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Política

Nova polêmica sobre Quinta Gospel deflagra “guerra santa” na Câmara

Aline dos Santos e Kleber Clajus | 07/08/2014 12:42
Sessão começou com debate sobre Faixa de Gaza e acabou com discussão sobre religião. (Foto: Kleber Clajus)
Sessão começou com debate sobre Faixa de Gaza e acabou com discussão sobre religião. (Foto: Kleber Clajus)

Aberta com discussão sobre o conflito na Faixa de Gaza, a sessão da Câmara Municipal de Campo Grande acabou em clima de “guerra santa”. O pivô do embate foi a Quinta Gospel, evento realizado pela Fundac (Fundação Municipal de Cultura).

Vice-presidente da comissão permanente de Cultura, o vereador Eduardo Romero (PT do B) leu em plenário um ofício em que a fundação vetou trazer a cantora Rita Ribeiro, artista espírita e que apresenta o projeto 'Tecnomacumba'.

O pedido para o show na Quinta Gospel foi feito por Elson Borges dos Santos, presidente da Tenda de Umbanda Pai Joaquim de Angola. Em resposta, assinada pela diretora-presidente Juliana Zorzo, a Fundac informa que “a lei reconhece como manifestação cultural as músicas e eventos gospel evangélico. Gospel, traduzido do inglês para português como evangélico. Gospel, traduzido do inglês para o português como Evangelho. Originalmente surgiu nos Estados Unidos e, no Brasil, é utilizado para se referir à religião evangélica protestante (sic)”.

Porém, segundo Romero, a Lei 5.092, de 20 de junho de 2012, não determina que o evento é para público restrito. O parlamentar disse que encaminhou a questão para o MPE (Ministério Público Estadual). “A administração não deve ser para um segmento”, afirmou.

As declarações provocaram resposta imediata da bancada evangélica. “Tem que parar com essa brincadeira de mau gosto. Todo mundo sabe que gospel trata dos evangélicos. Me acha um terreiro de macumba gospel, que vou orar e levar meus pastores. Essa é uma tentativa de usurpar um espaço conquistado”, rebateu o vereador Elizeu Dionízio (SD).

Por sua vez, Romero manteve a crítica. “Isso é intolerância. O projeto prevê apresentação de artistas nacionais e regionais e não delimita a religião ou eu sou um tremendo idiota, que não entende o que diz a lei. Não é contrariedade contra o público evangélico”, afirmou.

A vereadora Rose Modesto (PSDB) adotou tom mais conciliatório. “A lei não foi e nunca será com objetivo de discriminar ou beneficiar apenas um grupo. O objetivo é exaltar a cultura cristã”. Para exemplificar, ela lembrou que a última atração foi a banda católica Rosa de Saron.

Paulo Pedra (PDT) sugeriu a convocação de Juliana Zorzo para esclarecer se ela leu antes de assinar o documento. Segundo ele, o evento pode ter artistas espíritas, música do candomblé, budismo e zen, pois elas também podem ser consideradas “gospel”.

Com quatro artigos, a lei da Quinta Gospel dispõe somente que a apresentação será na praça do Rádio Clube, na quinta-feira que antecede a Noite da Seresta, e deverá contar com shows de artistas nacionais e regionais. A estrutura utilizada também deve ser a mesma da Noite da Seresta.

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