Governo promete buscar recursos e agilizar reforma agrária no Estado

Representantes do Governo de Mato Grosso do Sul se comprometeram a buscar recursos com a União e agilizar o processo de reforma agrária, em reunião com manifestantes de oito movimentos sem-terra que lotaram o plenário da Assembleia Legislativa na manhã desta terça-feira (29).
Rodionei Merlim Coutinho, coordenador da coalizão dos movimentos sociais, participou do encontro e disse que são R$ 80 milhões disponíveis para investimentos em reforma agrária no País. O que ele considera “muito pouco”, por isso busca apoio do governador e dos deputados estaduais para que pelo menos uma parte deste dinheiro venha para Mato Grosso do Sul.
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“A nove anos não tem reforma agrária no Estado e, por isso, buscamos essa mediação para pelo menos termos recursos. Estamos desde ontem ocupando o Incra. E vamos ficar por tempo indeterminado até o superintendente voltar com uma resposta de Brasília”, diz Rodionei Merlim.
Por parte do governo, participaram o secretário de Administração, Carlos Alberto de Assis; o presidente da Agraer (Agência de Desenvolvimento Agrário e Extensão Rural), Enelvo Iradi Felini; e Ricardo Senna, secretário adjunto da Semagro (Secretaria de Estado de Meio Ambiente, Desenvolvimento Econômico, Produção e Agricultura Familiar).
Segundo Carlos Alberto de Assis, a administração estadual tem compromisso em apoiar os movimentos e a agricultura familiar, e o governador Reinaldo Azambuja (PSDB) vai marcar uma reunião para conversar pessoalmente com as famílias que querem a reforma agrária. “A agricultura familiar é uma das prioridades do governo. Ouvi do governador que ele quer que a reforma avance no Estado”.
Ricardo Senna informou que a gestão espera investimento de R$ 40 bilhões em Mato Grosso do Sul de empresas da iniciativa privada, o que deve gerar muitos empregos e aumentar a demanda por alimentos. “É importante a agricultura familiar se fortalecer. As pessoas vão precisar comer, mas ainda importamos frutas e alimentos de fora do estado. A Agricultura familiar precisa ser protagonista nas produções locais e abastecer o comércio”.
Enelvo Iradi Felini disse que a atual gestão, desde 2014, já concedeu titularização e regularização de terras para 600 famílias e que a Agraer aumentou o número de escritórios no interior. “A meta é chegar a mil propriedades regularizadas até o fim do ano”, afirma.
E 2014 foram 57 títulos de terras. A meta é chegar a 1000 até o fim do ano. 80% dos produtos do Ceasa são de fora do estado. Sul e do sudeste. Nossa agricultura ainda está no começo de fruta e outros alimentos tem 20 poucos anos. Estamos gradativamente iniciando a agricultura familiar.
Também participaram da reunião os deputados estaduais Rinaldo Modesto (PSDB), líder do governo, e João Grandão (PT).