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Política

"Tiro no pé", diz líder do PDT sobre candidatura de Odilon em 2018

Carlos Lupi demonstrou arrependimento do partido em lançar o juiz aposentado na política

Nyelder Rodrigues e Adriel Mattos | 26/08/2021 17:38
Odilon ao lado de Ciro, durante visita do presidenciável em agosto de 2018 à Campo Grande (Foto: Paulo Francis/Arquivo)
Odilon ao lado de Ciro, durante visita do presidenciável em agosto de 2018 à Campo Grande (Foto: Paulo Francis/Arquivo)

Candidato pedetista ao Governo do Estado em 2018, o juiz aposentado Odilon de Oliveira foi lançado na política pelo partido, mas agora, três anos depois e próximo de uma nova eleição para o Executivo estadual, a sigla demonstra arrependimento em tê-lo alçado ao posto - ele chegou a ir para o segundo turno.

"Minha culpa, minha culpa, minha culpa. Queríamos uma candidatura própria para dar sustentação ao Ciro [Gomes, candidato a presidente também naquele ano] e o Odilon nos parecia ser uma boa opção. Insisti muito com eles para que fosse ele", declara Carlos Lupi, presidente nacional do partido.

Lupi visita Campo Grande nesta quinta (26) e sexta-feira para definir questões regionais e dar o pontapé inicial para o trabalho da sigla voltado a 2022, e concedeu entrevista na sede suprapartidária da campanha de Ciro.

"Foi um tiro no pé e espero que não se repita", revela Lupi, ao falar sobre Odilon, que entre outros problemas com o PDT durante e após a campanha, apoiou de forma aberta e publicamente Jair Bolsonaro à presidência.

Durante a resposta dada ao questionamento feito pela reportagem do Campo Grande News, o ex-ministro do Trabalho ainda pediu desculpas a João Leite Schmidt, velho cacique pedetista de Mato Grosso do Sul que estava no evento.

Para 2022, o partido ainda não definiu se terá candidatura própria ao Governo do Estado ou se vai apoiar alguém de outra legenda, aguardando que haja definição sobre as regras eleitorais para que movimento concreto seja tomado.

Contudo, já foi antecipado que não serão feitas alianças com o PT e MDB, e pré-disposição a apoiar o tucano Eduardo Riedel, atual chefe da pasta de Infraestrutura e pré-candidato para suceder o governador Reinaldo Azambuja.

Da esquerda para a direita, o cacique João Schmidt, Lupi e Dagoberto, durante coletiva nesta quinta (Foto: Paulo Francis)
Da esquerda para a direita, o cacique João Schmidt, Lupi e Dagoberto, durante coletiva nesta quinta (Foto: Paulo Francis)

Ciro 2022 - Sobre a candidatura de Ciro Gomes em 2022 à presidência, Lupi foi perguntado como o PDT pretende, com Ciro se posicionado como uma "terceira via", captar votos da esquerda tradicionalmente liderada pelo PT, e da direita que vê o ex-governador do Ceará como um nome atrelado à esquerda.

Em sua resposta, ele disse que a primeira coisa a se começa a fazer agora é mostrar a diferença dos projetos de cada candidato - se referindo a Bolsonaro e Lula. "Nossa diferença está no foco no desenvolvimento nacional", crava.

Segundo o pedetista, o sistema financeiro foi o grande beneficiado pelas políticas de Lula durante seus oito anos de mandato e, posterior, nos seis anos de Dilma Rousseff. "Sé beneficiou grandes conglomerados, sendo que 65% dos empregos saem da pequena e média empresa. Tinha que investir neles".

Ele ainda completa dizendo que essa diretriz adotada foi um erro por não favorecer o Brasil, apenas a uma elite. "Somos a favor de Bolsa Família, Auxílio Emergencial, mas dizer que isso é a solução é mentira. A solução é a geração de empregos com carteira assinada", diz o líder do PDT  durante a entrevista.

Lupi segue ainda criticando a retirada de direitos trabalhistas. "Nenhuma nação consegue ser autônoma se sua base trabalhadora está subjugada, subcontratada. Ela precisa ser valorizada, estimulada. Como pode uma Pessoa Jurídica ter menor desconto que alguém com carteira assinada? Desestimula".

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