ACOMPANHE-NOS     Campo Grande News no Facebook Campo Grande News no Twitter Campo Grande News no Instagram
ABRIL, QUINTA  25    CAMPO GRANDE 27º

Economia

Economia com energia solar chama atenção de agricultores familiares

Fazenda em Ivinhema já está com as placas funcionando e outras seis já pediram financiamento para instalá-las.

Ricardo Campos Jr. | 11/02/2018 08:27
Placas fotovoltaicas no telhado da fazenda de Maria Salete, em Ivinhema (Foto: divulgação)
Placas fotovoltaicas no telhado da fazenda de Maria Salete, em Ivinhema (Foto: divulgação)

A energia solar tem chamado a atenção de pequenos produtores rurais de Mato Grosso do Sul porque dependendo do consumo, a conta de luz pode cair mais da metade. Em Ivinhema, a 282 quilômetros da Capital, uma propriedade já está usando as placas fotovoltaicas e pelo menos outras seis pediram financiamento para instalá-las.

Essa fazenda onde a geração de energia a partir dos raios solares se tornou realidade pertence à Maria Salete Dloemer de Oliveira, 67 anos.

A verba para a compra e montagem dos equipamentos foi financiada pelo Pronaf (Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar) e o projeto foi elaborado pela Agraer (Agência de Desenvolvimento Agrário e Extensão Rural).

“Tinha um sonho de um dia colocar energia solar na minha casa. Foi uma luz que se abriu diante de mim. No dia 9 de outubro do ano passado o relógio foi colocado e já começou a funcionar. Foi uma das melhores coisas que fiz na minha vida”, disse Maria Salete ao Campo Grande News.

Ela tem uma pequena produção leiteira, algumas cabeças de gado e planta vegetais para consumo próprio. A renda da família vem da produção de pães e biscoitos, que são vendidos em feiras da região.

Maria Salete usa a eletricidade nas ordenhadeiras, na batedeira, na máquina de sovar massa e no forno. A conta estava acima dos R$ 200. Mês passado, usando os painéis solares, ela só desembolsou a taxa mínima da Energisa.

Placas solares geram energia durante o dia que retorna para o cliente como bônus durante a noite (Foto: divulgação / Solar Energy)
Placas solares geram energia durante o dia que retorna para o cliente como bônus durante a noite (Foto: divulgação / Solar Energy)

O financiamento só começa a ser pago daqui a dois anos. Foram R$ 43 mil divididos em 12 anos com juros de 2,5% ao ano.

Toda a energia gerada na propriedade alimenta também a chácara do filho, já que é possível repartir o que ela não consome. Então a parcela em torno de R$ 300 será divida entre eles, cada um pagando cerca de R$ 150.

“Como hoje só estou pagando a taxa mínima, com essa economia que estou fazendo, estou guardando um pouquinho para pagar as parcelas”, diz Maria Salete.

Projeto – Moacir Lourenço é dono de um laticínio em Ivinhema. O filho dele enviou uma carta consulta pedindo empréstimo do Pronaf para instalar os paineis fotovoltaicos na fazenda e dividir a energia produzida com a empresa da família. Juntas, as duas propriedades gastam R$ 2,8 mil de luz por mês. Se pelo menos uma pagar apenas a taxa mínima, a economia já vai ser grande.

“Eu acredito que em até quatro meses já vai estar tudo resolvido. Nos vai trazer uma boa economia”, diz o empresário ao Campo Grande News.

A carência do financiamento vai ajudar a incrementar os negócios. “O dinheiro que nós formos economizando mês a mês, eu pretendo investir em melhoras no meu laticínio, dar uma incrementada”, afirma.

Energia solar pode ser financiada para agricultores familiares (Foto: divulgação / Solar Energy)
Energia solar pode ser financiada para agricultores familiares (Foto: divulgação / Solar Energy)

Procedimentos – A Agraer tem escritórios em todos os municípios de Mato Grosso do Sul e está aberta para ajudar os agricultores familiares na elaboração do projeto, imprescindível para a adesão ao Pronaf. 

Arizoly Mendes, gestor de desenvolvimento rural da unidade de Ivinhema, afirma que os beneficiados com a chamada pública da sustentabilidade pelo Governo Federal não pagam nada pelo serviço. Os demais pagam uma pequena taxa. A partir daí uma carta consulta é enviada para análise da instituição financeira que libera a verba.

“É preciso apresentar a declaração de aptidão ao Pronaf, emitida pela Agraer. Para obter esse documento, precisa comprovar que a propriedade não tem mais de quatro módulos fiscais, no caso de Ivinhema, 130 hectares. Aqui na cidade as propriedades já são pequenas, então isso não é empecilho”, explica.

Com o processo montado, é só esperar a análise. Se aprovado, será preciso contratar uma empresa que faça a instalação dos equipamentos.

No caso de Maria Salete, o serviço foi executado pela Solar Energy. Hewerton Elias Martins, diretor-presidente da companhia, explica que durante o dia, as placas usam os raios solares para gerar energia. Tudo o que não é consumido naquele momento, é jogado na rede da Energisa e vira uma espécie de bônus, devolvido à noite quando os painéis param de trabalhar.

“O primeiro projeto que atendeu agricultores familiares no Brasil foi no Paraná e um ano depois, a Maria Salete em Ivinhema. Agora que começou esse trabalho de divulgação. A energia solar é uma coisa muito antiga, foi o custo que agora está viável”, completa.

Nos siga no Google Notícias