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Capital

Cresce 707% o número de motoristas alcoolizados com carteira suspensa

Luciana Brazil | 11/10/2013 08:24
Acidente envolvendo jovens e bebida alcoólica terminou com a morte de  José Eduardo Menegat  Manzione de 15 anos. (Foto:Arquivo)
Acidente envolvendo jovens e bebida alcoólica terminou com a morte de José Eduardo Menegat Manzione de 15 anos. (Foto:Arquivo)

Entre janeiro a 2 de outubro deste ano, mais de 1,9 mil motoristas em Mato Grosso do Sul tiveram a CNH (Carteira Nacional de Habilitação) suspensa pelo Detran (Departamento de Trânsito), por dirigirem embriagados.

O número é oito vezes maior do que o ano passado. Em 2012, 241 condutores tiveram a carteira suspensa. Neste ano, 1.947 motoristas ficaram impossibilitados de dirigir por um ano. O valor representa 707% a mais de motoristas do que em 2012.

A informatização do setor de penalidades, utilizado pelo Detran desde o início do ano, é responsável pela celeridade na conclusão dos processos administrativos que suspendem o direito de dirigir.

Segundo a diretora de Habilitação e Educação de Trânsito do Detran, Elizabeth Félix, antes da implantação do sistema os processos eram feitos manualmente.

“As fiscalizações aumentaram e ainda temos a lei seca. Além disso, as autoridades estão punindo cada vez mais. Mas o que resultou nessa grande quantidade de processos concluídos é a informatização do sistema”.

Neste ano, 2.598 motoristas foram flagrados dirigindo sem habilitação, e em 2012 foram 4.570 condutores.

Em Campo Grande, de janeiro a setembro, 149 condutores foram detidos por dirigirem sob o efeito de álcool, segundo dados do Bptran (Batalhão de Policiamento de Trânsito). No ano passado, de janeiro a dezembro, 193 motoristas foram encaminhados à delegacia por dirigir embriagado.

Elizabeth ressalta ainda que a penalidade contra o artigo 165 do Contran (Código Brasileiro de Trânsito) é o que mais tem causado mortes na Capital. “O maior fator de risco hoje em Campo Grande é dirigir. É o que tem causado mais mortes ou ainda lesões permanentes nas vítimas”.

Para a subcomandante da Bptran (Batalhão de Policiamento de Trânsito), a major Itamara Nogueira, os órgãos passaram a ter mais poder de atuação, e, além disso, a Lei Seca contribui para as punições mais severas.

“O percentual de motoristas que dirige embriagado e se envolve em acidentes graves e fatais chega a 30% do total de acidentes. Isso é uma média nacional”.

José Eduardo Menegat Tavares Manzione morreu no acidente na Avenida Ministro João Arinos.
José Eduardo Menegat Tavares Manzione morreu no acidente na Avenida Ministro João Arinos.

Além do processo administrativo, que resulta na suspensão da habilitação, o condutor que é flagrado dirigindo embriagado responde também por crime de trânsito. Elizabeth explica que para cada um dos processos - administrativo e criminal - regem dois limites de álcool no sangue.

De acordo com o Contran, a tolerância é de 0,05 miligrama por litro de ar. Se o condutor for flagrado no bafômetro com níveis superiores ao permitido, ele é preso em flagrante.

“Ele pode pagar fiança, que á arbitrada pelo juiz, e responder em liberdade”, explica Elizabeth.

O motorista irá também responder o processo administrativo, onde a tolerância de álcool no sangue é zero. “Mesmo que o motorista não queira fazer o bafômetro, o policial faz o termo de constatação e a CNH é apreendida. Para o processo administrativo não é tolerado nenhum limite de álcool”, explica.

“O motorista até pode pegar a carteira no dia seguinte, mas assina um termo de entrega e fica com a carteira até que o processo seja concluído. Quando isso acontece, o motorista tem até 48 horas para entregar a habilitação ao Detran”. A suspensão é de um ano.

No caso dos crimes de trânsito, se o motorista se recusar a fazer o bafômetro, o policial pode verificar sinais que indiquem a alteração da capacidade psicomotora. Podem ser usadas fotos, vídeos, ou qualquer outra prova que evidencie a embriaguez, o que é chamado termo de constatação.

A multa para motoristas alcoolizados é de R$1.915,40, sendo infração gravíssima e 7 pontos na carteira. O motorista pode recorrer em ambos os casos, tanto no administrativo, quanto no criminal. 

Dados: Em Mato Grosso do Sul, de acordo com o Detran, aconteceram 12.084 acidentes na Capital, em 2012.

No ano passado, 126 pessoas morreram vítimas de acidente de trânsito, segundo o Bptran (Batalhão de Policiamento de Trânsito). Em 2013, até o ínicio de outubro já são 80 vítimas na Capital.

De acordo com o MInistério da Saúde, 40 mil pessoas morrem por ano vítimas de acidentes de trânsito.

Em 70% dos casos de acidentes com morte, o fator álcool estava presente mesmo sem configurar embriagues. Os acidentes de trânsito são a terceira maior causa de morte no país.

No Brasil a proporção é de uma morte para cada 690 veículos. Na França, esse número é de uma morte para cada 3 mil veículos. Nos Estados Unidos o índice chega a uma morte para cada 5.300 veículos.

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