo, contribuições de até R$ 2,5 milhões para bancar as campanhas (limite máximo previsto pela Justiça Eleitoral).

“O fundo eleitoral, misturado com o fundo partidário, isto é, dinheiro público, é usado para fazer aliciamento”, afirmou à TV Globo o deputado Miro Teixeira (Rede-RJ), referindo-se também aos outros R$ 888 milhões do fundo partidário. “[O parlamentar] quer trocar de partido porque o fundo partidário de um é maior que o do outro”, emendou Julio Delgado (PSB-MG). “Vão fazer a troca em função daquilo que é oferecido financeiramente”.

Dados preliminares apontam que cerca de 60 dos 513 deputados federais trocaram de partido até 7 de abril. Destes, apenas um é de Mato Grosso do Sul e, conforme sua assessoria, só oficializou a mudança no momento por conta do prazo limite para filiação de pretensos candidatos.

Em MS, legendas rejeitam que uso de estrutura financeira para atrair deputados
Ulisses afirma que MDB não entrou na briga por deputados federais em MS. (Foto: Leonardo Rocha/Arquivo)

Filiações – Elizeu Dionizio foi para o PSB egresso do PSDB –no qual se filiou em 2015, quando assumiu o mandato em substituição a Márcio Monteiro, deixando o Solidariedade. O deputado afirma que a estrutura de campanha dos candidatos foi discutida na migração, “mas não foi a prioridade”.

A troca, disse ele, teve como foco a autonomia do partido no Estado “e a possibilidade de uma candidatura nacional [à Presidência da República]. Hoje temos a pré-candidatura do Joaquim Barbosa [ex-ministro do Supremo Tribunal Federal]”, citou Dionizio, que assumiu a presidência do Diretório Regional do PSB.

O MDB –que já chegou a ter quatro dos oito deputados federais do Estado e em 2014 elegeu dois– neste momento não tem nenhum parlamentar na Câmara: Geraldo Resende foi para o PSDB depois de ser eleito, enquanto Carlos Marun se licenciou para assumir a Secretaria de Governo da Presidência (seu suplente, Fábio Trad, era do partido e se filiou ao PSD).

Presidente do Diretório Municipal do MDB e responsável por articulações visando a filiações, Ulisses Rocha negou que o partido entrou na disputa por parlamentares ou feito proposta semelhante para reforços que visam a Câmara. Segundo ele, a cúpula emedebista deu autonomia para a busca de reforços, sendo que, dela, espera-se algum suporte financeiro às candidaturas.

“O Diretório Nacional vai definir o valor que cada deputado no exercício do mandato vai poder contar e quanto cada estrante vai poder receber”, explicou Duarte, negando que haja uma “imposição” para eleição de parlamentares federais. “Não é algo que se tenha como mensurar”, disse. O MDB trabalha com a expectativa de eleger dois deputados federais no Estado.

Em MS, legendas rejeitam que uso de estrutura financeira para atrair deputados
Para Beto, ofertas saíram de partidos sem projeto nacional. (Foto: Victor Chileno/ALMS)

Da mesma forma, o presidente regional do PSDB, o deputado estadual Beto Pereira, negou que houve alguma tratativa com deputados federais ou eventuais candidatos ao cargo que passasse pela estrutura financeira. “Não fizemos nenhuma persuasão dessa natureza”, disse, atribuindo a prática aos partidos que não miram a Presidência da República. “Quais partidos que mais ganharam deputados? Aqueles sem um projeto nacional”.

Beto prevê ajuda da cúpula tucana para candidaturas à Câmara, “mas agora não conseguimos mensurar isso ou fazer algum compromisso com base nisso, porque não sabemos o tamanho dessa ajuda”.

Motivos – Mais do que o suporte estrutural, os partidos sinalizam acreditar no potencial eleitoral próprio e de seus reforços para conseguirem votações expressivas e, como consequência, cadeiras em Brasília. “Quem veio foi por convicção de acreditar no nosso projeto”, disse Beto Pereira.

No MDB, a lista de pretensos candidatos a deputado federal inclui ex-prefeitos e um deputado estadual –George Takimoto, ex-PDT. “Não adianta filiar sem critério e ir trazendo nomes para o partido. São nomes em condições de disputar eleição e ter condições de ser represetntado”, explicou Ulisses.

Dionizio tem discurso semelhante. “Vamos oferecer [aos pré-candidatos] fum partido com ética, transparência, que tem bons quadros com o nome limpo e uma candidatura nacinal que representa o anseio da mudança comportamental da classe política. Buscaremos o melhor cenário no Estado para que os candidatos a estadual e federal possam ter uma chance real de eleição e que possamos eleger quadros que possam contribuir com o processo político”.

Nos siga no Google Notícias