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Política

Fim do deficit habitacional e jovens "nem-nem" estão no radar para 2050

Planejamento de longo prazo deve evitar que projetos como a Rota Bioceânica demorem 40 anos para sair do papel

Por Fernanda Palheta | 18/06/2025 13:11
Fim do deficit habitacional e jovens "nem-nem" estão no radar para 2050
Evento na manhã de hoje na Câmara Municipal de Campo Grande (Foto: Izaias Medeiros)

Zerar o deficit habitacional brasileiro ou criar políticas públicas para os jovens nem-nem – que nem estudam, nem trabalham, são alguns dos exemplos práticos do que pode fazer parte do planejamento estratégico para o Brasil até 2050. Na última etapa do Fórum Participativo para construir o documento, realizada na Câmara Municipal de Campo Grande, nesta quarta-feira (18), a ministra do Planejamento e Orçamento do Brasil, Simone Tebet (MDB), disse que o objetivo atrair mais investimentos e evitar que projetos como a criação da Rota Bioceânica demorem décadas para sair do papel.

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O Brasil planeja zerar o déficit habitacional e desenvolver políticas para jovens "nem-nem" até 2050, conforme anunciado pela ministra do Planejamento, Simone Tebet, durante o Fórum Participativo em Campo Grande. A proposta inclui a criação de uma carta com prioridades e metas, a ser apresentada na COP30 em 2025. Atualmente, cerca de 5 milhões de brasileiros não têm moradia. O planejamento estratégico visa estabelecer cenários e indicadores para reduzir esse número ao longo das próximas décadas. Além disso, a ministra destacou a necessidade de abordar a situação dos jovens que não estudam nem trabalham, propondo ações para diminuir esses índices nos próximos anos.

Ela lembra que as discussões sobre o corredor rodoviário para ligar os oceânicos Atlântico e Pacifico, passando pelo Brasil, Paraguai, Argentina e Chile, começaram nos anos 1990.

“Se nós tivéssemos planejamentos estratégicos. E, consequentemente, a partir daí, um plano de começo, meio e fim, um orçamento anual do Governo do Estado, do Governo Federal e Investimentos Privados, esses 40 anos de sonho já seriam pelo menos 20 anos de realidade. Essa Rota Bioceânica já estaria pronta no início dos anos 2000 e não em 2026, como vai acontecer”, apontou. “Planejar um país, um Estado, significa gastar bem e de forma eficiente e realizar os sonhos cada vez mais rápidos da sociedade”, completou.

Após um ano de trabalho interno ouvindo os 37 ministérios e seis meses percorrendo os estados brasileiros, a equipe técnica do Governo Federal irá compilar os principais anseios da população em uma carta que deve ser apresentada na COP30 (Conferência das Nações Unidas sobre Mudança do Clima) marcada para novembro de 2025, em Belém (PA).

Uma das formas para medir quais deverão as prioridades no planejamento é a criação de uma nuvem com as palavras mais repetidas e a partir delas serão criados o que a ministra chamou de “grandes guarda-chuvas” com temas centrais como macroeconomia, desenvolvimento social e mudanças climáticas. “Essa carta vai servir de parâmetro, ela vai usar alguma coisa dali porque esse projeto não é um projeto de governo, é um projeto de Estado brasileiro. Ela vai ter indicadores e metas daquilo que nós queremos alcançar para 2030, 2035, 2040, 2045 e 2050”, disse.

Um dos problemas citados pela ministra é o deficit habitacional. Segundo ela, hoje no Brasil cerca de 5 milhões de pessoas não tem onde morar.

“Se esse projeto tivesse sido feito lá atrás, nós estaríamos em outra situação. O que a população quer? Queremos zerar o deficit habitacional, nós temos três cenários. Qual é o cenário ótimo, qual é o cenário médio, qual é o cenário ruim? E a gente vai criar metas para alcançar aquele cenário”, detalhou como deverá funcionar a metodologia para a criação do documento.

De acordo com o exemplo, o planejamento pode estabelecer a diminuição de 1 milhão no deficit até 2030, para 2035 a meta pode ser chegar a 3 milhões e em 2050 com apenas 1 milhão de deficit. “Quando eu tenho essa meta, teremos esses métodos, esses indicadores, essa carta náutica, ela fica com uma bússola, aí um deputado federal vai direcionar emenda para um projeto focado em acabar com o problema habitacional do Brasil. Então é isso, quer dizer, você escolhe prioridades, estabelece indicadores e metas e percebe com orçamento o objetivo, disse.

Fim do deficit habitacional e jovens "nem-nem" estão no radar para 2050
Governador Eduardo Riedel (PSDB), entre ministra do Planejamento, Simone Tebet (MDB) e senadora Soraya Thronicke (Foto: Izaias Medeiros)

Outra situação apontada pela ministra foi a situação dos jovens nem-nem. “O Brasil tem os maiores números de jovens que nem estudam e trabalham no mundo, então a gente está colocando com muito critério qual é o ideal daqui cinco, dez, quinze, vinte, vinte e cinco anos para o decréscimo desse índice. E como fazer para alcançar esses indicadores em 2030, em 2035, em 2040, em 2045, em 2050”, completou.

O governador de Mato Grosso do Sul, Eduardo Riedel (PSDB) ressaltou o desafio do planejamento estratégico. “Planejar parece algo distante, mas não é fácil. Não somos só gestores públicos do momento. Somos arquitetos de um futuro; ao tomarmos decisão hoje estamos determinando o rumo que vamos tomar”, disse. Riedel citou o plano estratégico para Mato Grosso do Sul, que tem como diretrizes: prosperidade, sustentabilidade, tecnologia e inclusão.

"Nós temos muito claro a trajetória que eu entendo estará presente. Quando a gente fala de dois grandes potenciais que até amanhã. Global. E o Mato Grosso do Sul, em especial, está nessa agenda já há algum tempo e fortalecendo essa agenda. Segurança alimentar e transição energética. Estamos assistindo todo dia duas grandes guerras no mundo, uma no coração da Europa, outra no Oriente Médio, e as duas elas são em função dessas duas guerras geopolíticas. Quem comanda a transição energética, as fontes de energia e como se dá a segurança alimentar do mundo. Então esse ativo nós temos para oferecer para o mundo", disse.

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