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Política

Temer sanciona reforma na quinta e 13 disciplinas não são mais obrigatórias

Alberto Dias | 15/02/2017 19:45
O senador sul-mato-grossense Pedro Chaves (PSC-MS) foi relator do projeto que muda o ensino médio no Brasil. (Foto: Alcides Neto)
O senador sul-mato-grossense Pedro Chaves (PSC-MS) foi relator do projeto que muda o ensino médio no Brasil. (Foto: Alcides Neto)

Uma verdadeira novela que incluiu debates, protestos, ocupações nas escolas, agressões e até morte de estudantes, chega a um capítulo decisivo. A lei que institui oficialmente a Reforma do Ensino Médio será sancionada pelo presidente da República Michel Temer (PMDB) na manhã desta quinta-feira (16).

No Senado, o projeto teve a guarda de um relator sul-mato-grossense que, não por coincidência, é chamado de professor Pedro Chaves dos Santos Filho (PSC-MS). Durante a sessão na tarde desta quarta-feira (15), Chaves era só alegria. "Essa reforma é uma das mais importantes do governo Temer porque educação é o principal fator de desenvolvimento econômico", disse, por telefone, ao Campo Grande News.

De sua parte, a vontade de mudança na grade curricular vem de muito tempo, antes mesmo de comandar a Uniderp, em Campo Grande. "Desde o início eu eu não aceitava que todos os alunos tivessem que fazer 13 disciplinas obrigatórias", reclamou o parlamentar, apontando que a educação precisa avançar, que houve retrocesso e que nem sempre foi assim.

"Na década de 60 nós podíamos escolher entre o curso científico, clássico, de contabilidade ou magistério", ou ou seja, havia opções. "Eu com 15 anos, escolhi o científico porque queria cursar engenharia. Meu assessor de imprensa fez o clássico, pois queria jornalismo, entende?", pondera Chaves, ao defender o direito do aluno poder escolher as disciplinas que mais se adequem à sua vocação. "Na Uniderp, por exemplo, eu achava injusto que os acadêmicos de moda tivessem que cursar química, biologia e física".

Porém, diante das incertezas da adolescência, onde boa parte dos jovens ainda não definiu qual profissão seguir, o senador lembra: "todos podem mudar durante o curso, caso mudem de ideia". Em Mato Grosso do Sul, o Governo do Estado aponta que algumas escolas já adotarão o novo método no início do ano que vem, embora, conforme a lei, a reforma do ensino médio seja efetivamente obrigatória em todo as escolas brasileiras a partir de 2019.

Vai custar caro? Questionado sobre o investimento necessário para mudança de sistemas, desde a elaboração de novos materiais didáticos até a a capacitação de professores, Chaves diz que investimento em educação é estratégico para gerar emprego e melhorar os índices a longo prazo. "O governo tem que eleger setores estratégicos para garantir investimentos e aumento de empregos. Por isso, por exemplo, lançou 600 mil casas para gerar 800 mil postos de trabalho", justifica.

O que muda? Os alunos terão 60% da carga horária com conteúdos obrigatórios e comum, incluindo português, matemática, inglês, artes e educação física. Para o restante (40%), chamado de "Itinerários formativos", o estudante poderá escolher entre cinco áreas: linguagens e suas tecnologias, matemática e tecnologias, ciências da natureza e suas tenologias, ciências humanas e sociais aplicadas, além da formação técnica e profissional.

Já as escolas terão que dispor do conteúdo obrigatório, mas poderão optar pelas cinco áreas ou apenas algumas delas.

A Reforma do Ensino foi aprovada pelo Senado Federal na noite de oito de fevereiro, por 43 votos favoráveis e 13 contrários. Como não sofreu modificações com relação ao aprovado pelos deputados federais, seguiu direto para a sanção presidencial.

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