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Política

Missão de defender Bernal na Câmara provoca discussão entre vereadores

Carlos Martins | 07/03/2013 15:01
Alex e Flávio César em discussão na manhã de hoje. (Foto: Divulgação)
Alex e Flávio César em discussão na manhã de hoje. (Foto: Divulgação)

A missão de defender a administração Alcides Bernal na Câmara Municipal de Campo Grande motivou na sessão desta quinta-feira acaloradas discussões entre vereadores. De um lado, o líder de Bernal, vereador Alex do PT e, de outro, defensores da antiga administração que integram a base de apoio do ex-prefeito Nelsinho Trad (PMDB). Ao terminar sua manifestação, Alex do PT foi aparteado pelo vereador Flávio Cesar (PTdoB).

Ao responder a Alex do PT, que enumerou supostas falhas de Nelsinho na administração de Nelsinho em áreas como habitação, saúde, funcionalismo, o ex-líder Flávio César indagou onde foi que Alex andou nos últimos anos que não observou nada em relação aquilo que criticava: “O senhor legislava em Paranhos”, ironizou.

Em resposta, Alex mais uma vez procurou defender o prefeito Alcides Bernal de cobranças que estão sendo feitas pelo seu estilo de governar. Para defendê-lo, atacou o PMDB que administrou Campo Grande nos últimos anos. “O município ficou nos últimos 20 anos nesta situação, com vários problemas e querem que em 60 dias Bernal resolva tudo, ele não tem uma varinha mágica”.

Falando especificamente de Nelsinho Trad, Alex disse que nos últimos oito anos não foi construída nenhuma casa com recursos próprios. Disse, também, que Campo Grande é a única capital que não possui um Plano de Cargos, Carreiras e Salários para os servidores.

“Todas as capitais possuem um PCCS, inclusive em Macapá e Teresina, menos em Campo Grande. Não foi feita nenhuma regulamentação fundiária. O número de leitos hospitalares, que não chegam a 600, não aumentou nestes últimos oito anos. Não tem fisioterapeuta contratada, só tem uma nutricionista na rede e nenhum médico foi contratado nestes últimos anos”, cobrou Alex.

Vários vereadores se manifestaram em defesa do ex-prefeito. O vereador Paulo Siufi (PMDB), ex-presidente da Câmara, disse que se Nelsinho Trad conseguiu convênios para a construção de casas e se conseguiu parcerias via governo do Estado, foi por méritos dele. “Se conseguiu recursos junto a Lula e a Dilma, méritos a Nelsinho Trad. Isso é que ser prefeito. Vai atrás dos convênios dos parceiros para realizar as obras que precisamos”, sugeriu ao prefeito Bernal.

"Informações distorcidas" - Siufi disse que não sabe de onde Alex do PT tirou aqueles dados. “Foram inverdades o que ele disse, não sei de onde tirou estes números, estas informações distorcidas, que não são verdadeiras”, disparou. Ele afirmou que na rede houve contratações de médicos e que o plano de carreira dos servidores já foi aprovado e falta apenas ser sancionado pelo prefeito.

“Acho que todos os vereadores devem trabalhar pelo desenvolvimento e crescimento de Campo Grande e o que nós queremos é que esta prefeitura faça a continuidade dos bons trabalhos e que faça novos investimentos para que a cidade continue crescendo e se desenvolvendo”, sugeriu Paulo Siufi.

O vereador Carlão, que é notório por seus discursos inflamados, foi um dos vereadores que integrou a turma do “deixa-disso” ao pressentir que os ânimos estavam exaltados. Sem antes lançar uma farpa: “Vereador Alex, acho que o senhor não anda pela cidade e não conhece a realidade. O senhor morava onde: em Coxim ou Terenos?”, provocou.

O vereador Alex do PT reclama que se instalou no parlamento municipal uma “ditadura da maioria”. Esta semana, a bancada de apoio a Bernal sofreu oficialmente duas baixas. Dos 29 vereadores, 9 integravam a bancada governista que foi reduzida para sete vereadores, já que os vereadores João Rocha e a professora Rose, ambos do PSDB, anunciaram que a partir de agora irão atuar de forma independente. “Esta ditadura da maioria quer impedir a minoria de se manifestar, cometem arbitrariedades”, acusou Alex. Ele diz que há um descontrole deliberado da Mesa Diretora na condução dos trabalhos.

Ele disse que há um desrespeito ao regimento, pois quando vai ao microfone, sofre pressão para encerrar o pronunciamento sob a alegação de que o tempo estourou e que é constantemente interrompido por vereadores que sequer estavam inscritos. “Cadê a democracia? No dia em que o parlamento agir na tentativa de coagir, perde sua principal essência, que é o contraditório”, finalizou.

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