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Política

Uemura já negociava saneamento antes de municipalização

Redação | 22/07/2009 10:25

Três meses antes de a Câmara de Vereadores de Dourados aprovar uma lei permitindo que a prefeitura municipalize os serviços de água e esgoto explorados pela Sanesul, Eduardo Uemura, o Dudu, já negociava a privatização do saneamento com uma empresa do Rio de Janeiro, a Águas de Niterói.

Escutas telefônicas feitas pela Polícia Federal durante a Operação Owari mostram que Eduardo Uemura foi pessoalmente ao Rio de Janeiro para propor que a Águas de Niterói assumisse a concessão dos serviços de água e esgoto. Numa das conversas, Dudu Uemura quer saber de um dos diretores da empresa carioca "quanto sobraria" para as pessoas envolvidas no esquema.

A articulação de Eduardo Uemura começou no dia 2 de fevereiro deste ano, quando ele viajou ao Rio de Janeiro para conversar com os diretores da Águas de Niterói, empresa que detém a concessão de água e esgoto em Niterói, cidade vizinha à capital fluminense.

No dia 12 de fevereiro, Dudu ligou para o então secretário municipal de Governo, Darci Caldo, para avisá-lo que levaria os empresários do Rio de Janeiro para conhecer a prefeitura.

O relatório da PF sobre as investigações da Operação Owari diz que, para articular a transferência da concessão do saneamento, Dudu contava com participação direta de vereadores e do ex-secretário de Governo Darci Caldo, que também foi preso no dia 7 e exonerado pelo prefeito Ari Artuzi (PDT) seis dias depois juntamente com outros quatro secretários e dois assessores especiais

A PF gravou conversa entre Eduardo Uemura e um homem identificado nos diálogos como Jeferson, que seria um dos diretores da Águas de Niterói. A escuta, feita no dia 13 de fevereiro, mostra Dudu pedindo informações sobre montantes em dinheiro que a negociação iria render para o esquema. Jeferson alega desconhecer a capacidade do setor em Dourados, por isso não poderia prever o valor que seria arrecadado. Dudu insiste e diz que se for pelos valores citados anteriormente os representantes da empresa não precisavam "nem perder a viagem aqui".

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